Eric Armusik. A tentação de Cristo. |
Logo este frade, que faz questão de se colocar em pé de irmandade com São Tomás de Aquino, nada sabe da Suma Teológica!3. Logo após, Frei Betto inaugura seu sofisma: “Por quê é que Jesus foi assassinado cruelmente? Porque dentro do reino de César, Ele ousou anunciar um outro reino possível, que Ele denominava Reino de Deus”. Provando ser realmente marxista e subversor inveterado, oculta as cartas de São Pedro e São Paulo, responsáveis pelas respectivas explicações: “Pois também Cristo morreu uma vez pelos nossos pecados — o Justo pelos injustos — para nos conduzir a Deus. Padeceu a morte em sua carne, mas foi vivificado quanto ao espírito.” (1Pd 3, 18); “Se, quando éramos ainda inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, com muito mais razão, estando já reconciliados, seremos salvos por sua vida.” (Rm, 5, 10). Porém, mesmo Nosso Senhor já explicava seus derradeiros momentos: “Desde então, Jesus começou a manifestar a seus discípulos que precisava ir a Jerusalém e sofrer muito da parte dos anciãos, dos príncipes dos sacerdotes e dos escribas; seria morto e ressuscitaria ao terceiro dia.” (Mt 16, 21). Logo este frade, que faz questão de se colocar em pé de irmandade com São Tomás de Aquino, nada sabe da Suma Teológica!
4. Ao tratar da discórdia no artigo primeiro da questão 37 (IIa IIae), soluciona o Doutor Angélico da seguinte maneira: “A discórdia se opõe à concórdia. Ora, a concórdia como já dissemos é causada pela caridade, enquanto esta reduz muitos corações à unidade que é, principalmente, o bem divino e, secundariamente, o bem do próximo”. Ainda nesta solução, São Tomás de Aquino explica que também a concórdia poderá ser anulada por uma discórdia, essencial ou acidentalmente, donde, para esta última, afirma que “tal discórdia não é pecado nem repugna à caridade; salvo se estiver imbuída de erro sobre o necessário à salvação e ou se lhe acrescentar indevidamente a pertinácia [teimosia]” — e aqui é possível observar, conforme a referida entrevista dada pelo Frei Betto, que ele incorre ao menos na modalidade acidental (uma vez que, essencialmente, dizer o que lhe é íntimo à vontade com certeza não soaria bem), discordando-se da sã doutrina. Antes de expor como solucionou este problema, rememora o autor da Suma Teológica a seguinte colocação: “Mas, em contrário, o Apóstolo coloca as dissenções, isto é, as discórdias, entre as obras da carne, das quais diz: Os que tais coisas cometem não possuirão o Reino de Deus. Ora, ninguém é excluído do reino de Deus senão pelo pecado mortal. Logo, a discórdia é pecado: mortal”. Frei Betto discorda disto daqui, pelo que expôs naquela entrevista, trazendo memória de que na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil — CNBB, nenhum bispo repreendeu seus posicionamentos, esquecendo ele que uma conferência episcopal não tem autoridade como de um bispo ou, no caso mais imediato, de um prior, exceto quando comunica nacionalmente as decisões deste ou daquele, embora seja importante lembrar que São João Paulo II em 1986 repreendeu a subversão realizada por teólogos da libertação, como se vê na sequência: 5. Frei Betto prossegue sofismando: “Alguns falam, e falam com razão: ‘Ah! Mas o Reino de Deus fica do outro lado da vida’. Porque a Igreja jogou lá para cima, para poder se acomodar aos poderes desse mundo. Eu digo não. Se a Igreja jogou para o além, jogou, mas na cabeça de Jesus [...]” — retornando ao primeiro parágrafo deste artigo. Somente para exercitar uma possível lógica, perceba que ele deturpa sua própria posição. Se aquele “Reino de Deus”, consoante sua compreensão blasfema da vontade de Nosso Senhor, deveria ser uma espécie de política pública, certamente Sua Igreja “deveria se acomodar aos poderes desse mundo”. Porém, repare bem o que é revelado aos apóstolos por Jesus Cristo, conforme Seu Evangelho, segundo São João: “Já não falarei muito convosco, porque vem o príncipe deste mundo; mas ele não tem nada de mim.” (Jo 14, 30). Na segunda carta de São Paulo, remetida aos Coríntios, está dito: “Por isso, não desanimemos deste mistério que nos foi conferido por misericórdia. Afastamos de nós todo procedimento fingido e vergonhoso. Não andamos com astúcia, nem