14.12.25

Harry Potter e o Paradigma Cultural

Em Bruxaria de Harry Potter em Provas Gráficas, verificamos as influências desta ficção na realidade em pesquisas feitas pelos termos “Harry Potter”, “Magia”, “Bruxa”, “Aborto”, “Feminismo”, embora seja preciso realizar uma análise mais precisa para concluir tal assunto, que é o que será feito neste artigo.
Jusepe de Ribera. Hécate: Procissão para um Sábado de Bruxas.
1. Os gráficos abaixo relacionam os níveis de interesses em pesquisas realizadas no Google a partir de janeiro 2014 até novembro 2025, ampliando em alguns meses as métricas já demonstradas com justificativas em Bruxaria de Harry Potter em Provas Gráficas. Também é importante lembrar que partimos da seguinte premissa: “Harry Potter”, enquanto obra ficcional, teria o poder de influenciar as pessoas a fazerem buscas a respeito de “Magia”, “Bruxa”, “Abordo”, “Feminismo”, que por sua vez conduziriam os interessados ao menos às culturas neopagãs, embora não foram constatadas incidências relevantes para palavras como “Wicca” ou “Bruxaria”, tanto no caso brasileiro, quanto no português, uma vez que tais métricas são obtidas para os dois países por causa do idioma em comum, o que é interessante em termos de maiores parâmetros:
2. Diante desses gráficos, certamente a primeira coisa a fazer é entender esses picos. Para isto, procuramos perceber os momentos das ocorrências, ficando evidente o seguinte: todas as altas em pesquisas pelo termo “Bruxa” (linha amarela), excetuando-se março de 2016, ocorreram no mês de outubro para todos os anos, de 2014 até 2025, justamente na época de Halloween, e; quando as buscas sobre “Harry Potter” (linha azul) encontram um mínimo declive, voltaram a crescer neste mesmo período ao subirem os interesses pelo assunto anterior, qual seja, “Bruxa”, que por sua vez mantém com “Magia” uma relação estável desde 2016, no caso do Brasil, e, no caso de Portugal, desde 2020.

3. Quando as pessoas buscam pelo termo “Bruxa”, ao invés de “Wicca” ou “Bruxaria”, significa que desejam entender o que é uma bruxa ao invés de saber como de fato elas funcionam, ou seja, as práticas adotadas. Assim sendo, encontram nas primeiras respostas, conforme mostradas no Google, definições como “pessoa que usa o sobrenatural para: investigar o futuro, ou fazer feitiços (encanto), ou causar algum mal”, segundo a “Wikipédia”, que por sua vez aponta apenas duas referências:
4. Embora a primeira referência já cite as definições do Oxford English Dictionary — OED, perceba que ela foi priorizada, ao invés do mostrado naquele dicionário inglês, no intuito de ocupar algum espaço na Wikipédia com ideologia feminista, pois este verbete, mesmo até meados de novembro de 2023, iniciava-se pelo parágrafo “O termo bruxa é geralmente retratada no imaginário popular como uma mulher antiquada, com nariz grande e encarquilhada, exímia e contumaz manipuladora de Magia Negra e dotada de uma gargalhada terrível”. Depois, ainda naquele mês, daquele mesmo ano, ele recebeu a seguinte introdução: “No ocultismo, bruxa(o) é uma pessoa que usa o sobrenatural para: investigar o futuro, ou fazer feitiço(encanto), ou causar algum mal. Sendo também um adjetivo que representa ‘feia’ ou ‘mal-humorada’.”, deslocando a narrativa do “imaginário popular” ao “ocultismo”, atrelando este contexto àquela referência já destacada, que é uma notícia que relaciona Dia da Mulher com bruxaria:
5. Inclusive, notícia de um portal da Universidade Federal de Uberlândia — UFU, que não deixou passa a oportunidade de recomendar “A Feiticeira”, do protestante Jules Michelet, e o panfleto político em forma de livro chamado “Mulheres e Caça às Bruxas”, da feminista Silvia Federici. Também listou “O Martelo das Feiticeiras”, de Heinrich Kramer e James Sprenger, que por si só corrobora as narrativas ideológicas progressistas (do ponto de vista em que se faz provas contra a Santa Igreja), embora seja uma obra infame, ardilosa e anticristã por sua patente oposição ao Evangelho de Jesus Cristo. Por tal prática, vemos um modus operandi relativo ao controle de narrativa, que por sua vez persegue conteúdos de grande adesão, como é o caso de “Harry Potter”, que por ser altamente interessante, conforme as pesquisas comparativas no Google Trends, torna-se útil às pautas de um pensamento feminista que não alcança qualquer expressividade por sua própria energia, motivo pelo qual precisa parasitar certos assuntos para chamar a atenção de um público até fisgar uma mente suscetível às versões que tratam desses temas, porém, de um modo enviesado. Portanto, o que é encontrado na Wikipédia não poderia merecer qualquer credibilidade, justamente por ser uma enciclopédia manipulável e amplamente ideologizada.

