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| Frederic Edwin Church. Cristão nas Fronteiras do Vale das Sombras da Morte, o Progresso do Peregrino. |
2. Na Mansão dos Mortos VI, questionou-se no fim da publicação se na ausência de consciência sobre a visão de Deus isso muda, pelo que essa resposta se encontra no décimo sexto parágrafo da Constituição Dogmática Lumen Gentium, lembrando dos batismos de desejo e sangue, ensinados na Tradição da Igreja Católica. Constituição Dogmática Lumen Gentium (Vaticano).
3. Negar que exista um dessas duas formas de Batismo é heresia feeneysta, relativa ao Padre Feeney (1897-1978), que, nestes termos, certamente não reconheceria a canonização de Santa Emerenciana, catecúmena que foi martirizada por ser católica, motivo pelo qual, assim sendo, recebeu ambos os batismos: desejo e sangue.
4. Disto é visto que existem Batismos no plural: pela água; pelo desejo; pelo sangue. Essas formas são tão graves à mansão dos mortos que, sem tal relação, também seria complexo o que diz o Evangelho de Jesus Cristo segundo São Marcos: “Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado.” (Mc 16, 16).
5. Como não pode crer uma criança por razões da idade, estaria condenada ao morrer assim, sobrando-lhe tão somente o Batismo pela água. Contudo, seria salva? Afinal, parece que ela precisaria crer e ser batizada para isso. Mas por Santa Emerenciana, sabe-se que as pessoas não batizadas, porém, desejosas do sacramento, podem ser salvas.
6. As crianças que morrem, neste ponto os bebês, por exemplo, sem que tenham recebido o Batismo e aquém do desejo de serem batizadas, conforme já disposto em Mansão dos Mortos II, seguem para “dimensão” de “infernos” em situação de “limbo”, que não poderia ser idêntica àqueles no seio (meio) de Abrão (Lc 16, 22).
7. Ao certo, diante de tantas colocações acerca de pelo menos dois “limbos”, das crianças que morreram sem receberem o sacramento do Batismo e daqueles no seio (meio) de Abraão, conclui-se que as definições de “dimensão” e “situação” auxiliam perceber questões de Juízo Final sobre dois lugares: um dos mortos; outro dos vivos.
8. Se quem falou, no caso o rico avarento, diretamente com Abrão nos “infernos” enquanto “dimensão” não podia mudar de lá para cá, ou seja, da “situação” de “inferno” para “limbo” (Lc 16, 19-31), parece inexistir óbice algum no traslado das almas pelos “limbos” no plural — um dado para mera constatação.
9. Mas não à toa toda essa concepção sobre “limbo” podia sofrer abreviações mais peremptórias se observadas as disposições da cruz, quais sejam, aqueles que afirmam que não existe mais espera às almas, posto que por Jesus Cristo, ou se desce aos “infernos” ou se sobe ao Reino dos Céus.
Para referenciar esta postagem: ROCHA, Pedro. Mansão dos Mortos VII. Enquirídio. Maceió, 08 dez. 2025. Disponível em https://www.enquiridio.org/2024/11/mansao-dos-mortos-vii.html.
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