falsificamos a Palavra de Deus. Pela manifestação da verdade nós nos recomendamos à consciência de todos os homens, diante de Deus. Se o nosso Evangelho ainda estiver encoberto, está encoberto para aqueles que se perdem, para os incrédulos, cujas inteligências o deus deste mundo obcecou a tal ponto que não percebem a luz do Evangelho, onde resplandece a glória de Cristo, que é a imagem de Deus.” (2Cor 4, 1-4). Em nota na Bíblia do Peregrino, Luís Alonso Schökel, acerca da passagem, comenta: “Expressão audaz: o ‘deus deste mundo’, aquele que este mundo reconhece e venera como seu deus, a divindade rival do Deus verdadeiro”. Quem seria, portanto, “deus deste mundo”? Aquele quem pode sobre a terra, como se vê em “o demônio transportou-o uma vez mais, a um monte muito alto, e lhe mostrou todos os reinos do mundo e a sua glória, e disse-lhe: Eu te darei tudo isto se, prostando-te diante de mim, me adorares. Respondeu-lhe Jesus: ‘Para trás, Satanás, pois está escrito: Adorarás o Senhor, teu Deus, e só a ele servirás (Dt 6, 13)’. Em seguida, o demônio o deixou, e os anjos aproximaram-se dele para servi-lo.” (Mt 4, 8-11). Diante destas colocações, certamente o frade é suspeito ao menos de incorrer naquilo que foi tratado na epístola paulina, motivo pelo qual deve sua teologia ser evitada ao máximo, pois Todo Teólogo da Libertação é Thelemita! — aderente ao amor ditado por uma entidade egípcia, como fora transcrito pelo Aleister Crowley.
E o frade, vangloriando-se de São Tomás de Aquino ser seu confrade (dominicano), defendendo a possibilidade de matar uma criança no ventre materno, coloca nas palavras do santo ideias contrárias à vida e a toda pessoa inocente, aproximando-o a Herodes ao invés de Jesus Cristo!6. “Duas pessoas que se amam, elas estão vivendo plenamente o mistério de Deus, porque Deus é amor. É a única definição de Deus que tem no Novo Testamento, na primeira carta de João. E João diz mais: quem ama, conhece a Deus. Ele não diz: quem conhece a Deus, ama” — inclusive, definição explorada em canção de Edith Piaf, interpretada por Celine Dion no encerramento da abertura dos Jogos Olímpicos de Paris 2024, relativo à publicação Deus Reúne Aqueles que se Amam? Frei Betto fala isso achando, com uma teologia herética e indigna de catolicidade, que ele diz sustentar, pois acha desrespeitoso a Deus a descriminalização dos homossexuais, como se na fé em Jesus Cristo houvesse espaço para isso: as pessoas que estejam inseridas nesta condição precisam ser amparadas, mas não significa que tais inclinações às práticas sexuais com pessoas de igual sexo sejam da vontade divina, uma vez que, abordando a questão tão somente com o mínimo de conhecimento biológico e antropológico, ao invés de partir desnecessariamente à teologia, procriar é a condição da existência humana, impossível naturalmente entre homens ou entre mulheres. Somente de maneira assistida é dada a reprodução laboratorial, mesmo assim com gametas masculinos e femininos, donde a ideia industrial, advinda ou aparelhadas por políticas totalitárias, é remover a necessidade da família no intuído de se fabricar pessoas como instrumentos de produção, conforme as necessidades de um estado. E o frade, vangloriando-se de São Tomás de Aquino ser seu confrade (dominicano), defendendo a possibilidade de matar uma criança no ventre materno, coloca nas palavras do santo ideias contrárias à vida e a toda pessoa inocente, aproximando-o a Herodes ao invés de Jesus Cristo! Mas não estava tratando do Doutor Angélico, pois, como ato falho, esta visão recai sobre ele mesmo, apesar de projetá-la naquilo que tem por objeto de subversão. Naquela entrevista, sequer Reinaldo Azevedo consegue, como ele mesmo diz, ser “plenamente convencido” com uma possibilidade de compatibilização entre aborto e a Igreja Católica. Nota-se, de longe, um bate-papo entre dois ateus batizados e o macumbeiro, “Ogã de Oxumarê”, como assim se designa Walfrido Warde em perfil do Instagram, alguém com autoridade dentro do candomblé e responsável pelas oferendas às entidades (“Orixás”). Como se nota, pessoas complicadas para debaterem assuntos da fé, inclinadas a qualquer suposição ou conjectura, menos à Tradição, Magistério e Sagrada Escritura da Santa Igreja.
