18.10.21

Bispo Sedevacantista no Brasil?

Afinal de contas, qual a implicância real de no Brasil, agora, poder haver um bispo sedevacantista? Verdade que tal assunto não chegou em todos de nossa gente, embora seja relevante entender que existem organizações católicas que nutrem oposição ao pontificado romano, mesmo antes de Papa Francisco.
Destuição da Beta e Falso Profeta
Benjamin West. Destuição da Beta e Falso Profeta.
1. Honestamente, seria preciso montar um dossiê para tratar o caso de maneira adequada, mas são tantas correlações que tal tarefa somente se completará com várias postagens como esta, mesmo que embrionárias, porém, servindo como memórias pertinentes a algumas preocupações sobre aquilo que passa pela marcação do tempo na Santa Igreja. Talvez o primeiro ponto a receber atenção, embora resumidamente, sobrevenha à famigerada Fraternidade Sacerdotal São Pio X (FSSPX), fundada por Dom Marcel Lefebvre e aprovada no final de 1970 por Dom François Charrière, Bispo de Lausana-Friburgo (Suíça). Neste ponto, existiam algumas particularidades a respeito de determinadas exceções advindas através da Concordata de Viena, datada de 1448, embora não devesse surtir mais efeito desde o século XIX – e o assunto não poderia desviar para isso pelo demasiado levantamento histórico necessário! Assim sendo, contrário às supostas tendências advindas do Concílio Vaticano II, dentre elas o “neo-modernismo” e “neo-protestantismo”, Dom Marcel Lefebvre, apesar da aparente aderência à Igreja Católica Apostólica Romana, posiciona-se e determina igual posicionamento pelos membros da FSSPX no sentido de recusar a seguir as supostas tendências mencionadas. Aqui cabe expor que Dom Marcel Lefebvre foi excomungado por São João Paulo II, Sumo Pontífice naquela época, qual seja julho de 1988, através da carta apostólica Ecclesia Dei, incluindo o presbítero pseudo-ordenado ao episcopado (quando um padre se torna bispo) Richard Williamson, membro da FSSPX desde sua conversão do anglicanismo ao catolicismo até sua expulsão em 2012. Embora Dom Marcel Lefebvre possa ser uma pedra angular dos movimentos cismáticos, Dom Richard Williamson (cuja ordenação episcopal é aparentemente válida por motivos lá na frente evidenciados) com certeza é figura central em outros desdobramentos até atingir a ordenação episcopal de um bispo sedevacantista no Brasil, apesar de superficialmente o sedevacantismo não ter feito parte da FSSPX, embora fosse íntimo de alguns membros.
2. Dom Richard Williamson recebeu a ordenação episcopal em 1988 de Dom Marcel Lefebvre e Dom Antônio de Castro Mayer, fundador da União Sacerdotal São João Maria Vianney, parceira da FSSPX. Porém, antes de se tornar bispo, Dom Richard Williamson, padre noutros tempos, estava substituindo Clarence Kelly, também padre naquela época, expulso da FSSPX por liderar a sedevacantista Sociedade de São Pio V (SSPV). Datas à parte, evitando possíveis confusões num apanhado pretenso a resumo, agora o sedevacantismo surge não atrelado a Fraternidade Sacerdotal São Pio X, mas sim a uma organização católica aparentemente desconexa. Então, qual motivo demandou elencar o nome de Dom Clarence Kelly, que recebeu a ordenação episcopal em 1993 por Dom Alfredo Méndez-Gonzalez, alguém que já tinha ordenado outros dois membros da SSPV, nesta real trama? Antes da resposta, apenas para remontar o trajeto das origens do sedevacantismo como movimento dentro da hierarquia, mas com severas influências do pseudo-laicato, Dom Alfredo Méndez-Gonzalez foi ordenado bispo por Dom Francis Joseph Spellman, cardeal membro do Conselho de Presidência no Concílio Vaticano II, denunciante dos por ele apontados modernistas, cujas “pretensões revolucionárias” envolviam a mudança da língua latina ao vernáculo regional (português, inglês, francês etc.), sendo certo que desde muito tempo a principal implicância sobre o resultado daquele concílio ecumênico está numa forma que não implica absolutamente nada em termos de continuidade da Santa Igreja, mostrando-se tal problema muito mais como “operação de falsa bandeira”, uma vez que, através do latim, somente uma parcela se interessaria em aderir ao catolicismo, deixando a maioria cristã entregue aos protestantismos, ordens iniciáticas, religiões em processo belicoso de expansão, seitas realmente modernistas ou tendências neopagãs. Respondendo pergunta em aberto, Dom Clarence Kelly liderava à época alguns presbíteros durante a sobrevida da SSPV, dentre eles o padre Daniel Dolan, também expulso da FSSPX por Dom Marcel Lefebvre em 1983.

