3.1.22

Fé e Razão como Rodas de uma Carroça

Jesus Cristo instruía por analogias, não totalmente, mas constantemente: excelente maneira de explicar situações complexas em pouquíssimas palavras. Assim sendo, através deste simples recurso, conseguir-se-ia resumir a Santa Igreja em termos de identidade católica? Como está o laicato (e sacerdócio) atualmente?
Pescador e Carroça Puxada por Cavalo em um Bom Dia de Pesca
Willian Feorge Frederick Jansen. Pescador e Carroça Puxada por Cavalo em um Bom Dia de Pesca.
1. Alguns se seguram na fé; outros na razão. Poucos juntam uma coisa na outra em virtude de um catolicismo em curso certo. Admita a identidade católica como sendo uma carroça. Nosso Senhor é o Caminho, evidentemente. Porém, apesar da estrada estar completamente sinalizada, balizada, pavimentada, ainda assim o carroceiro tende a errar o trajeto.

2. Imagine o carroceiro sendo a própria alma humana. Quais motivos o levariam a hesitar o Caminho? Descrença, pensaria alguém, mas não entre católicos. Então, quais motivos podem ensejar os desvios? Também não adiantaria culpar o cavalo, neste caso representando os ímpetos, as vontades, os esforços, plenamente direcionáveis.

3. Pensa-se numa carroça cujo eixo liga duas rodas: uma da fé, outra da razão. Quando uma trava, outra continua, ocasionando desvios que precisam ser corrigidos através dos ímpetos, das vontades, dos esforços, ou seja, reconduzindo o cavalo ao Caminho para compensar o problema até que uma manutenção seja realizada.

4. Porém, alguns carroceiros ignoram os travamentos, gerando um desgaste enorme no cavalo ao ponto de em algum momento não conseguir mais corrigir tal problema apenas tentando reconduzir a carroça ao Caminho. Assim sendo, inicia-se um trajeto que tende a sair do trajeto e a realizar voltas, círculos, rodeios, por uma das rodas, agora, apenas servir como pivô enquanto a outra continua girando, porém, independentemente. Quantos católicos não estão exatamente desta maneira atualmente? Travados!

5. Estar na fé, porém, sem uma razão (vice e versa), significa tentar conduzir uma carroça com uma roda apenas através de um Caminho reto. Mesmo o cavalo, representando os ímpetos, as vontades, os esforços, sozinho, jamais conseguiria retornar ao trajeto, motivo pelo qual o carroceiro não conseguirá parar de girar.

6. Deve-se lembrar ainda que quando são colocadas bagagens sobre a carroça, sendo estas analogias aos conhecimentos, informações, experiências, caso uma das rodas ainda esteja travada, todo o peso apenas favorecerá uma destas, piorando a condução e prejudicando o alinhamento ao Caminho.

7. Assim é possível pensar enquanto leigo e/ou sacerdote: será que estou numa carroça com rodas ajustadas ou alguma destas está travada? Quando temos por objetivo seguir no Caminho, precisamos facilitar o trabalho do cavalo, ou seja, dos ímpetos, das vontades, dos esforços, sendo um carroceiro sensato, íntegro, honesto.

8. Queremos, enquanto carroceiros, almas humanas, carregar na carroça, ou seja, nossa identidade católica, conhecimentos, informações e experiência ao Caminho. Para isso, dispomos sempre de duas rodas: uma da fé; outra da razão. Quando uma trava, outra continua, restando evidente o desvio do trajeto.
Portanto, avaliar a Santa Igreja é realizar uma avaliação de si mesmo, sobretudo da própria identidade católica.
9. Portanto, avaliar a Santa Igreja é realizar uma avaliação de si mesmo, sobretudo da própria identidade católica. Realizar um exame sobre a carroça e o carroceiro. Fazer uma avaliação sobre as bagagens que transporta, sobre as condições do cavalo e o essencial: as duas rodas, fé e razão, estão ajustadas?
    Para referenciar esta postagem:
ROCHA, Pedro. Fé e Razão como Rodas de uma Carroça. Enquirídio. Maceió, 03 jan. 2022. Disponível em https://www.enquiridio.org/2022/01/fe-e-razao-como-rodas-de-uma-carroca.html.

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