Imagem por I.A. Retrato de René Descartes. |
- Investigação Cartesiana I (Enquirídio).
3. Argumentum ad hominem é a alegação contra a pessoa ao invés da ideia desta. Olavo de Carvalho afirma (aqui) que tal consiste em pressuposto para discursões e o motivo pelo qual se deve evitar discutir com, por exemplo, mentirosos inveterados — adiante se verificará se se poderia pensar desta forma ou se há maneira melhor para tanto.
4. Olavo de Carvalho, observando Papa Franciso como problema (aqui), “soluciona”: ignorá-lo. E o conceito subvertido de argumentum ad hominem, aplicando-se àquele que orienta católicos a ignorarem seu pontífice, conclui que debater com quem não pode ser “honesto, dócil à disciplina da prova” é “humilhar-se em vão diante de um trapaceiro”.
5. Quem disse (aqui) “ele não é Papa nem no sentido mais figurado do termo”, ao se referir ao Papa Francisco, jamais poderia ser mestre de católicos, sobretudo de pupilos ordenados, segundo o conceito subvertido de argumentum ad hominem. Como, então, discutir Descartes (metonímia?) através de reações que negam por não gostar?
6. Seria levar a sério algo como “gosto, logo existe” — e como gosto não se discute, surge disto um grupo que adere ao conceito das reações e o motivo de Padre Paulo Ricardo reclamar no programa Studiositas dos que somente repetem, mas sem sequer pensar, estudar ou mesmo discordar das posições oferecidas por ele.
7. Diante destas e outras é que o “Discurso Sobre o Método” se opõe contra ideias, “dóceis à disciplina da prova”, donde a dúvida surge como meio ao invés de um fim em si mesma, para que não encontrem progresso dicções como “Minta, minta, minta sempre. Alguma coisa ficará” de François-Marie Arouet (1694-1778) — vulgo Voltaire.
8. Portanto, pode-se notar um legado iluminista em diversas questões, inclusive naqueles que são contra essas ideias, sendo motivo também de prosperarem em escolas e universidades, donde o grande defeito não é uma ausência de combate por ocupação, mas uma incapacidade de identificar os problemas — por não lerem Descartes, talvez.
9. Por fim, nunca a culpa foi tão usada como bola de pingue-pongue: “Uma coisa de que me arrependo é de ter ensinado esses garotos da mídia a dizer ‘argumentum ad hominem’. Eles pensam que é insulto e o usam com a mesma habilidade com que esfregam sorvete na testa.” (Olavo de Carvalho, aqui).
Para referenciar esta postagem: ROCHA, Pedro. Investigação Cartesiana II. Enquirídio. Maceió, 21 jul. 2024. Disponível em https://www.enquiridio.org/2024/07/investigacao-cartesiana-ii.html.
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