Ferdinand Bol. Governadores da Guilda dos Comerciantes de Vinho. |
Negar a validade papal foi apenas o começo daquilo que segue atualmente por insistência da mente humana em comunhão consigo mesma, sendo corpo e cabeça ao mesmo tempo!2. Sucessão apostólica, como se sabe, inexiste no protestantismo. Lógico que quando abordam o assunto, apesar de usarem a Bíblia no intuito de refutar a Santa Igreja de Nosso Senhor sem pudor algum, especialmente ao retroagirem ao Velho Testamento, esquecem a retroatividade necessária para chegar no momento histórico da reforma e o descarado objetivo político de reinados em destronar o Santo Padre. Negar a validade papal foi apenas o começo daquilo que segue atualmente por insistência da mente humana em comunhão consigo mesma, sendo corpo e cabeça ao mesmo tempo! Assim é que o preceito de só as Sagradas Escrituras e o sustento da fé em si mesmo prosseguem na pós-reforma.
3. Mesmo os reformadores achariam loucura aquilo que foi sendo criado até agora, embora não possam ser isentos da perversidade que fizeram em proveito de interesses umbilicais. Acontece que desde a reforma os protestantes têm buscado cada vez mais sustentação no Antigo Testamento, excluindo-se um ou outro livro, como se sabe, visando uma teologia que poderia ser tão somente interpretativa do ponto de vista humano, mas que não traria nenhuma razão sobre o Evangelho de Nosso Senhor. Não à toa, aproximadamente cem denominações protestantes coexistem no Brasil atualmente, cada qual difundindo sua interpretação sobre Jesus Cristo.
4. Aliás, quando o assunto é tratar do Novo Testamento, como isso pode ser feito sem antes consultarem as normas caducas dos preceitos mosaicos para legitimarem aquilo que falam como sendo resultado da fé? Excluem Nosso Senhor por completo, assim como faziam os judeus recém-convertidos ao cristianismo, imensamente reprovados por São Paulo. Segundo Dom Henrique Soares ao conduzir os católicos numa profunda meditação sobre a Epístola aos Gálatas em A Liberdade para a qual Cristo nos Libertou, livro publicado pela editora Cléofas, explica que uma Nova Aliança se concretizou através de Nosso Senhor, ou seja, rememorando que aquelas leis divinas confiadas a Moisés foram violadas pelo povo escolhido, que não deram ouvidos a Deus e continuaram pecando contra sua vontade, sendo necessário se fazer carne, cumprindo as profecias (muitas vezes negadas pelos protestantes no intuito de concederem uma sobrevida ao Velho Testamento), sobretudo para salvação última baseada tão somente em Jesus Cristo, aquele que veio para tirar o pecado do mundo inteiro.
5. As necessidades para isso geralmente se baseiam em questões muito pessoais, sendo as comuns, dentre tantas, controle e autoproclamação. Primeiramente, controlar as ovelhas é importante na visão materialista de algumas denominações protestantes, tanto para vazão de dízimo quanto para arranjos entre membros, como um tipo de rede social real. Disto é que o protestantismo se afasta da Santa Igreja por ela ser amplamente contra ao clericalismo, especialmente através do Concílio Vaticano II, atacado até mesmo por católicos hipócritas, que por tal instrumento seguem com cismas, achando que são legitimados a romper na Tradição, igualmente os luteranos, calvinistas, presbiterianos etc. Adiante, pastores, como são tidos, assumem, cada qual, espécie de pontificado próprio, independente. Fazem aquilo que querem sem impedimentos, exceto por aqueles que controlam em nível acima – controlar é fundamental ao crescimento da denominação. Observe que mesmo que acusem o Santo Padre de querer controlar (através da história que contam segundo suas próprias convicções ao ignorarem os inúmeros fatos opostos àquilo que dizem), jamais no catolicismo a obediência (detestada pelos reformadores), primeiro, poderia ser confundida com subserviência clerical, exceto entre membros da hierarquia, mesmo assim no sentido da ordenação, donde um antigo ensina ao mais novo (exceto Lutero por ter nascido sabendo de tudo já – perdão, mas foi inevitável a sátira); depois, nenhum cristão se submete a vontade humana, mas tão somente do Evangelho e a Tradição da Igreja Católica, que não são coisas diferente, mas uma apenas, donde aquele subsistiu aos séculos dos séculos por subsistência desta – e é justamente por tal realidade que se faz necessária também sua exclusão tradicional ao sucesso do protesto.
