Adolphe Yvon. Uma Cerimônia Sufi de Rifai. |
2. Intuição como forma de pensar, conforme a imposição de Al-Ghazali, significou o banimento da filosofia, que por sua vez precisa ser observada como ferramenta ao raciocínio, ainda que tão somente lógico. Isto, perante uma percepção expansionista, serviu para blindar os muçulmanos de qualquer cultura helenística que perdurasse.
3. Desta forma, Al-Ghazali, enquanto protegia os muçulmanos de argumentos estrangeiros, também combatia o cristianismo e o processo de inculturação realizado desde muito tempo. Ou seja, no misticismo sufi do islã as respostas transcendentais ou mesmo terrenas não procurariam outras fontes de saber que não fossem islâmicas.
4. Isto cria — criou, de fato — não uma sociedade em isolamento, como um dia já houve no Japão, mas uma semelhante ao caramujo, capaz de levar para onde vá suas próprias convicções culturais, contudo, baseadas no asharismo. Assim é que o sufismo se torna um problema no ocidente, pois traz consigo um modelo de pensar absorto.
5. As preocupações no islamismo não são religiosas ou místicas, apenas, mas são gerais, sejam sociais, políticas, econômicas etc. Onde está o islã, também lá está as imposições do Corão e o próprio sistema jurídico (Sharia). No ocidente, tudo isso parecia impossível, até que imigrantes muçulmanos passaram a perturbar a ordem na Europa — novamente.
6. Até que pondo há distinção no sufismo das vertentes islâmicas xiitas e sunitas, pouco ou nada interessa, pois, como dito, sempre vão rejeitar uma cultura distinta e a forma de pensar que possa se valer da filosofia ou qualquer pensamento fora do islã — e a intuição é deveras mais cômoda do que os argumentos necessários às questões filosóficas.
Porém, deparando-se com tais santos da Igreja, através do sufismo é possível rejeitar o objeto místico destes: Jesus Cristo.7. E a falácia de que não há mística no cristianismo é a opinião de quem nunca se deparou com obras de Santa Teresa d’Ávila (151-1582) ou São João da Cruz (1542-1591), citando somente os reformadores do Carmelo. Porém, deparando-se com tais santos da Igreja, através do sufismo é possível rejeitar o objeto místico destes: Jesus Cristo.
8. É que a mística no cristianismo — católica — tem por Jesus Cristo única baliza, para qual deve convergir todo empenho filosófico, motivo pelo qual filosofia é ferramenta para isto; jamais um fim em si mesma. Esta é a preocupação, dentre outras, que faz com que artigos no blog como Perenialismo Esotérico: Porta para o Islã? sejam publicados.
9. Se há algo no sufismo que convirja ao catolicismo, que bom — ao sufista. Porém, pensar que não exista na Tradição católica qualquer referência mística ou mesmo a possibilidade de se praticar uma filosofia neste sentido, tendo por fim Jesus Cristo e tudo aquilo que ordenou, é o equívoco que termina afetando as mentalidades já islamizadas. Para referenciar esta postagem: ROCHA, Pedro. O Sufismo Irracional de Al-Ghazali. Enquirídio. Cascais, 04 jan. 2025. Disponível em https://www.enquiridio.org/2025/01/o-sufismo-irracional-de-al-ghazali.html.
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