2. Harry Potter, que até apresenta uma perspectiva interessante da educação emulada por competições entre casas, como os jesuítas também fizeram nas escolas (tudo tinha propósito), de um ponto de vista geral, também lançou uma cultura de curiosidade que transpõe os textos da ficção para algo mais real — e a arte leva a culpa.
Preciso me preocupar?
3. Assim: nada me preocupa em relação aos que vestem túnicas e somem nas florestas para cozinharem em caldeirões. Preocupa-me os que são enganados e passam a subverter os ensinamento da Santa Igreja. Mas por Harry Potter? Não por uma obra como esta, mas por uma curiosidade que faz movimentar os inimigos da fé.
4. Você acha que a tal “Avada Kedrava” é maldição e “Alohomora” um encanto? Na realidade (lembre das pessoas que querem algo mais real), magia se dá contra a mente e muitas dessas são assim: “[...] a Divindade Suprema era equalizada com o masculino e o feminino... dividida em um Deus e uma Deusa” — “mas isto não quer dizer nada” — Não?
Mitificação na fé
5. Leia isto: “Nas várias áreas do desenvolvimento humano, vemos que essas representações [deuses] tornaram-se, para os antigos egípcios, Ísis e Osíris; para os hindus, Shiva e Parvati”. Continuo? Olha a magia... Pronto? Sim, salabim: “Para os cristãos, Jesus e Maria”. Ísis, Osíris; Shiva, Parvati; Jesus e Maria, pegou o código?
6. Não ia nem comentar, mas vou: há na Igreja Católica uma corrente que diz que Maria é corredentora, ou seja, redentora assim como Jesus. Papa Francisco já explicou que não existe este “quinto dogma” mariano. Aqui no blog há dois artigos sobre: este e este. Nossa Senhora é o modelo máximo da Santa Igreja, Theotókos, mas não poderia ser uma deusa.
A bruxaria e o neopaganismo
7. No neopaganismo, tratado por Joseph Ratzinger em “Ser Cristão na Era Neopagã”, lidamos com pessoas que desejam ver, além da ideia de liberdade e fraternidade, também uma igualdade entre o deus e a deusa, conforme “O Livro Completo de Bruxaria” de Raymond Buckland, cujas vendas não param de crescer na Amazon.
8. As bruxas se ocupam do “controle humano das forças da natureza por meio de um poder sobrenatural” e a “bruxaria é a ciência desse poder”, mas não acreditam no demônio, que é uma “invenção” da Igreja Católica, para elas, embora também não descrevam a sobrenaturalidade que intermedia os poderes que utilizam.
9. Sobre Harry Potter, J. K. Rowling, autora dos livros, não tem relação com a tal bruxaria e disse ainda que todas as religiões são representadas na obra; só não as de bruxos como Raymond Buckland. Fique à vontade para conferir as fofocas de internet, mas não deixe de ouvir os exorcistas da Santa Igreja se você se considerar um católico. Para referenciar esta postagem: ROCHA, Pedro. Caça às Bruxas — Cartas Inquiridas #02. Enquirídio. Maceió, 03 ago. 2024. Disponível em https://www.enquiridio.org/2024/08/caca-as-bruxas-ci-02.html. Pedro Rocha é católico, casado desde 2014 com Larissa Rocha – temos dois filhos na terra e um(a) com Papai do Céu. Tem por Joseph Ratzinger (Papa Bento XVI) especial admiração, bem como por Dom Henrique Soares. Devoto por São Tomás de Aquino. Aluno de Padre Paulo Ricardo. Bacharel em Direito e Design, cursa nas áreas de Semiótica, Gestalt, Behaviorismo e Simbologia. Mantém particular interesse sobre gêneses e declínios civilizatórios na antiguidade e reflexos na modernidade. Instagram. Siga o perfil do Enquirídio no Instagram. Threads. Acompanhe o Enquirídio também pelas Threads.
Postar um comentário