30.6.23

Baphometh não Está no Campo de Batalha!

Inexistem motivos para que você tema ou se escandalize com manifestações estéticas que têm características que remontam o imaginário já difundido a respeito do diabólico, pois tudo ou muito disso são somente distrações, propositalmente lançadas para desviar as atenções do verdadeiro combate.
Kronte. Baphometh.
1. Existe um combate entre o bem e o mal? Claro! Entretanto, excetuando as questões próprias da demonologia, donde alguns padres exorcistas já trazerem as informações mais importantes à nossa gente através de livros, mídias ou no cotidiano paroquial, como é o caso do Padre Gabriele Amorth (falecido em 2016), Padre Duarte Lara (Portugal) e o Padre Pedro Paulo (Brasil), inúmeros artifícios são lançados por uma cultura global já imbuída do famigerado neopaganismo para distrair os católicos do verdadeiro problema, mais como medidas políticas ou decursos culturais do que em grimórios de bruxaria ou gravuras medonhas de criaturas infernais. Apenas para ilustrar a situação, embora um mictório tenha um design, incluindo ergonomia e aspectos materiais, cumpre apenas uma função sanitária. Contudo, observando o movimento denominado dadaísmo, surgido no início do século XX na Suíça, mesmo objeto de finalidade única passou por uma reconvenção no intuito de protagonizar como obra de arte. Ué? Onde está a nexo entre os temas? Simples: enquanto as pessoas se escandalizavam com aquelas mostras de “bacias de urinar” em museus como se fossem expressões artísticas, dadaístas em paralelo impingiam sua ideologia, qual seja, “destruição também é criação”, sobretudo para subverter a estética do belo, do virtuoso, do sagrado, tornando toda possibilidade de estupidez em qualquer coisa admirável.

2. Para essa admiração acontecer não poderiam os dadaístas estimularem a razão e o discernimento proveniente desta, donde justo por tal objetivo precisavam emburrecer a sociedade para aceitar não aquelas “bacias de urinar” em forma de subversão artística, mas uma mentalidade capaz de obter um novo belo, mesmo baseado no estúpido. E o dadaísmo não era movimento coisa alguma, mas uma etapa do projeto de subversão, sendo um ponto de alerta a aceitação recorde do mictório como peça de arte em seletos círculos sociais de Paris e Nova York, principais capitais à influência mundial naquela época, mas que não passavam de patronos da engenharia subversiva. Inclusive, renomados historiadores do processo artístico no mundo se dobram nos próprios trabalhos literários, mesmo não gostando por ela ser antiarte, para tecer duas ou três páginas sobre “Dadá”, nomenclatura estabelecida pelos idealizadores desde sua origem. Todas essas informações são importantes, apesar de aparentarem uma desconexão ao enunciado, pois o que é visto hoje é mais do mesmo.

3. Então os dadaístas são responsáveis pela subversão no mundo em exclusividade? Claro que não, mas não deixaram de mostrar que puderam subverter na prática a arte e artistas ao redor do planeta, donde a técnica, além de toda inspiração, passaram de requisitos fundamentais ao plano de meras opções, mas que não havendo talento, empenho, dom, também não haveria problema, pois mais importa a expressão ideológica do que as formas de beleza que elevam o espírito do homem – e esta anarquia é satânica. Assim sendo, qual a lição? Pouco importa o tamanho do movimento ou etapa de um projeto subversivo maior: quando se desiste do combate ou apenas o empreende em frentes artificiais por confusão, uma vez que conscientemente consistiria em desistência, parece que o mal triunfa. Portanto, combater a exposição de um mictório ou quaisquer outras possibilidades de “bacias de urinar” é exatamente se confundir na superficialidade da intenção, pois é mais fácil atingir o coração pelos olhos do que por um outro sentido. Quem, então, escandalizar-se ao ver um aparelho sanitário fora de contexto, certamente infartará ao avistar jovens fazendo gestos que parecem satânicos ou representações do Demônio em gravuras, quando na verdade a coisa diabólica em si está para elas ocultadas, escondidas, veladas, donde a questão é a seguinte: quer dizer que aquelas provocações não passam de distrações? Sim, mas não totalmente.

