Albrecht Anker. Lendo Devoções ao Avô. |
2. E o Estado descrito por Tomas Hobbes, que é uma ficção que limita o homem ao perímetro do pensamento decorrente do tempo e espaço, mostrou-se decadente, pois quem, como produto do meio, negar-se-ia em proveito de outro em face de um ganho pessoal? Assim é que a maneira estatal de regência humana é corrupta pela própria natureza.
3. Acontece que tal negação em proveito de outro existe e é própria da fé da Igreja Católica, que tem por dois milênios portado a Tradição advinda desde o tempo de Jesus Cristo, donde as formas de pensar buscam a amizade de Deus ao invés de contrariá-lo, como é feito pela força do decaimento que persiste na espécie humana.
4. Igualmente a gravidade, essa força de decaimento é constante na humanidade, cuja manifestação pela historicidade é comprovada na decadência de civilizações que aboliram sua divindade ou sociedades que confundem Deus como mero decurso da vontade de acreditar, assim como quem admite na realidade a existência de personagens de contos e estórias.
5. Fato é que a Igreja Católica viu desabar o Segundo Templo pelos romanos e o último destes no ocidente pelos hérulos – assim por diante há séculos. Tudo isso visto do centro de Roma. Empiricamente o fato é este: civilizações que aboliram sua divindade e sociedades que confundem Deus sofreram ou experimentam a manifestação da decadência.
Não à toa formas de pensar que recorrem ao disruptivo estão substituindo as certezas perenes em perversões efêmeras.6. Então ao negar Deus para forjar sua própria verdade, afastam-se os homens do verdadeiro em um mundo distorcido pelo antagonismo decorrente do relativismo, subversão ou convenções, muitas vezes somente ficcionais. Não à toa formas de pensar que recorrem ao disruptivo estão substituindo as certezas perenes em perversões efêmeras.
7. Certamente, olvidando que existe uma forma de pensar, ver-se-ão os homens nos limites dos próprios sentidos, reagindo às influências, mas sem empreender o verdadeiro pensamento, que não vem, como visto, de si somente, mas por doação do Criador, que não por uma metafísica individual, pois isto significaria tornar a pessoa a própria medida.
8. No Evangelho de Nosso Senhor segundo São Mateus está dito: “porque onde se acham dois ou três reunidos em Meu nome, aí estou Eu no meio deles.” (Mt 18, 20), donde tal forma de pensar que procura a verdade universal, católica, jamais poderá ser isolada, pessoal e individual, donde um teria de adotar a ideia do outro em convenção, portanto, artificial.
9. Acreditar em artifícios é consentir aos sentidos por estímulos que independem do intelecto, como quem se deixa levar pelas “mágicas” de um ilusionista. E a forma de pensar ao qual se procura obter decorre em função da razão, que tem por certeza o que é constante e imutável, para que não reaja por sensações passageiras, provocadas por uma realidade sintética. Para referenciar esta postagem: ROCHA, Pedro. Instruções ao Pensador IX. Enquirídio. Maceió, 15 jun. 2023. Disponível em https://www.enquiridio.org/2023/06/instrucoes-ao-pensador-ix.html.
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