Duccio di Buoninsegna. Tentação de Cristo na Montanha. |
2. Não vai ser preciso grandes esforços para perceber o seguinte: no Evangelho de Jesus Cristo segundo São Marcos, consta no versículo um do primeiro capítulo “Pregação de João Batista – Princípio do Evangelho(a) de Jesus Cristo,(b) Filho de Deus.(c)”. Letras sobrescritas no original apontam notas de rodapé, sendo objeto do presente artigo apenas uma destas: a “c”.
3. Não se tem dificuldade de compreender as primeiras colocações desta letra “c”, cuja nota de rodapé contém este teor: “Este título não indica uma filiação de natureza, mas uma simples filiação adotiva, que implica uma proteção de Deus sobre o homem que ele declara seu ‘filho’, especialmente sobre o rei que ele escolheu”.
4. Não foi algo visto de logo pelo Enquirídio. Esta nota chamou atenção de um amigo experimentado na fé, quem pediu ajuda para identificar este teor. Graças a Deus temos São Tomás de Aquino, quem legou a Catena Áurea, compilação a pedido do Papa Urbano IV, reunindo a compreensão dos principais padres da Igreja Católica no período da patrística.
Não somente pelo nome invocou Cristo como Filho de Deus, mas também por Sua qualidade própria. Nós somos filhos de Deus; mas não um Filho de tal qualidade; Este, pois, é o Filho verdadeiro e próprio, pela origem, não por adoção; em verdade, não por nuncupação; por nascimento, não por criação.5. Não à toa o segundo volume da Catena Áurea consta da citação posta acima, legada por São Hilário de Poitiers (300-368). Como se vê, Jesus Cristo, diferente da nota de rodapé da Bíblia de Jerusalém, tem Sua relação com Deus por origem; não por adoção, como é visto pelo entendimento de 360 na obra De Trinitate ou Tratado Sobre a Santíssima Trindade.
6. Não foi coincidência aquela nota de rodapé descartar a patrística e o empenho realizado na Idade Média por São Tomás de Aquino. É que a Bíblia de Jerusalém de edição em língua portuguesa teve como coordenadores e revisores exegetas: Frei Gilberto da Silva Gorgulho, O. P.; Padre Ivo Storniolo, e; Ana Flora Anderson – todos da famigerada Teologia da Libertação.
7. Não por acaso Dom Estêvão Bittencourt, O. S. B., que foi tradutor da Bíblia de Jerusalém (1ª e 2ª Coríntios), escreveu na página 514 da revista Pergunte e Responderemos de número 342 que Ivo Storniolo e Euclides Balancin (também revisor exegético junto aos outros três) preencheram a Edição Pastoral com traduções e notas inspiradas por ideologia marxista.
- Os Erros da Bíblia (Cléofas).
- Carta do Papa João Paulo II aos bispos da CNBB (Vaticano).
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