4. Enquanto uma figura de Baphometh, como está na capa do artigo, for aos olhos de nossa gente motivo de escândalo, jamais vão perceber sua verdadeira intenção enquanto derivação de ideologia. Em verdade, como figura, jamais fora essa aquela gravação que também tem tal nome, mas que está no Convento de Cristo, na cidade de Tomar em Portugal, responsável por abrigar os últimos Cavaleiros da Ordem do Templo sob uma designação diferenciada, qual seja, Ordem da Milícia de Nosso Senhor Jesus Cristo, criada pela bula papal Ad ea ex Quibus Cultus Augeatur em 14 de março de 1319. Isto é tema de outro artigo, mas que tal alteração foi necessária pela perseguição que sofriam seus membros na Europa, donde no curso do Padre Paulo Ricardo a respeito, isso tudo fica mais claro. Conforme um arqueólogo chamado Joseph von Hammer-Purgstall, “Baphe” e “Metis” derivariam do grego, significando “Batismo de Sabedoria”. Só aí já se há demasiada confusão, embora não necessariamente as explicações sejam infundadas, uma vez que por “Baphometh” não existia qualquer relação à ilustração de Eliphas Levi em Dogma e Ritual de Alta Magia, livro publicado originalmente em dois tomos no século XIX. Ao certo, os templários estampavam uma representação muito controvertida da Santíssima Trindade, chamada de “Baphometh”, que foi reproduzida em diversas pinturas ao longo dos séculos com uma denominação peculiarmente curiosa, qual seja, “Trindade de Três Faces” (melhor achada em inglês por “Three-faced Trinity”), donde de longe se percebe o contexto correlato de todas as ideias de um “Baphometh” como representação de Hermes Trismegisto, apreciado naquela cultura de iniciação (“Batismo de Sabedoria”). Segundo José Armando Vizela Cardoso, alguém que tem bagagem e experiência acerca da matéria, as interpretações não são exatamente versadas no “Deus Pai, Deus Filho, Deus Espírito Santo”, motivo pelo qual, como um excelente paralelo atemporal, toda essa coisa “tricéfala” se findou supostamente no Concílio de Trento, também através do Papa Urbano VIII e Papa Bento XIV (excetuado os excertos conciliar que compõe o Catecismo Romano, os documentos pontifícios, inacessíveis, carecem de confirmação), motivo pelo qual a nata do ocultismo criou outra aberração para exaltarem o que é posto agora como “Baphometh”.
5. Afinal, qual seria então o motivo de dedicar um parágrafo inteiro à figura Baphometh e antes ao dadaísmo? Se você ainda não notou, observe como simples questões artísticas são enormes desvios do verdadeiro combate, qual seja, negação de Deus. Enquanto o movimento “Dadá” demonstra ser possível sim subverter valores estabelecidos na sociedade, simpatizantes e membros iniciados em ordens iniciáticas admitem sem qualquer problema a relativização da Santíssima Trindade, desde sua humanização grotesca (“Three-faced Trinity”) até reconvenções, onde a tríade também poderia representar o “passado, presente e futuro”, “reinos mineral, vegetal e animal”, “mente, corpo e espírito” ou mesmo divindades hinduístas, relacionadas ao Trimurti formado por Brahma, Vishnu e Shiva. Portanto, se no mundo existem possibilidades que vislumbram deuses, então dizer só existir um apenas na Igreja Católica, ainda mais sendo trinitário, para um pagão é o mesmo que “tentar justificar” o monopólio da religião, uma vez que Ela também se vale da base três em “analogia à divindade que cultua”, assim como há no paganismo perpetuado ou de outrora, concluindo como mera hipocrisia todo contexto sacrossanto. Nunca foi tão fácil ludibriar a humanidade com truques conceituais e perspectivas distorcidas. Assim é que o maligno consegue recrutar soldados acéfalos para formação de um exército de pecadores: distraindo os católicos com superficialidades enquanto formaliza como plano de fundo as estruturas que vão ampliar suas vontades, sendo a maior delas a destruição da espécie humana.

6. Antes de explicar como Satanás formaliza suas estruturas de operações diabólicas no plano terreno, vale dizer que ele, sem que possa ir contra Deus, atinge-o atacando sua criação mais amada, concebida como imagem e semelhança. Então ele ataca o homem, usando aqueles mais suscetíveis aos pecados mortais e criando ocasiões pecaminosas àqueles outros menos visados com pecados veniais, embora um grupo possa cometer aquilo que foi dito do outro. Todos esses desvios conduzem ao único um desfecho, que tem por fim matar ou morrer, portanto, seja como ação ou consequência da morte. Assim é que o Diabo é o primeiro homicida e o mentiroso por excelência. E a cultura no mundo de agora é justamente a mesma do dadaísmo: “destruição também é criação”. Afinal, para quem destrói e acha isso normal, trucidar um bebê no ventre se torna algo trivial, talvez poético. Destrói-se, desse modo, todo tipo de relação para a vida, desde a inocência das crianças, castidade dos jovens, rompendo casamentos pelos adultérios ou abandonos dos parceiros em dificuldades. Isso tudo gera instabilidade à geração – quando gerados, problemas na educação cristã acontecem. Além disso, inúmeros obstáculos são colocados para fazer diminuir a vontade de viver ou gerar, donde o suicídio só cresce em estatísticas oficiais de governos, assim como abortos e eutanásias. Todas essas coisas são criações, mas que são próprias para destruir – “Dadá”.
Em suma, toda moral cristã, para uma lei dessa, capaz de tornar o aborto uma opção, acaba sendo anticristã – e o Estado é o anticristo!
7. Ideologias nascem entre poucas pessoas, que não apenas rejeitam Nosso Senhor e a Igreja Católica, mas por Ele têm sentimentos profundos de puro ódio. Ir contra Deus é pecar, algo que todo católico ao menos uma vez já fez, embora ao receber o sacramento da confissão por genuíno arrependimento e vontade de correção possa reatar Sua amizade. Os ideólogos não apenas pecam, pois, como para eles tudo é certo numa concepção de libertinagem minimamente convencionada, qualquer divindade que imponha limites é perversa, tirânica, escravista etc. Apesar dessa falsa lógica, se os vanguardistas, progressistas, revolucionários se mantivessem em grupos, círculos, seitas, poucos seriam os obstáculos projetados ao mundo. Acontece que tais vontades de destruição, sobretudo da fé, extrapolaram as barreiras de poucas mentes e agora estão se tornando leis dentro de diversos Estados, obrigando quem quer que seja respeitar o repudiável. Em suma, toda moral cristã, para uma lei dessa, capaz de tornar o aborto uma opção, acaba sendo anticristã – e o Estado é o anticristo!

