Imagem por I.A. Ilustração Satírica de René Descartes. |
2. Se em alguma época o Bóson de Higgs for provado, restará provar o que é a prova à mesma partícula, ou seja, o que a faz ser o que é — e Descartes não estará errado, muito menos os tomistas ao preverem uma “regressão infinita, levando à destruição de toda ciência e conhecimento das coisas”, o que é uma brilhante conclusão!
3. Descarte, porém, dizendo que um rei poderia mudar suas leis, Deus, querendo, também poderia alterar tudo quando bem quisesse, contradizendo o que explicou ao padre Marin Mersenne (1588-1648), no início da carta de 15 de abril de 1630, ao nomear a Revelação propriamente de teologia e que não é seu objeto de estudo, mas sim uma metafísica. Carta de Descartes a Mersenne (UNICAMP).
4. Acontece que Descarte compreende as leis de Deus como eternas e imutáveis, mas que sua vontade é livre: aqui está o erro, pois esta liberdade não poderia ser indiferente com sua criação, que foi para Ele objeto do querer. Ao contrário, seria o Criador incoerente — e o motivo deste filósofo não ser teólogo, muito menos modelo de católico.
5. Todavia, explicando as experiências no “Discurso Sobre o Método”, diz que são necessárias quanto mais avançadas estejam, embora no começo vale usar as mais empíricas do que as mais raras sob pena de se enganar por não saber das causas comuns e circunstâncias amiúde particulares e pequenas, difíceis de notá-las.
6. O que o Descartes descreveu, relacionada com a não descoberta de um Bóson de Higgs (partícula que explicaria a origem das massas), é a consequência de tentar achar o que a Deus só cabe, ou se legitimaria “falar de Deus como de um Júpiter ou Saturno e o submeter ao Estige”, como está na carta remetida a Mersenne em 1630.
7. É a ausência do estudo da verdade que faz das universidades no mundo, especialmente no Brasil, um vasto pasto de asnos, sendo louvável o intento do programa Studiositas, motivo pelo qual todas as considerações neste Enquirídio sobre o assunto buscam mostrar uma perspectiva onde não seja possível duvidar.
Então a dúvida tem sua função, mas que foi subvertida. Este é o ponto! Subverter não significa duvidar, mas sim falsear.8. Imagine não duvidar da eficácia de certas vacinas e atribuir os efeitos colaterais aos desígnios de Deus se podem e devem ser provados por método, já que ao homem é possível por vontade divina — incoerente? Então a dúvida tem sua função, mas que foi subvertida. Este é o ponto! Subverter não significa duvidar, mas sim falsear.
9. Deus não está sujeito aos critérios da ciência porque Ele não foi concebido por uma mera ideia do homem. O que é teológico se beneficia do científico e este pela fonte daquele, pois nunca será avanço aquilo que destrói somente para contrariar a vontade divina, que é o Ser e seu desejo revelado em Jesus Cristo para toda alma n’Ele participar. Para referenciar esta postagem: ROCHA, Pedro. Investigação Cartesiana V. Enquirídio. Maceió, 31 jul. 2024. Disponível em https://www.enquiridio.org/2024/07/investigacao-cartesiana-v.html.
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