3. Muitos acreditam na FSSPX como sedevacantistas, porém, assim como outras organizações católicas, somente serve de apoio a membros cismáticos, incrédulos de certa forma, dadas as circunstâncias e alegações por estes sustentadas ao longo do tempo. Entretanto, parece que mesmo o Vaticano possui certas dúvidas, motivo pelo qual removeu as excomunhões dos bispos ordenados pelo fundador da Fraternidade Sacerdotal São Pio X através da remissão de excomunhão decretada em janeiro de 2009, incluindo Dom Richard Williamson, porém, excluindo Dom Marcel Lefebvre, falecido excomungado em 1991. Apesar disto, somente para ilustrar a insistência no gravíssimo erro e necessidade de provocar a cisma na Santa Igreja, além de provar completa desobediência à hierarquia, Dom Richard Williamson certamente será novamente excomungado por seguir o modus operandi de Dom Marcel Lefebvre, qual seja, ordenar bispos sem chancela pontifícia. Como se não bastasse, Dom Richard Williamson, além de negar a Santa Igreja, também negou a existência das câmaras de gás que resultou no holocausto judaico já convencionado pelas Organizações das Nações Unidade (ONU), embora existam muitas críticas sobre esta atualmente, motivo pelo qual fora condenado por determinado tribunal alemão em 2012.
4. Voltando à genealogia do sedevacantismo próximo, lembrando que ela breve revelará o bispo sedevacantista no Brasil, Daniel Dolan, ordenando padre por Dom Marcel Lefebvre antes de receber a excomunhão do Papa João Paulo II, salvou-se de muitos impedimentos quando foi expulso da FSSPX ao adotar o sedevacantismo da SSPV. Apenas dez anos após sua expulsão da FSSPX em 1983, recebendo ordenação episcopal de Dom Mark Anthony Pivarunas, fundador da Congregação de Maria Rainha Imaculada (CMRI), donde a história revela sua posição teológica ao afirmar “a Cadeira de Pedro hoje está vacante”, Dom Daniel Dolan se encontra em meio ao poder clerical, mas não necessariamente da Santa Igreja, uma vez que aquele modus operandi praticado pela FSSPX ou SSPV continua sendo explorado.
5. Neste ponto, seria imprudente não transparecer a enorme implicância da ordenação episcopal. Segundo o parágrafo 1558 do Catecismo da Igreja Católica, “os bispos foram constituídos verdadeiros e autênticos mestres da fé, pontífices e pastores”. Significa dizer que são tão importantes quanto o Santo Padre, embora sobre este recaia, conforme parágrafo seguinte, “intervenção especial do bispo de Roma, em virtude da sua qualidade de supremo vínculo visível da comunhão das Igrejas particulares da Igreja una, e de garante da sua liberdade”. Complementando a instrução, consoante o artigo terceiro do Christus Dominus, decreto sobre o múnus pastoral dos bispos na Igreja, “os bispos, participando da solicitude por todas as igrejas, exercem este seu mistério, recebido pela sagração episcopal, em união com o Sumo Pontífice e sob sua autoridade, naquilo que se referir ao magistério e ao governo pastoral: todos unidos num colégio ou corpo a favor de toda a Igreja de Deus”. Já na Constituição Dogmática Lumen Gentium, através do parágrafo segundo do artigo 22, “porém, o colégio ou corpo episcopal não tem autoridade a não ser em união com o Romano