12.5.24

Um Cavalo de Troia Chamado Madonna

Como um show pode horrorizar parcela de um país, mas não sua totalidade, sabendo que todos vêm de um mesmo berço cristão? Para entender esta divisão no Brasil é preciso compreender o processo de subversão em andamento — e a Madonna veio contribuir para este entendimento.
Giovanni Domenico Tiepolo. A Construção do Cavalo de Troia.
1. Inicialmente, cumpre explicar que tal análise é objetiva e procura tão somente mostrar que a “memória seletiva” é uma consequência dada pela exposição constante dos valores relativizados que subvertem a cultura e a fé em um país, pois Madonna, como ícone da música popular, sempre foi subversiva, motivo pelo qual, lembrando a controvérsia envolvendo o senador cristão de Santa Catarina, quem seja, Jorge Seif Júnior, qualquer espanto a respeito do show público feito (usando o dinheiro do contribuinte) na cidade do Rio de Janeiro, na noite de 4 de maio de 2024, decorre inevitavelmente de um processo de subversão, aplicado no intuito de se destruir as estruturas que sustentam uma civilização a partir de dentro, como se fosse um Cavalo de Troia — e o resultado não foi tão surpreendente em face do neopaganismo já adotado por parcela dos brasileiros.

2. Observando shows realizados de década em década, iniciando em 1985 pelo “The Virgin Tour” e finalizando entre 2019 e 2020 pelo “Madame X Tour” (interrompida pela pandemia de coronavírus), deve-se destacar algo constante no figurino da artista, utilizado por ela desde sempre: cruzes. Primeiramente como acessórios mais discretos, como brincos, colares e pulseiras, menos visíveis aos espectadores em eventos ao vivo. Depois, todos esses adereços cruciformes foram projetados do corpo ao palco a partir de 1990 — e o elemento mais significativo de tudo isso, dado pela predominância da dança de cunho erótico, é o aparente paradoxo forjado através da contraposição de representações estéticas, como masturbação e orgasmo, simuladas em “Like a Virgin”, e a zombaria disfarçada de respeito ao sagrado em “Like a Prayer”, quando a semelhança com certos cultos protestantes, inclusive pela musicalidade mais dançante, termina enganando parte da cristandade notadamente sem catequese e deveras inclinada ao cristianismo segundo a própria cabeça, que é uma forma de antropoteísmo para libertinagem em oposição à verdade católica por conter dogmas.

3. Depois da virada do milênio, durante a “The Confessions Tour”, com uma década repleta de discursos subversivos e a fixação estética da hipersexualização em contrastes simultâneo com as deturpações dos símbolos sagrados, os shows da Madonna se tornaram nitidamente anticristãos, rendendo-lhe supostamente “três excomunhões” — que é uma forma da mídia elevar seu caráter radical e associar tal numerologia aos acontecimentos bíblicos “trinitariamente” relacionados. Neste ponto, observe como a coisa opera: durante a apresentação no Rio de Janeiro, ela fez homenagens em um letreiro gigante instalado no palco, passando retratos de diversas pessoas, sobretudo de Santa Dulce dos Pobres, embora na mesma sequência que homenageou Ernesto Che Guevara. Na mentalidade democrática populista é assim: deve-se homenagear exemplos de santidade em pé de igualdade com representantes do diabólico. Dualidade própria da artista, como dito, sempre exposta ao mundo da mesma maneira desde 1985 ou pouco antes (vide os videoclipes dela na MTV, transmitidos no Brasil a partir de 1990, quando a emissora inaugurou seu sinal em UHF — precisava sintonizar manualmente na antena do aparelho de televisão).