8. Parece uma afirmação extraída de um filme desses de terror, porém, perceba o raciocínio: se os Estados no mundo inteiro se encaminham para tornarem práticas abortivas normais, como sendo “profilaxias” (subversão terminológica para ressignificar o assassinato de bebês), inclusive entendendo que Satanás é o homicida por excelência, aquilo que for contra Cristo é anticristo. As pessoas não vão declarar assim, mas vão compactuar com leis que têm por morte opção para vida – e o dadaísmo, que diz que “destruição também é criação”, parece ser uma constante. Como essa ideia é vendida pelo Demônio? Em mídias sociais, observe reprises de propagandas de preservativos, onde uma criança faz birra dentro de um supermercado e a mãe não consegue controlá-la. Logo depois aparece a marca de preservativo, subliminarmente afirmando que tal situação não existiria se aquela mulher tivesse tido relações sexuais com uma pessoa que usasse aquele produto. Alguém poderia alegar: “ah, mas ela não incentiva o aborto”. Verdade, embora deixe muito claro também: “não tenha filhos”. Se os Estados ao redor do planeta consentem legalmente com métodos abortivos, propagandas de clínicas especializadas passarão a propagandear seus serviços. Então, falhando uma coisa, tem-se outra. O que é impressionante é que a estratégia da subversão não falha. Claro! Sempre tem por alvo a vida e a mentira é o veículo principal dessa mensagem.
Inventar de ir contra o sistema demoníaco instaurado sem ter virtudes que somente se encontram na fé no Filho de Deus é render-se ao inimigo.
9. Portanto, esqueça o Baphometh! Enquanto o combate não for travado no campo de batalha, jamais o Demônio terá oponente. Claro que você não vai lutar contra Satanás, mas sim Jesus Cristo, que se faz presente em cada um quando toma sua cruz e O segue. Em um mundo com Nosso Senhor, combater as mazelas causadas pelo neopaganismo ou ideologias anticristãs depende de toda ação concreta do homem no próprio meio, pois, parado, pouco ou nada acontecerá de proveitoso. Isso não quer dizer que todos devam ser iguais ou fazer as mesmas coisas. Cada qual deve se colocar em conformidade com os dons que Deus deu, inclusive no lugar onde Ele pôs. Depositar toda fé na Igreja Católica, mesmo que sua hierarquia esteja passando por problemas, pois nunca será pecadora a Esposa de Cristo, mas sim aqueles que vão contra Sua majestade, especialmente se do clero forem. Para tudo isso Deus se faz em oração. Orar, orar, orar para agir orando! Santificar no trabalho, estudando, praticando um esporte etc. Jamais negar o Criador! Quem estiver na linha de frente, entregar à Nossa Senhora, quem pisa na cabeça da serpente. Inventar de ir contra o sistema demoníaco instaurado sem ter virtudes que somente se encontram na fé no Filho de Deus é render-se ao inimigo. Certamente, seria ótimo trazer filosofias e estratagemas que pudessem reverter essa situação ou empoderasse quem quer que seja com táticas mentais e conhecimentos avançados, mas não seria nada prudente, pois essa guerra é contra forças que dependem de toda fé no Pai, Filho e Espírito Santo. Mesmo que uma boa composição estratégia fosse feita e milhares de soldados se alistassem para essa investida, sem que primeiro se tenha a certeza de que as vitórias são também permissões d’Ele, apenas morte continuaria sendo o resultado, neste caso anteriormente ao início dos confrontos, pois aquele que acha ter poder sem ter sido dado por Deus, morreu bem antes de chegar no campo de batalha.
    Para referenciar esta postagem:
ROCHA, Pedro. Baphometh não Está no Campo de Batalha! Enquirídio. Maceió, 30 jun. 2023. Disponível em https://www.enquiridio.org/2023/06/baphometh-nao-esta-no-campo-de-batalha.html.

Postar um comentário

Botão do WhatsApp compatível apenas em dispositivos móveis

Digite sua pesquisa abaixo