Pontífice, sucessor de Pedro, entendido com sua cabeça, permanecendo inteiro o poder do seu primado sobre todos, quer pastores quer fiéis. Pois o Romano Pontífice, em virtude do seu cargo de vigário de Cristo e pastor de toda a Igreja, tem nela pleno, supremo e universal poder que pode sempre exercer livremente. A Ordem dos Bispos, que sucede ao colégio dos Apóstolos no magistério e no governo pastoral, e, mais ainda, na qual o corpo apostólico se continua perpetuamente, é também juntamente com o Romano Pontífice, sua cabeça, e nunca sem a cabeça, sujeito do supremo e pleno poder sobre toda a Igreja, poder este que não se pode exercer senão com o consentimento do Romano Pontífice”. Segue adiante a íntegra do documento da Conferência Episcopal Portuguesa para ordenação do bispo, dos presbíteros e diáconos, sobretudo como forma de tornar às claras a maneira de realizar a ordenação episcopal, incluindo todos os detalhes possíveis ao laicato em prontidão.
6. Depois deste enorme adendo, seria possível que ordenações episcopais, sobretudo adversárias ao pontificado romano ou mesmo à Santa Igreja, tenham validade? Apenas o Papa Francisco ou futuro sucessor poderá responder, porém, diante de toda a exposição, parece que correntes sedevacantistas, continuadas por bispos como Dom Daniel Dolan, somente estejam se proliferando. Não faz sentido continuar a discussão acerca da FSSPX, uma vez que esta está mantendo diálogo junto ao Vaticano, donde o resultado mais esperado, qual seja, retorno dos membros à Santa Igreja e continuidade da organização católica de maneira completa, ainda está por vir. Todavia, observando o rumo sedevacantista, pouco ou nada possa ser esperado em termos de reconciliação, principalmente quanto seus membros acusam o Santo Padre de herege, conforme já denunciado pelo Enquirídio na postagem Escrever Certo por Linhas Tortas. Diante deste apanhado, algumas conclusões óbvias simplesmente acontecem: a) organizações católicas, abstendo-se da Santa Igreja, acabam causando desvios potencialmente irreparáveis à comunidade ordenada ou leiga; b) porções cismáticas da nossa gente acabam se tornando massas manobráveis por agentes de interesses escusos, externos e/ou adversários ao catolicismo, gerando incompatibilidades estruturais em curto e médio prazo; c) surgimento de teorias sedevacantistas como subterfúgio para objetivos subversivos de longo prazo, principalmente para minar a força clerical e ludibriar os leigos com pouca ou nenhuma catequese; d) comprovação do modus operandi cismático concentrado em um grupo determinável de bispos, padres, diáconos e leigos; e) afastamento de fieis da Igreja Católica através da sustentação da invalidade da liturgia e sacramentos concedidos pelas missas que não são tridentinas; f) rejeição do vernáculo regional como forma de elitizar o rito ordinário diante de um mundo de grandes contrastes socioculturais; g) membros da hierarquia inconformados com freios colocados pelo Concílio Vaticano II. Quaisquer das possibilidades aqui aventadas são plausíveis, embora o desenvolvimento das explanações, assim como dito desde o início desta postagem, demande um dossiê, possivelmente elaborado a partir de futuras postagens.