7. No início da entrevista, solicitado a compartilhar sua opinião por Walfrido Warde, candomblecista, como se sabe, e o militante, ex-petista (juridicamente falando, somente), Reinaldo de Azevedo (embora alegue ser católico, porém, possivelmente cismático), Frei Betto deixa bem claro: “Só uma observação terminológica: invés de falar catolicismo, vamos falar do cristianismo, porque o catolicismo é uma denominação dentro do cristianismo”. Antes, disse assim: “Sempre repito... muitas pessoas me perguntam porquê que eu me envolvo em política. Eu sou um militante político. Gosto de ser militante político, embora eu nunca tenha sido filiado a nenhum partido político” — seguindo ao parágrafo segundo deste artigo. Antes de frade, Carlos Alberto Libânio Christo é militante político e aliado aos planos do KGB, donde a Teologia da Libertação, para ser posta em prática no Brasil, demandava ramificações que pudessem interferir no clero da Igreja Católica, sendo de fácil êxito tudo isso em clausuras monásticas, como na Ordem dos Pregadores, onde se instalou (igualmente outros no mundo inteiro). Isto é tema para outra postagem, mas uma coisa clara é a capacidade subversiva dessas pessoas, que não sabem outra coisa além de mentir para atingir os objetivos designados. No caso do cristianismo, inverter a ordem soteriológica pela sociológica.
8. Como o tema deste postagem envolve entrevista, que tem por finalidade o fomento midiático à influência do público, há anos este blog procura evidenciar, sempre que possível, incoerências produzidas pela mídia, embora os acontecimentos, apesar de nitidamente tendenciosos, não são tão prováveis do ponto de vista da intenção, ou seja, de literalmente produzir uma matéria ou mesmo um programa de televisão no intuito de subverter, gerando dúvidas e manipulando a audiência às ideologias (de gênero, de raça, de etnia etc.) — tratando-se de investigação particular, limitada pela ausência de tempo ou de recursos. Contudo, diante de certos flagrantes, compensa investigar e apresentar como a coisa é feita, quando agentes políticos interpolam funções em campo (jornalistas, atores, youtubers etc.) e partidárias (candidatos, assessores, suplentes etc.) conforme a publicação Liberte-se das Manchetes! Indústrias midiáticas, ao contrário do senso comum da década de 80 e 90, quando os televisores ocupavam locais de destaque numa casa (ainda hoje isso ocorre), os jornais e revistas, por exemplo, que disseminam informações, regional ou globalmente, não são imparciais, pois, como empresas, perseguem a lucratividade e possuem acionistas com visões de mundo que não são compatíveis com tantas outras, inclusive à verdade, motivo pelo qual, devendo uma prevalecer, melhor que prevaleça aquela que recebe capital para isso. Assim sendo, mesmo que não fosse a intenção, terminou sendo crucial informar que Papa Bento XVI não suplantou a teologia relativa ao limbo ao postar o artigo piloto da série sobre a Mansão dos Mortos, uma vez que veicularam um documento da Comissão Teológica Internacional como sendo magisterial, que foi autorizado à publicação, mas não aderido pelo Santo Padre. Neste mesmo sentido, buscando o ineditismo noticiário, disparou o Grupo Folha, através da subsidiária Universo Online — UOL, apresentando algumas considerações de Frei Betto dadas ao La Repubblica, supostamente, no dia 10 de abril de 2014, (des)informando que solicitou ao Papa Francisco a reabilitação do confrade excomungado, Giordano Bruno, ingressante na Ordem dos Pregadores em 1563, e que a resposta não foi negativa. Nesta mesma divulgação, utilizam da autoridade de São Tomás de Aquino por ser dominicano para dizer: “os escritos de Giordano Bruno superarão a passagem do tempo para se transformar em uma contribuição fundamental para a teologia” — oportunamente, certamente esses contributos serão pormenorizados aqui no Enquirídio, inclusive em proveito da temática ser recorrente. Entretanto, em 14 de abril de 2014, contradizendo-se também o Instituto Humanitas Unisinos — IHU, através da ADITAL, primeiramente expressou que o frei foi recebido pelo Romano Pontífice na Casa Santa Marta, circulando a mesma falácia da “contribuição fundamental para a teologia” e a falsa união que teria com Doutor Angélico, mas, naquele mesmo dia, enquanto corrigia as (des)informações já publicadas, noutra manchete se obrigava a noticiar os esclarecimentos do Padre Federido Lombardi, diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, ao anunciar que “O Papa não recebeu Frei Betto em Santa Marta, não se tratou de uma conversa articulada” e “Certamente o Papa Francisco não teve a intenção de entrar no mérito do episódio de Giordano Bruno” — e o motivo do Sucessor de Pedro ter dado uma resposta muito mais rápida e certeira, que não foi aquela positiva, apesar de sempre sorridente, mas sim uma bem sincera: “Reze por isso!”. 9. O que é possível concluir a respeito de Frei Betto através destas tristes questões? Primeiramente, que ele não entende da fé cristã, muito menos admite a hierarquia da Santa Igreja, que por esta não tem por certa e única, levando à conclusão de que as ordens de Jesus Cristo na fundação em São Pedro podem ser relativizadas em melhor proveito para subverter a soteriologia em sociologia, transformando o cristianismo em ideologia atrelada às visões políticas e partidárias dos correligionários do marxismo, instrumentalizando o Evangelho para compatibilizá-lo com o próprio Manifesto Comunista de Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895), assim como pensa Vladimir Putin, ex-KGB, presidente da Rússia, capaz de equiparar suas cartilhas de revolução à Sagrada Escritura e o cadáver do corrupto, porém, embalsamado, de Vladimir Ilyich Ulianov (1870-1924), vulgo Lenin, aos corpos incorruptos dos santos. Depois, mas não antes de trazer um pequeno detalhe, quando dizem que estão abandonando o tomismo no Brasil, certamente ele nunca fez parte do catolicismo no país, mas que atualmente é imprescindível aos objetivos marxistas afastar o crescente pensamento tomista da sociedade brasileira, uma vez que, embora pesem as críticas de teólogos de verdade, como Papa Bento XVI, mesmo assim contra um ponto muito específico da teologia do Doutor Angélico, é a forma de pensar que São Tomás de Aquino apresenta que consegue ordenar as informações e validá-las àqueles que buscam a verdade, motivo pelo qual, para um teólogo da libertação, trata-se de empecilho à revolução cultural necessária ao âmbito religioso. Como frade da Ordem dos Pregadores, conclui-se ser um lamento sua permanência entre os dominicanos, que por sua influência, quem sabe, talvez até reneguem a importância da Suma Teológica em proveito da visão de mundo modernista tão criticada por São Pio X, dentre outros. Porém, apesar de tantas conclusões que poderiam ser apresentadas, chama atenção o pedido informal de Carlos Alberto Libânio Christo ao Papa Francisco naquela ocasião do “beija-mão” ao final da audiência geral em 2014, pois já em 1983, São João Paulo II, enquanto pontífice, exortava a cooperação mútua entre a ciência e a Igreja Católica, especialmente na revisão honesta do caso de Galileu Galilei (1564-1642), mas que não fez exortação semelhante a respeito de Giordano Bruno, como se pode observar em carta do Cardeal Angelo Sodano, Secretário de Estado naquela época, ao Reitor da Pontifícia Faculdade Teológica da Itália Meridional em 14 de fevereiro de 2000, durante aquele pontificado — assunto que vai ser pormenorizado aqui no blog. Mas o que é grave nisso? Que uma pessoa em estado clerical esteja insistindo em retomar as heresias brunianas pelo levantamento da excomunhão imposta pelo Santo Ofício, atual Dicastério para Doutrina da Fé, no intuito de diminuir ou exterminar a divindade de Jesus Cristo, que, para ele, seria só mais um revolucionário, equiparável ao diabólico Che Guevara (1928-1967), legitimando uma concepção de Deus hermético-cabalístico ao invés da Santíssima Trindade. Este é o nível perverso, atingido pelos teólogos da libertação e proposto à cristandade na atualidade. Para referenciar esta postagem: ROCHA, Pedro. O Reino de Deus, Segundo Frei Betto. Enquirídio. Maceió, 22 nov. 2024. Disponível em https://www.enquiridio.org/2024/11/o-reino-de-deus-segundo-frei-betto.html.
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