4. As turnês entre 2010 e 2020 preservaram a mesma lógica de subversão: performances erotizadas; dualização no argumento estético, e; encenações sacrílegas. Entretanto, Madonna, por si só, não implica no mal do mundo, pois, para admitir tais subversões, requer que estejam as pessoas propícias a aceitarem esse conjunto de informações. Neste ponto é que a educação faz diferença, pois quem quer que seja, aquém da moral, diante da normalização da conduta criminosa e hipersexualização do comportamento, especialmente pelo constante empenho midiático e políticas de governos alinhados ao globalismo, termina achando um exagero quem afirmou ser satânico o show feito no Rio de Janeiro. Aliás, mesmo que maioria desses jornalistas de grandes portais de notícias “odeiem” o “sistema capitalista”, diante da má repercussão do “ritual de magia negra em céu aberto”, logo saem em defesa da artista e governantes daquele estado ao alegarem que aqueles milhões gastos do dinheiro do contribuinte gerou uma maior movimentação econômica. Assim sendo, se os benefícios se situam apenas no aglomerado financeiro, pode-se concluir que não interessa mais nada, além do lucro, onde isto significa poder aquisitivo e inevitável controle sobre os outros. E o problema não poderia ser dinheiro, lembrando que Papa Francisco, observando a calamidade no Rio Grande do Sul, enviou alguns milhares de Euros para ajudar aquela população, mas não só ele, como tantos empresários e a sociedade brasileira organizada por própria iniciativa — fato que vai ficar marcado na história brasileira!

5. As pessoas aceitam os horrores do show da Madonna sem questionar justamente por tal concepção de realidade deturpada e degradante já ter se integrado ao repertório cultural do país, tornando-se algo mais coloquial — e a questão é: como isso se tornou comum no Brasil ou mesmo no mundo? Talvez a resposta não seja tão intuitiva ou de “senso comum”, mas, por exemplo, indícios mostram que existe uma predisposição para normalização da subcultura hipersexualizada através do ocultismo, que é uma via prática para isso, incluindo a percepção de um poder de conhecimento que apenas o indivíduo iniciado ou prendado poderia possuir. É o que se vê na Carol Capel, quem influencia um milhão de seguidores no Instagram e dois milhões de inscritos no YouTube, responsável por abordar uma mistureba de “mistérios, inglês e finanças”, mas que, “analisando” aquele evento, “desvela” o “oculto” naquela artista enquanto realiza uma defesa sumária, dizendo que tudo ali não poderia ser satanismo, mas tão somente coisas que ninguém entende, exceto se iniciados ou se estudarem para compreenderem as simbologias cabalísticas etc. É que a influenciadora, compactuante de outros tantos iguais a ela, por exemplo, como Vicky Vanilla, “mestre luciferiano”, é a prova cabal daquilo que mostra Joseph Ratzinger, enquanto cardeal, através dos volumes “Ser Cristão na Era Neopagã”, pois, como visto pela cristandade de outrora, nunca o ocidente, sobretudo o Novo Mundo, foi tão inclinado ao paganismo como hoje.

6. Acontece que a era neopagã virou anticristã, aceitando o judaísmo (talmúdico e cabalístico) e o islamismo (com sua vertente mística no sufismo), incluindo todas as crenças em deuses, especialmente os subjetivos, como “G.A.D.U”, cujo significado maçônico é “Grande Arquiteto do Universo”, incluindo aqueles mais fraseados, como “o Deus da minha compreensão, o Deus do meu coração”, que é uma variação rosa-cruz do “namastê”, posto que tudo isso têm uma característica nitidamente comum, qual seja, rejeição a segunda pessoa da Santíssima Trindade, Nosso Senhor Jesus Cristo, que não seria nada além de um rabino, profeta ou sábio. E a ideia é muito simples, pois visa somente suprimir a Igreja Católica e consequentemente os dogmas que sustenta, diluindo a moral no mundo para que Carol Capel continue postando “nudes” enquanto se vangloria da riqueza que desfruta no país de São João Paulo II, qual seja, Polônia — hipocrisia é outro traço marcante nos anticristãos que usufruem da sociedade estruturada no cristianismo. Assim sendo, como isso se tornou comum no Brasil ou mesmo no mundo? Na época dos fariseus, “graças” aos fariseus; na época de Maomé, “graças” a Maomé; na época de Lutero, “graças” a Lutero; na época de Voltaire, “graças” a Voltaire; na época de Blavatsky, “graças” a Blabatsy”; na época de Crowley, “graças” a Crowley; na época do Osho, “graças” a Osho, e; na época de Madonna, “graças” a Madonna, apesar de possuir diversos concorrentes contra os cristãos.
Através da democracia é que o sujeito mais inclinado à implantação moral ou amoral se torna passível de eleição, que por sua vez pode ser forjada, manipulada, corrompida, ao gosto do freguês: Satã, no caso.
7. Entretanto, não foi Madonna, Osho, Crowley, Blavatsky, Voltaire, Lutero, Maomé ou os fariseus que inauguraram o anticristianismo. Satanás é o pioneiro nisso tudo! Pois tudo que ele precisa realizar é muito fácil: basta gerar descrença em Jesus Cristo como segunda pessoa da Santíssima Trindade que inevitavelmente negarão também a Igreja Católica, a Cátedra Petrina, o Novo Testamento, a Virgem Imaculada, a comunhão dos santos e a própria salvação. Agora a questão fica simples de entender, pois para isso tudo acontecer é preciso investir na imoralidade ou amoralidade. Neste ponto é que o Estado, diferentemente da concepção pessoal, encarnada, baseada em alguém caricato como um presidente dos EUA ou tirano russo, torna-se o anticristo por excelência, promovendo a cultura da morte de maneira legalizada e a guerra como forma de obtenção daquilo que não consegue pelo emprego da subversão centrifuga, que, como dito, tem por objetivo erodir a cultura de um país como um Cavalo de Troia, partindo de dentro para fora. Assim sendo, como fazer isso com reis católicos ou imperadores obedientes ao Romano Pontífice exercendo o poder nos países? Verdade! Então, “precisamos tirá-los do poder” — voilà! Vive la révolution! Através da democracia é que o sujeito mais inclinado à implantação moral ou amoral se torna passível de eleição, que por sua vez pode ser forjada, manipulada, corrompida, ao gosto do freguês: Satã, no caso. Portanto, somente os satanistas dirão que tal show não foi satânico, destacando-se os governantes do Rio de Janeiro, que são satânicos não por declaração (certamente se espantariam se soubessem que são), mas por imoralidade ou amoralidade.