Longe de julgar, mas não existe cristianismo onde Jesus Cristo seja decorrente de um sentimento que ora existe, mas ora não, condicionado a mudanças de humor ou afirmação de si em primazia.6. Excluir a Santa Igreja (corpo) de Jesus Cristo (cabeça) é promover uma espécie de lenda, assim como aquela do cavaleiro descabeçado. Como em sã consciência alguém segue a própria cabecinha e ainda assim se identifica cristão? Longe de julgar, mas não existe cristianismo onde Jesus Cristo seja decorrente de um sentimento que ora existe, mas ora não, condicionado a mudanças de humor ou afirmação de si em primazia. Noutros termos, inexiste uma religião cristã sem que Nosso Senhor seja único e insubstituível Sumo Sacerdote, origem das origens e causa das causas. Portanto, autoafirmar-se ao passo que coloca Nosso Senhor em segundo plano, atrás do Velho Testamento, significa absolutamente qualquer coisa, exceto ter ser membro da Nova Aliança, pois está na velha, defasada, obsoleta. Ninguém jamais encontrará salvação no Antigo Testamento.
7. Mentem, tremendamente, quando recorrem às Sagradas Escrituras e fazem do Antigo Testamento não memória da Palavra de Deus, mas por substituto do Novo Testamento, continuando as práticas judaizantes na subversão da Tradição tão somente para negarem a Santa Igreja. Assim sendo, ignoram por completo a comunhão de todos os santos, mesmo que Calvino jamais a tenha negado. Mesmo Lutero, quando o assunto é ordenação, segue a Igreja Católica, enquanto as denominações protestantes viabilizam mulheres como pastoras, uma vez que inexiste nessas qualquer necessidade sacerdotal, mas tão somente de serviços para Deus. Na verdade, absolutamente tudo no catolicismo é errado ao protestantismo! Porém, fale para qualquer desses que vai esquecer que foi católico para fundar um lugar de culto: na hora os bispos e papas dessas vão surgir para dissuadir tal ideia radical.
8. Significa que qualquer protestante é exatamente desse jeito? Jamais! Existem pessoas que realmente foram parar no protestantismo justamente pelos problemas que persistem no catolicismo, que vai virando sob pretextos carismáticos em denominações igualmente os batistas, anglicanos, neopentecostais etc. Exemplificando, muito em breve os católicos vão utilizar distintivos: “eu sou católico, mas da comunidade tal”; “sim, sou católico, mas da renovação não sei das quantas”; “ah, mas eu sou católico, só que da teologia XPTO”. Parece que não sabem o significado daquilo que são: universal. Essa coisa de se distinguir soa igualmente aquele que diz ser humano, mas não qualquer desses; algum especial. Perceba que nenhum cristão precisaria de indicação se vontades, ímpetos pessoais, tivessem sido abandonados. Muitos concílios aconteceram para conter impulsos assim, porém, diante de um contexto de nítida propensão política, alguns desses conseguiram germinar e florescer, mas não sem causar grandes problemas, donde um erro lá atrás no tempo se tornou catástrofe atualmente. Mesmo Papa Francisco realiza uma distinção entre Lutero e luteranos, donde estes estariam buscando a Nosso Senhor, enquanto aquele, visando um contato surreal junto ao divino, acabou em heresia (segundo as visões da beata Irmã Maria Serafina Micheli, estaria ele realmente no Inferno – revelação íntima, mas não doutrinal), explicando também que não poderia dizer quem estaria realmente junto ao mentiroso no plano infernal, sendo certo àquele que rejeitam por completo a necessidade de Deus.
Como todo trabalho da Santa Igreja é voltada à santidade, apreciar no protestantismo qualquer cristianismo relativizado é caminho de desvirtuação aos propósitos de Nosso Senhor.9. Então os protestantes não vão direto ao Inferno? Claro que não! Mesmo o Santo Padre não poderia afirmar tal coisa – embora não relativize os pecados. Segundo o ponto 1.035 do Catecismo da Igreja Católica, aqueles que morrem em pecado mortal vão diretamente às profundidades infernais, rompendo totalmente para Deus. Contudo, pouco mais adiante, através do parágrafo 1.037, jamais nos planos d’Ele existiriam predestinados a sentença eterna, reservada tão somente àqueles que negam Ele até morrerem. Mas por modus operandi, protestantes podem não atingir a santificação necessária para irem direto ao Paraíso. Como todo trabalho da Santa Igreja é voltada à santidade, apreciar no protestantismo qualquer cristianismo relativizado é caminho de desvirtuação aos propósitos de Nosso Senhor. Protestar, portanto, corresponde a ofensa quando voltada ao Velho Testamento, especialmente por encaminhar os “crentes” ao judaísmo disfarçado, quando mesmo o desvelado é superado, suplantado, sobrepujado. Verdade seja dita: existiu uma aliança, mas não durou muito, pois veio Jesus Cristo para atar laços, não dos que apenas guardam o livro, mas dos que vivem segundo o Espírito Santo na mensagem viva do Pai na Paixão, Morte e Ressurreição do Filho, aqueles que tirou o pecado do mundo. Bom que Dom Henrique Soares já alertava sobre, igualmente tantos papas, bispos e padres. Para referenciar esta postagem: ROCHA, Pedro. Na Velha Aliança Não Tem Santos. Enquirídio. Maceió, 13 mai. 2022. Disponível em https://www.enquiridio.org/2022/05/na-velha-alianca-nao-tem-santos.html.
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