7. Seguindo a linhagem mista da FSSPX e SSPV, Dom Daniel Dolan resolveu realizar a ordenação episcopal do padre Rodrigo Henrique Ribeiro da Silva, reitor do Seminário São José, localizado em Juquitiba, interior do estado de São Paulo. Nascido em 1991, iniciou o seminário em 2006, concluindo em 2017, quando Dom Richard Williamson o ordenou sacerdote no Mosteiro da Santa Cruz em Nova Friburgo, donde o então padre já esteve para desenvolver seus estudos. Neste exato ponto, apenas um ano após sua ordenação presbiteral, restou ao Mosteiro da Santa Cruz lançar um comunicado em 2018 sobre o padre Rodrigo Henrique Ribeiro da Silva – desconheciam os planos que estavam preparados pelos cismáticos! Três anos após esse comunicado, Dom Daniel Dolan, conforme colocado, trouxe para dentro do sedevacantismo o agora Dom Rodrigo Henrique Ribeiro da Silva, sobretudo para ordenar em toda América Latina, especialmente no Brasil. Assim anunciou o Seminário São José a enorme conquista: “essa consagração se realizará sem mandato apostólico [referindo-se ao sedevacantismo] devido as circunstancias atuais [sede vacante], o novo bispo [não confirmado por Papa Francisco] se compromete a colocar seu episcopado [inválido] sob a autoridade da Igreja hierárquica [mediante revogação do Concílio Vaticano II], se Deus permitir [blasfêmia] que a situação volte a ordem [heresia]”. Adiante, neste mesmo comunicado, continuam no sentido contrário àquilo que acabaram de comunicar: “esse bispo reconhece que receberá o poder da ordem, mas não o poder de jurisdição que só pode vir de um legítimo Vicário de Cristo”. Nestes termos, existe uma diferença entre “poder de ordem” e “poder de jurisdição”, sendo este atualmente denominado “faculdade de absorver”, mas que implica na regência dos fiéis em ordem à vida eterna, consoante os ensinamentos do padre Teodoro da Torre Del Greco, doutor em Direito Canônico, através da obra Teologia Moral. Voltando ao comunicado do Mosteiro da Santa Cruz, nota-se as assinaturas constantes ao menos de Dom Richard Williams e outro bispo ordenado por este em 2016, Dom Tomás de Aquino, ambos passíveis de excomunhão, endossando um verdadeiro alerta sobre o sedevacantismo apreendido por Rodrigo Henrique Ribeiro da Silva, padre naquela época, cujos desdobramentos o afastaria da Igreja Católica, mas, principalmente, dos demais membros da “resistência” (ao Concílio Vaticano II).
*Todo site deixou de existir, constatado em 26.04.2022, embora o link acima disponibilizado agora esteja direcionado ao seviço Wayback Machine, responsável por manter registros de páginas na internet mesmo quando são substituídas ou deletadas. Se ainda assim não for possível visualizar o conteúdo, informe por favor ao enquiridio@proton.me (ou deixe um comentário).
8. Um outro comunicado a respeito do sedevacantismo adotado pelo padre Rodrigo da Silva chamou a atenção, uma vez que foi emitido por uma organização católica denominada Associação Nossa Senhora do Rosário de Lepanto (ANSRL), composta por simpatizantes do FSSPX e antagônicos ao SSPV, motivo pelo qual, tendo como orientação Dom Tomás de Aquino, bispo passível de excomunhão, acabaram revelando que colaboravam em questões administrativas e financeiras do padre Rodrigo da Silva, deixando transparecer uma reação inconformada com uma possível disputa por uma capela ou obras realizadas para esta – isto não está claro. Adiante, aguçando a curiosidade, neste mês, entre os dias 9 e 12 de outubro de 2021, realizou-se em Mariporã, interior do estado de São Paulo, aquilo que foi denominado por Primeiro Congresso Sedevacantista do Brasil, semanas após ordenação episcopal (inválida até pontifícia confirmação ou excomunhão) do padre Rodrigo da Silva. Precisamente, este evento foi sediado no Sítio Florentino, lugar com conexões com os Arautos do Evangelho (cuja sede está naquela cidade interiorana), organização católica fundada por Monsenhor João Scognamiglio Clá Dias em 1999, ex-membro da Tradição, Família e Propriedade (TFP) fundada em 1960, apoiada por Dom Antônio de Castro Mayer, alguém que possuía certo respeito por seu fundador, Plínio Corrêa de Oliveira, líder da seita Sempre Viva, cujos cultos à sua mãe também foram introduzidos nas ocupações ritualísticas dos Arautos do Evangelho, conforme denunciado na página de internet conhecida por Arautoleaks.
9. Certamente a ordenação do padre Rodrigo da Silva, mentor dos responsáveis pelo canal do YouTube Controvérsia Católica, cuja única ocupação está na disseminação de desinformação e campanhas pouco atrativas ao sedevacantismo, atingirá o conhecimento do Papa Francisco, quem pode excomungá-lo, incluindo Dom Daniel Dolan pela ordenação não autorizada pelo pontífice, rememorando a trajetória de todos os membros das organizações católicas, porém, cismáticas (paradoxo inevitável). Restando dúvidas a cerca do padre Rodrigo da Silva, talvez um vídeo, onde já se encontra trajando as vestimentas episcopais, divulgado evidentemente pelo canal do YouTube Controvérsia Católica, possa sanar qualquer dúvida a respeito de haver um bispo sedevacantista no Brasil:
    Para referenciar esta postagem:
ROCHA, Pedro. Bispo Sedevacantista no Brasil? Enquirídio. Maceió, 18 out. 2021. Disponível em https://www.enquiridio.org/2021/10/bispo-sedevacantista-no-brasil.html.

