11.5.23

CNBB e o Bispo da CUT

Nada é mais argumentativo do que as próprias colocações daqueles que são acusados de coisa ou outra – é o ocorrido com Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães, Bispo Auxilia da Arquidiocese de Belo Horizonte (MG) e presidente da comissão de comunicação da CNBB, que não parece se importar com credibilidade.
Ivan Aivazovsky. O Grande Incêndio em Moscou de 1812.
1. Em Breve Dossiê Sobre a CNBB, alguns dados foram reunidos no intuito de entender se ainda se mantém ambígua naquilo que deveria comunicar canonicamente ou se cessou qualquer incoerência, embora a conclusão, através daquilo que comunica, infelizmente continue indicando a manutenção da ambiguidade por conta de certos bispos.

2. Assim sendo, Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães se torna um ponto de compreensão para essa questão, pois, naquele sentido, mostra-se antagônico, tanto à ordem que lhe recai, quando ao cargo que ocupa na CNBB, donde nunca se imaginaria um sacerdote da Igreja Católica onde se vê, conforme vídeo incorporado na sequência.
3. Como se notou no Breve Dossiê Sobre a CNBB, percebe-se em certa parte da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil um movimento totalmente hipócrita que combate o clericalismo fazendo exatamente o que é combatido, donde a figura de Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães, discursando do alto de um caminhão de propaganda da CUT ou Central Única dos Trabalhares, ao invés de se limitar ao querigma, profere discursos inflamados, travestidos de qualquer-coisa-democrática, no intuito de: primeiro, apoiar Dilma Rousseff, que foi impichada pelo Congresso Nacional, que por sua vez foi supervisionado pelo Supremo Tribunal Federal ou STF; segundo, subverter o conceito de democracia ao ocultar a legitimidade do processo constitucional sofrido pela ex-presidente ao manipular as famigeradas massas de manobras. Infelizmente a coisa é grave!

4. Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães, cujo querigma está totalmente imbuído na teologia da libertação socialista/marxista, alinha-se ao discurso da esquerda, donde a Central Única dos Trabalhadores – CUT, juntamente com partidos políticos correlatos, torna-se mais um canal de propaganda de ideologias, incluindo o assassinato de bebês no ventre materno.
5. Afinal de contas, passarinho que anda com morcego dorme de ponta cabeça. Verdade que Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães deve levar o Evangelho para todo lugar, mas que não fez quando do alto do carro de som da CUT – isso tudo em 2016. Agora seria interessante notar como ele tem combatido o clericalismo.
*Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães removeu a postagem do próprio perfil – que bom. Não condizia com sua figura de bispo. Entretanto, cabe aqui mostrar que não apenas o Enquirídio acessou aquele conteúdo, como também acessaram determinadas páginas de notícias e opiniões mais alinhadas ao discurso apagado: Carta Capital; Estado de Minas; UNESER (aqui há cópia da postagem na íntegra).
6. Como se nota, Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães não consegue cumprir sua função sem que seja cabo eleitoral também. Dentre as pautas daquele que se põe como lobo em pele de cordeiro: a) “mudança urgente e definitiva do presidente e sua corja”, referindo-se ao Jair Bolsonaro; b) “revitalização mais isenta da teologia da libertação”; c) “fortalecimento dos movimentos sociais progressistas”; d) “desacreditação dessa gente fundamentalista”, “católicos ultraconservadores e alucinados”. Este é o ente no posto de presidente da comissão de comunicação da CNBB.
7. Antes de tecer algum comentário sobre os pontos destacados, Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães (cujo nome propositalmente se repete), na condição de reitor da Pontifícia Universidade Católica ou PUC, assinou uma carta aberta que não deixa dúvida sobre sua hipocrisia, onde no carro de som da CUT usa um tom que não se vê no documento mencionado, que não apenas dá prova de incentivar o clericalismo por seu ato, como deixa evidente que instrumentaliza as instituições de ensino para causar a revolução pretendida.
8. Voltando aos pontos citados naquela postagem de Facebook, mesmo que Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães não aceitasse o governo da oposição, jamais poderia afirmar que “mudança urgente e definitiva” são expressões democráticas (certamente, com sua mentalidade socialista/marxista, apenas percebe a ditadura do proletariado), muito menos poderia utilizar o termo “corja” para se referir a qualquer pessoa. Adiante, deseja que uma teologia natimorta seja revitalizada, expressando aquilo que muitos católicos não querem perceber ou fazem vistas grossas, o que seja, para que haja catolicismo no Brasil, primeiro é preciso uma ideologia que adapte a crença à cultura, motivo pelo qual na sequência deseja o “fortalecimento dos movimentos sociais progressistas” enquanto desfere ataques, usando um neologismo cunhado nos alçapões da parvoíce, contra aquilo que busca manter a Igreja Católica de pé, mas que ele chama por “gente fundamentalista” e “católicos ultraconservadores e alucinados” (na linha do que foi dito por Leandro Karnal ao se referir a “direita delirante”). Muito bem ele trouxe algo sobre a pobreza e famintos, que são espécies verbais usados nas campanhas dos partidos políticos de esquerda, mas não mostra, sequer uma vírgula, qualquer desejo em defesa da vida e contra o aborto, pois deve ir de encontro ao ideal de progresso que ele, juntamente com sua comunidade (já pensou se fosse aqui usado o termo “corja”?), almejam numa cristandade apóstata, herética e cismática. “Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinhos e figos dos abrolhos?” (Mt 7, 15).

9. Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães, compactuando com CUT e Cia., que por claro apoia ideologia que, por sua vez, tem por aborto como direito da mulher, sendo a vida um ultraje, portanto, segundo o Cân. 1364 do Código de Direito Canônico, observando-se os atos reais do bispo, ou seja, aqueles que ele pratica, estaria com certeza excomungado, mas não pela CNBB, que não levantaria nenhuma suspeita em relação ao sacerdote, pois isto seria o mesmo que declarar sua própria nulidade, pois, embora pratique através de certos membros verdadeiras apostasias, heresias e cismas, oficialmente se exime, como visto no Breve Dossiê Sobre a CNBB, de declarar como suas aquilo que deixa redigido em papeis oficiais, timbrados e certificados. Assim sendo, embora mie, não pode ser tida por gato; apesar de piar, não pode ser tida por pinto. Apesar dessa forma ardilosa de se comprometer, existe um clero na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil que não poderia jamais ser comparado, mas que não tem voz institucional, apenas – e o que importa é exatamente isso – através do múnus sacerdotal. Ao que se mostra, parece que aquela Conferência Episcopal, enquanto mantém uma boa imagem clerical por sua parcela que presta, institui os piores representantes para desenvolver trabalhos ambíguos, totalmente imbuídos de ideologias, subvertendo o aspecto soteriológico para adotar em primazia o que é ético-social (ou ético-político). Infelizmente, enquanto a CNBB mantiver essa postura ambígua, sobretudo dizendo aquilo que não assina (através de comunicados que não representam sua opinião), nenhum católico bem formado vai conseguir depositar uma migalha sequer de confiança numa coisa que diz “assim”, mas faz “assado” – sendo tudo aqui, portanto, posto como diagnóstico preliminar.
    Para referenciar esta postagem:
ROCHA, Pedro. CNBB e o Bispo da CUT. Enquirídio. Maceió, 11 mai. 2023. Disponível em https://www.enquiridio.org/2023/05/cnbb-e-o-bispo-da-cut.html.

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