![]() |
Imagem por I.A. Retrato de René Descartes. |
2. Assim é que a frase “penso, logo existo”, conclusão no “Discurso Sobre o Método”, buscava evidenciar razões metafísicas e a existência de Deus numa classe cética, donde, pensando Descartes, o que é perfeito na concepção de ideias se dá através da perfeição em si ao invés do homem por ele mesmo — confira as “Instruções ao Pensador”: I. Das formas de pensar.
II. Do colapso do pensamento.
III. Da liberdade intelectual.
IV. Da razão à lógica ou vice e versa.
V. Da convenção na ciência.
VI. Da convenção na política.
VII. Da convenção da religião.
VIII. Da reação contra Deus.
IX. Do estado contra Deus.
3. Ou seja, Deus é quem pode ceder o saber, do qual se valerá o homem, se da partícula do todo obter ao menos a fração que deve ser objeto da razão, acessível de maneira universal, portanto, verdadeira. Acontece que entre ser permitido o acesso e acessar, Descartes parece ter ajudado na concepção de subterfúgios para tanto.
4. Meios para burlar Deus e/ou sua vontade ou reduzi-Lo na matemática das várias coisas, supostamente, ao ponto de sequer ter existido. Descartes não parece ter buscado tal objetivo, mas o que foi decorrente disto, pelos fatos de agora, demonstram-se as coisas absolutamente incontestáveis, sobretudo na adoração única da razão.
5. Desta forma, Deus fora excluído da experiência que alguém poderia provar no serviço da razão, donde esta resta como sendo a divindade máxima no panteão ateísta e objeto último de qualquer descrente — ou falso crente. Mas não foi Ele excluído por Descartes, mas sim por aqueles que limitaram seu legado aos proveitos materiais.
6. Não é que Descartes seja exemplo de católico; é que o seu conhecimento permitiu o império do homem-por-ele-mesmo contrariar a Igreja Católica. Lembra-se de Antoine-Laurent de Lavoisier (1743-1794), declarado “pai da química”? Um “título” de perder a cabeça — leia Ocultismo: Contextos e Controvérsias para notar a ironia.
7. Observe que Santos Dumont (1873-1932) teve o avião ou dirigível (ao certo ele inventou os dois) transformado numa máquina de bombardeio, sendo injusto dizer que ele queria seu invento cumprindo uma finalidade bélica. Talvez Descartes não quisesse a utilização da metodologia que descreveu para fins ateístas, embora assim tenha ocorrido.
8. Por ser tido como rosa-cruz, conforme pág. 26 do “Domínio da Vida”, notar-se-ia os gnosticismos nos pensamentos de Descartes, motivo pelo qual aquilo que escreve, mesmo ao falar de Deus, torna-se longe da Igreja Católica, especialmente pelo afastamento do que se confirma na Tradição e Magistério. O Domínio da Vida (AMORC).
9. Ao certo, Descartes, que não tem sua defesa feita neste artigo, legou uma coisa que foi viciada, tornando-se objeto ao óbice de Deus no reduto dos ateus, donde é melhor refutá-Lo em proveito das práticas satânicas — como no caso da eugenia. Ver-se-á em artigo porvir se os problemas derivam do instrumento ou da má utilização pelos usuários. Para referenciar esta postagem: ROCHA, Pedro. Investigação Cartesiana I. Enquirídio. Maceió, 01 jul. 2024. Disponível em https://www.enquiridio.org/2024/07/investigacao-cartesiana-i.html.
Postar um comentário