4 comentários:

  1. Existe uma grande diferença entre licitude e validade de um sacramento. Para que haja a validade do sacramento, deve haver matéria, forma, ministro capaz e intenção. Ora, a Igreja nunca negou a validade das sagrações episcopais dos cismáticos -ditos ortodoxos, mesmo eles negando a autoridade do Papa. Sendo assim, não cabe duvidar da validade das sagrações episcopais dos sedevacantistas, se comprovados os requisitos citados anteriormente. O que se discute é a licitude de tal ato.

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    1. Seja bem-vindo, Soares. Grato por seu comentário! Na postagem, realizou-se um destaque à desconfiança (negação, na verdade) por sedevacantistas dos sacramentos concedidos em missas não celebradas na forma extraordinária do rito romano, conforme alínea "e" do sexto ponto - essa é a posição de determinados cismáticos que, querendo discordar do Santo Padre, atingem a totalidade da comunidade da Igreja Católica. Porém, lembrando a ferida aberta pelos lefebvristas, mesmo que existam discordâncias sobre as sagrações de sedevacantistas, donde surgem as dúvidas, não meramente jurídicas, mas espirituais, melhor que aos católicos sejam indicados pontos de convergência na fé, donde Papa Francisco é o maior deles em tempo corrente. Oremos pela resolução dessa questão! Deus te abençoe. Paz e bem.

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  2. Anônimo18.12.23

    Acredito na sagração de D. Rodrigo e dos novos bispos que sagrará na América Latina (2). A obra é grande e há necessidade de novos bispos com correta sagração. O Vaticano II deve ser corrigido em suas intenções , pois segundo D. Athanasius, por exemplo, a missa foi totalmente desvituada, conforme os Anais do próprio Vaticano II.

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    1. Anônimo, obrigado por interagir. Sinta-se em casa! Antes de tudo, permita-me uma correção fraterna: Dom Athanasius, em vídeo no canal de YouTube do Instituto Plínio Correia de Oliveira – IPCO, datado de 23 de setembro de 2022, explica que os sedevacantistas, pelos "erros do Papa", fogem da Cruz, e que tal atitude não é católica, lembrando a questão de Santo Atanásio (vale a pena buscar informações em História das Heresias e suas Refutações, de Santo Afonso de Ligório). Sobre a desvirtuação da missa pós-C.V. II, para que o diálogo seja prudente, valeria indicar ao que exatamente se refere. Já a "crença" na sagração de "Dom Rodrigo", trago-lhe uma informação que talvez não conheça. Em 5 de dezembro de 2022, Dom Orani aplicou o cân. 1.364 do Código de Direito Canônico ao, então, ex-padre Leonardo Holtz Peixoto, verdadeiramente ordenado em 2004 pela Arquidiocese do Rio de Janeiro, mas que, comprovando sua cisma, foi "ordenado presbítero" pelo então "bispo" sedevacantista. O mesmo foi advertido pelo cardeal, mas sem sucesso, tornando-o excomungado (não pode dar nem receber sacramentos, por exemplo). Sem querer provocar nenhum embraço, mas não me sendo possível escusar o questionamento, quem o Anônimo acha que tem o poder: Dom Orani ou "Dom Rodrigo"? Se sua resposta for "Dom Rodrigo", pergunto-lhe mais uma vez: qual diocese lhe foi atribuída pela Igreja Católica mesmo? Isto não é uma questão pessoal, mas eclesiástica, da qual, como leigo católico, sou obrigado lhe posicionar. Isto não significa que, por exemplo, particularmente eu não esteja descontente com certas posições recentes, por exemplo, do Dicastério para Doutrina da Fé ou que me seja desconhecidas as denúncias clericais de conspirações contra a Igreja pela Alta Venda, como é possível encontrar registradas, por exemplo, por Dom Vital ou antes por Mons. de Ségur. O que não posso fazer, como bem lembra Dom Athanasius, é fugir da Cruz. Paz e bem.

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