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| Cavalos em uma Tempestade. Sawrey Gilpin. |
2. Contudo, concluir que elas não são para casar? No mínimo é afirmar que ninguém pode repensar gostos ou hábitos. Na verdade, parece uma questão mais pessoal do que um tema moral, como se fosse um requisito próprio de aceitação: “mulher de piercing na barriga, ou tira, ou fica solteira”. Parece até uma maldição — e é!
3. É que o entendimento de um troglodita iguala mulher à posse, como fazem tanto os talmudistas, desde a queda do Segundo Templo, quanto os sarracenos, como se casar fosse mera condição jurídica perfeita (concluída desde o início, inclusive por arranjo) e o relacionamento não fosse uma construção voltada para o alto, para Deus.
4. Aquele que diz que “mulher casada tem obrigação de servir seu marido”, ou se vê também na expressão “homem casado tem obrigação de servir sua mulher”, ou se vê como mero hipócrita, pois Deus quer homem e mulher servis na messe, donde se um desejar ser maior que outro, então logo será menor no Reino dos Céus.
5. Homens e mulheres, em um mundo de subversões, encontram confusões como “costurar é coisas de mulher” e “cortar capim é coisa de homem”, quando um ou outro pode fazer isso ou aquilo se preciso, pois, mediante a supressão da “masculinidade” na exaltação da “feminilidade” (vice e versa), o que é aferível como fato?
6. Antes de tratar do fato aferível, um homem pode costurar? Hugo Boss (1885-1948) diria que sim, mas não vamos trazer uma opinião nazista (certamente antifeminista). Já as Mulheres que capinam, apenas fazem assim por uma concepção patriarcal? Algumas Irmãs Capuchinhas da Fraternidade Santa Bakhita, em Moçambique, discordarão.
7. Fato aferível é o surgimento de sociedades misândricas e misóginas, essencialmente autodestrutivas, que não entendem nem mesmo a natureza humana. Assim sendo, se um “homem” repudia uma mulher por ter piercing na barriga ao invés de observar seu caráter, termina criando um pretexto para objetificar a pessoa em função do objeto repudiado.
8. Noutros termos, projeta suas próprias limitações, generalizando o que não é passível sequer de julgar só de vista, ao ponto da conclusão “mulher de piercing na barriga não é pra casar” significar que a sua autopercepção como puro sangue, “homem”, nada mais quer dizer além de refletir as ideias de burros, cujas vistas estão tapadas por antolhos.
9. Se as mulheres continuarem recorrendo a trogloditas para tratarem seus problemas, ainda que sejam implantados por tais, não vão entender o que é que são, nem vão compreender os homens de verdade quando estiverem diante de um. Ficarão presas em um “imaginário” de “bolha cristã”, que têm transformado fé em marketing. Para referenciar esta postagem: ROCHA, Pedro. Um Puro Sangue com Ideias de Burros. Enquirídio. Maceió, 24 dez. 2025. Disponível em https://www.enquiridio.org/2025/12/um-puro-sangue-com-ideias-de-burros.html.
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