18.4.22

A Doutrina Social(ista) da Igreja

Evidentemente que não existe uma doutrina “socialista”, muito menos “comunista”, tampouco “liberalista” ou propriamente “capitalista” na Igreja Católica. Existe o Evangelho – só! Porém, alguns teimam em doutrinar sob orientações da subversão da libertação (tratada como teologia), mesmo que enganosa.
Alegoria do Bom e Mal Governo
Ambrogio Lorenzetti. Alegoria do Bom e Mal Governo.
1. De início, considere o Compêndio da Doutrina Social da Igreja. Realizando uma pesquisa básica, algumas ocorrências surgem aos termos, objetos da presente postagem. Sem nem pestanejar, citando a Carta Encíclica Rerum Novarum, menciona a exclusão do “socialismo” como remédio dos erros que provocam o mal social (segundo parágrafo do ponto 89).
2. Pesquisando por “socialismo”, verificou-se “socialista”, apresentando, tendo em vista a exploração dos trabalhadores pela organização industrial de matriz “capitalista”, preocupação pela instrumentalização ideológica, “socialista” e “comunista”, relativas ao problema, apontando a Rerum Novarum (segundo parágrafo do ponto 267).

3. Na pesquisa anterior o termo “comunista” se esgotou, sobrando pesquisar “comunismo”, sobrevindo menção à Carta Encíclica Divini Redemptori que definiu tal termo por “intrinsecamente perverso” pelo modo sistemático que lançava o ateísmo sobre a doutrina social cristã (segundo parágrafo do ponto 92).

4. Sobre o “capital”, trata do tema ao contextualizá-lo diante do conflito em relação ao trabalho (ponto 88), apontando a necessária colaboração entre este e aquele, citando a Rerum Novarum (ponto 91), donde sem tal esforço se torna infrutífero (ponto 273), explicando os significados do termo (ponto 276), determinando a prioridade deste sobre aquele (ponto 277), donde nada este vale se excluir aquele – vice e versa (segundo parágrafo do ponto 277), supervalorizando o valor humano do antigo paradigma objetal (ponto 278), prevendo no progressismo científico e tecnológico os riscos dos homens e mulheres serem explorados pelas engrenagens da economia e desenfreada produtividade (ponto 279), lembrando da participação na propriedade (ponto 281), incluindo sua parcela privada (ponto 282) e emprego econômico ao serviço da humanidade (ponto 283), recordando mais adiante que lutas odiosas à eliminação do outro são inaceitáveis e indispensáveis na relação prevista (ponto 306), trazendo conceitos empresariais (ponto 338) e a respeito dos próprios empresários (segundo parágrafo do ponto 344). Observa-se, portanto, somente por uma palavra, imensa preocupação constatada no Compêndio da Doutrina Social da Igreja.

5. Quanto ao “capitalismo”, entende a Santa Igreja a partir da perspectiva do desenvolvimento integral e solidário, fornecendo tanto compreensões positivas, quanto negativas (ponto 335), citando a Carta Encíclica Quadragesimo Anno ao refutar o “liberalismo” como concorrência ilimitada das forças econômicas, reconhecendo ao mesmo tempo a propriedade privada e a função social desta (segundo parágrafo do ponto 91). Aborda ainda a “liberalização” mercadológica, ponderando o assunto da globalização econômica (ponto 312).
Também expõe a trama nefasta contra a família por sua estatização, excluindo-se relações sagradas entre pais, mães e filhos(as).
6. Já na Carta Encíclica Rerum Novarum, diagnosticando os problemas seríssimos na relação de trabalho, expõe no terceiro ponto a “solução socialista”, donde para resolver a questão, instiga nos pobres o ódio invejoso contra aqueles que possuem, pretendendo que propriedades precisam ser suprimidas, sendo os bens do indivíduo comum à todas as pessoas sob administração do Estado. Adiante, afirma que tal medida prejudicaria o operário se fosse colocada em prática, sendo injusta por violar os direitos dos proprietários, viciando as funções estatais e tendendo à subversão da sociedade. Também expõe a trama nefasta contra a família por sua estatização, excluindo-se relações sagradas entre pais, mães e filhos(as). Adiante, conforme o sétimo ponto, aborda o “comunismo” como “princípio de empobrecimento”, revelando na “teoria socialista” uma perturbação da tranquilidade pública. Finalmente, conclui que “desejam os socialistas” aproveitar as condições naturais do homem, removendo-lhe a possibilidade de se compreender nas próprias diferenças – isso não significa não poder aspirar melhores condições financeiras, mas das características que são tão particulares e profundas que sem elas sucumbiria o esforço mútuo social à realização da humanidade. Noutros termos, existindo, mesmo que uma vilazinha em todo o mundo, porém, somente formada por uma condição laboral, ou todos se moldam, ou todos se prejudicam. Ou seja, os ímpetos pessoais que forjam no médico o cuidado com seu semelhante não são iguais aos que fomentam o artista no embelezamento das coisas e avivamento das emoções, muito menos do carpinteiro, donde as técnicas desenvolvidas precisam dobrar a dureza de um tronco para criar um berço delicado para alguém que espera um bebê.
7. Quem tiver muito desejo de se aprofundar no assunto, recomenda-se fortemente a leitura da Carta Encíclica Divinis Redemptoris, especialmente contra ao “comunismo ateu” – sendo mesmo uma expressão redundante, pois, como se sabe, “ateísmo” é a base da “ideologia comunista”. Nisto vale o recado aos polivalentes religiosos que dizem praticar o catolicismo ao mesmo tempo que também cultua divindades de outras religiões, adotando suas práticas, às vezes, reservadamente ao passo que publicamente frequenta missas e quermesses.
8. Finalmente, sobre a Carta Encíclica Quadragesimo Anno, também fica recomendada a leitura integral, embora seja aqui destacado um trecho que resume bem sua essência. Reconhecendo a Rerum Novarum, “digna de eterna memória”, explica que o bom pastor não pediu auxílio nem ao “liberalismo” nem ao “socialismo”, donde o primeiro se tinha mostrado de todo incapaz de resolver convenientemente a questão social e o segundo propunha soluções muito piores que o mal, lançando a sociedade em perigos mais prejudiciais.
9. Agora se permita uma reflexão profunda, sobretudo se em você há inclinações às correntes mencionadas, seja ao socialismo (comunismo) e liberalismo: existem problemas na sociedade que são gerados na artificialização das relações humanas, causadas por ideologias sintéticas, opostas à natureza das coisas, provenientes de mentes doentias ou grupos de interesses meramente umbilicais, desprovidos de qualquer princípio de empatia, mesmo que façam espontaneamente gestos que são semelhantes a caridade, embora intrinsecamente decorrentes de atuações em proveito de objetivos mesquinhos em desfavor da humanidade, principalmente daqueles que discordam desses ideais, pessoas passíveis de um possível extermínio por apenas existirem e portarem uma verdade, qual seja: Deus. Portanto, jamais a Igreja Católica, mesmo que tentem subverter sua doutrina, deixará de obedecer Nosso Senhor. Enquanto houver gente assim, desejosa pela destruição do catolicismo, também haverá alguém que vai por fim nas heresias derivadas da passagem dos séculos.

Postar um comentário

Botão do WhatsApp compatível apenas em dispositivos móveis

Digite sua pesquisa abaixo