6. Voltando aos gráficos, não parece ser evidente “Harry Potter” ter relação com “Bruxa” ou “Magia”, muito menos aos termos “Aborto” e “Feminismo”. O que é presumível é o controle de narrativa baseado em assunto de grande procura, que por sua vez envolve sim tópicos comuns, mas que destes não se viu sequer a busca crescer para temas como “Wicca” ou “Bruxaria”, conforme já disposto em Bruxaria de Harry Potter em Provas Gráficas. Ao contrário, ao se aproximar o Halloween, as pesquisas no Google sobem nesta época para tudo aquilo que acaba sendo relacionado em noticiários, canais no YouTube e diversos perfis em mídias sociais. Ainda que uma parte das pessoas em um mundo neopagão possa manifestar grande apreço, esta festa termina sendo uma dentre tantas outras que são até piores, como é o caso do Carnaval, ao menos no Brasil, que já tem atrelada tanto à cultura nacional, como ao imaginário turístico, concepções banalizadas, especialmente pelo viés hipersexualizado. Contudo, ainda assim merece ser observada como fenômeno moderno, especialmente quando começa a significar interferência cultural, segundo os próximos gráficos, dispostos na sequência:
7. Embora “Harry Potter” ainda tenha alguma expressividade nos interesses portugueses em contraste ao de brasileiros, segue bem abaixo quanto aos picos, que antes eram altos, mas que, quando comparados com temáticas culturais, tornam-se realmente inferiores, embora não possam ser considerados irrelevantes, já que se trata de coisas da ficção em disputa de atenção em relação à realidade (no tocante às buscas no Google). Todavia, observe que “Carnaval”, mesmo no Brasil, mostra-se pouco relevante em comparação com “Halloween” e “Ano Novo” no período mais crítico da pandemia de COVID-19 (2021-2022), sobretudo pelas imposições de quarentena, chamando atenção a alteração ou equiparação das relevâncias nas pesquisas depois desse tempo, sendo, talvez, grande indicativo para mudança cultural.

8. Impressiona que “Carnaval” e “Halloween” representem interesses que aparecem quase iguais nas buscas no Google em Portugal. No Brasil, também é espantoso a diminuição entre picos para estas pesquisas. “Black Friday” foi ali colocado nos gráficos como parâmetro meramente comercial e revelou que por muitas vezes foi sendo incorporado culturalmente naquelas duas sociedades, certamente mais perante os portugueses do que com os brasileiros. Contudo, ao longo de um ano, por exemplo, nota-se as linhas azuis para “Harry Pottter” sempre maiores do que as palavras utilizadas neste comparativo em ambos os países, podendo significar participação (mesmo coadjuvante) na mudança de paradigma cultural, verificada de outubro de 2020 a fevereiro de 2021, quando “Halloween” (outubro de 2020) virou um termo com maior incidência de pesquisas, equiparando-se ao “Carnaval” no Brasil e superior em Portugal — o que é indicativo de outras coisas piores, como é a influência mercantil (neo)liberal, igualmente perversa se comparada ao socialismo ou comunismo, que põe tudo e todos como meros objetos descartáveis, disponíveis às empresas e/ou estados.
Nossa opinião se inclina às questões mentais, donde se se pode mudar ideias, também é possível transformar a existência.
9. Se “Harry Potter” influencia essa mudança de paradigma cultural, pode-se concluir que terminou sendo cooptado pelas narrativas neopagãs, notadamente anticristãs e contra a Igreja Católica, sobretudo quando relacionada às temáticas de “Magia” e “Bruxa”, sendo ainda preciso mensurar o impacto do evidente interesse em “Halloween”, que já não era discreto em Portugal, tornando-se estável no Brasil (enquanto volume de buscas no Google), aproximando-se em relevância de 1/4 (pré-pandemia) para 1/2 (pós-pandemia) se comparado com “Carnaval”, que já foi paganizada há muito tempo, quando na verdade se tratava de festividades que antecediam o período quaresmal. Há algo influenciando a realidade e a ficção. Se esta se confunde com aquela, significa tão somente que tal coisa, ainda sem saber o que é, supostamente, consegue subverter o real e o imaginário. Mas qual dos dois vem primeiro como alvo? Nossa opinião se inclina às questões mentais, donde se se pode mudar ideias, também é possível transformar a existência.

Postar um comentário

Botão do WhatsApp compatível apenas em dispositivos móveis

Digite sua pesquisa abaixo