A Rosa de Lutero — C.I. #03

Gostaria de apresentar o bastidor das Investigações Cartesianas para tentar mostrar seu objetivo, uma vez que pretendem corroborar na compreensão do pensamento rosacruciano, que bem denuncia Padre Paulo Ricardo no programa Studiositas, mas por uma percepção de um ex-rosa-cruz.

1. Veja: se Descartes foi ou não rosa-cruz, honestamente, pouco importa, uma vez que seu trabalho, como de qualquer outro, interessando ao rosacrucianismo, sempre será subvertido. Contudo, aquela época do “renascimento” foi uma espécie de liquidificador que misturou um montão de heresias com paganismo para contrariar a Igreja Católica.

     O que é o rosacrucianismo?

2. Rosacrucianismo é sinônimo de Nova Ordem Mundial. As ideologias dos manifestos preveem uma reforma do mundo inteiro e o protótipo dessa coisa — que não deu certo nem a pau — foi lá na Boêmia, através do Frederico V e Isabel Stuart, corridos com rabo entre as pernas para Haia depois da surra que tomaram dos Habsburgos.

3. Olha que coisa: os manifestos rosa-cruzes surgem em 1614 e 1615, onde por fim surge o livro Casamento Alquímico de Christian Rosenkreuz em 1616, cujo teor homenageia a união de Isabel Stuart com Frederico V em 1613, coroado rei boêmio em 1619, porém, deposto à bicudas pelos católicos na Batalha da Montanha Branca em 1620.

     Protestantismo desde sempre

4. Isabel Stuart, que foi filha de Jamie I, patrocinador da tradução da Bíblia Sagrada que leva seu nome — “Bíblia King James”, caso não tenha ficado claro —, professava o protestantismo, igualmente Frederico V, herdeiro do Eleitorado Palatinado, que foi entregue à reforma por seu ancestral da Casa de Wittelsbach, João II, o que é engraçado...

5. João II foi até representante do imperador Carlos V, que por sua vez pouco fez contra Lutero, apesar do Édito de Worms de 1521, com sua declaração de catolicidade e o escambau, mas que foi parar na lata do lixo, pois dali para frente só cresce o luteranismo, inclusive no Eleitorado Palatinado por sucessão hereditária até chegar em Frederico V.

     Astrologia, alquimia e luteranismo

6. Vamos, então, direto ao pulo do gato ninja? Só “Gato” seria pouco, tem que ser “ninja”. É que o Casamento Alquímico de Christian Rosenkreuz foi escrito por um tal Andreae, luterano do chão ao teto, mas que era alquimista e astrólogo — afinal de contas, Lutero em “Conversas à Mesa” até faz elogios à “filosofia dos antigos”, qual seja: alquimia.

7. Sabe quem não elogiava a alquimia e a astrologia, chamando-as de pseudociências? Mersenne, sacerdote católico e matemático reconhecido, defensor de Descartes, que por sua vez só se correspondeu com Isabel, filha de Isabel, da Casa de Wittelsbach, em 1643 em Haia, para onde correu depois da surra em 1620. Seguem (aqui) as cartas desse tempo.

     Do "Colégio Invisível" à Royal Society

8. E a rosa-cruz? Então... Lá no “brasão” de Lutero, encomendado em 1530 pelo líder da Liga Esmalcalda. Porém, calma! Todo esse movimento rosacruciano era chamado de “Colégio Invisível”. Sabe onde ele finalmente ganhou visibilidade? Na Royal Society, onde entre os precursores estavam protestantes do Eleitorado Palatinado — coincidência?

9. Sabe onde está o Tribunal Penal Internacional, estabelecido pelo Estatuto de Roma? Haia, para onde correram os reformadores do mundo. Sabe quem não faz parte desse tratado? Vaticano. Sabe quem é doido para enfiar um papa na cadeia em um julgamento penal internacional pelos casos forjados pela infiltração LGBT no clero? Pois é...

    Para referenciar esta postagem:

ROCHA, Pedro. Pensamento de Torcedor — Cartas Inquiridas #03. Enquirídio. Maceió, 07 jul. 2024. Disponível em https://www.enquiridio.org/2024/09/a-rosa-de-lutero-ci-03.html.

Pedro Rocha é católico, casado desde 2014 com Larissa Rocha – temos dois filhos na terra e um(a) com Papai do Céu. Tem por Joseph Ratzinger (Papa Bento XVI) especial admiração, bem como por Dom Henrique Soares. Devoto por São Tomás de Aquino. Aluno de Padre Paulo Ricardo. Bacharel em Direito e Design, cursa nas áreas de Semiótica, Gestalt, Behaviorismo e Simbologia. Mantém particular interesse sobre gêneses e declínios civilizatórios na antiguidade e reflexos na modernidade.

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