8. Na democracia, exercida pela vontade da maioria contra a minoria, uma vez que, ao menos no Brasil, prerrogativa de Estado e vontade de governo se confundem, basta que maior parte da população seja subvertida para que todo país seja subvertido — e o show da Madonna indica uma das culminâncias desse longo processo. Mesmo um Senador da República por Santa Catarina, como Jorge Seif Júnior, que se diz cristão (pode até ser), conservador, terminou cedendo ao “encanto” da artista ao ir prestigiar seu culto a Satã no Rio de Janeiro. Depois ele buscou se perdoar com seu eleitorado, claro, mas não poderia jamais ter falado em púlpito público, dentro do Congresso Nacional, que não poderia imaginar o que é que aconteceria em cima daquele imenso palco, instalado na praia de Copacabana, donde maior parte dos fãs são pessoas que toleram e aceitam o anticristianismo com sua agenda de gênero, aborto etc. Já está perdoado, mas não necessariamente seus eleitores vão esquecer esse episódio.
Fazer valer o perdão, porém, jamais cooperando com o mal.
9. Por fim, toda a ideia sobre “memória seletiva” na verdade se confunde com o avanço do processo de subversão, onde para alguns as coreografias das dançarinas e o “Jacaré” do “É o Tchan”, que não fazem outra coisa além de evidenciar com gestos as letras de duplo sentido das “músicas” deste grupo (donde a maioria é cunho sexual, lógico), são tão inofensivas quanto as da “véia” no “cio” em cima de um palco. Enquanto os subversores atuam no Brasil, ao católico só há um caminho: Jesus Cristo. Se se distancia d’Ele, inevitavelmente se aproxima dessa pseudocultura satânica, autodestrutiva, que não tem nenhuma razão, muito menos moral, onde para um realizar suas perversões, melhor que todos assim sejam livres, iguais e fraternos para tanto quanto quiserem. Porém, isto não quer dizer que devam xingar ao agredir essas pessoas, que por uma “paralaxe cognitiva” se permitam às depravações como espectadores. Isso seria muito pior, pois quem segue Nosso Senhor, entende ou se esforça para entender Seu Evangelho, que tem que ser cada vez mais repercutido na sociedade brasileira em comunhão com a Igreja Católica. Fazer valer o perdão, porém, jamais cooperando com o mal.
    Para referenciar esta postagem:
ROCHA, Pedro. Um Cavalo de Troia Chamado Madonna. Enquirídio. Maceió, 12 mai. 2024. Disponível em https://www.enquiridio.org/2024/05/um-cavalo-de-troia-chamado-madonna.html.

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