15.10.22

O Pesadelo do Aborto

Tratar-se-á neste curto ensaio da questão do aborto, antecipando seus desdobramentos na sociedade brasileira e refletindo seus principais efeitos práticos, imediatos e remotos. Certamente não pretende aprofundar as problemáticas, mas não olvidará em apresentar um panorama do futuro do Brasil.
Ricardo I em Marcha para Jerusalém
John Henry Fuseli. O Pesadelo.
1. No Brasil, aborto é crime, exceto em alguns casos. Exceções que dependem de situações específicas, mas que não obrigam a prática, como pode advir da gravidez por estupro ou eminencia de morte da gestante. Os tribunais ampliaram as possibilidades estabelecendo precedentes jurídicos que dispensam as vontades dos legisladores.

2. As práticas abortivas são decorrentes da omissão ou má condução do Estado em políticas públicas de economia, educação e segurança. Raras vezes o Brasil cuidou do mercado, atualmente baseado no consumo instalado nos centros urbanos, permitindo a fragilização da sociedade sem uma capacidade produtiva que pudesse fomentar postos dignos de trabalho. Assim é que o ensino deixou de prezar a máxima formação de jovens em proveito de setores que dispensam a mão-de-obra especializada. Lógico que não são todos esses os desdobramentos econômicos e educacionais, porém, apenas através deste breve recorte é possível vislumbrar a insegurança que sem dúvida alguma contribui ao controle da população.
Se as pessoas receiam gerar filhos, parece mais cômodo afirmar que apenas não querem, embora não condiga em nenhum momento com a verdade.
3. Controle da população é a maneira do Estado esquecer os problemas de insegurança derivados da ineficiência econômica e incapacidade educacional, devolvendo à população aquilo que não deseja cuidar. Se as pessoas receiam gerar filhos, parece mais cômodo afirmar que apenas não querem, embora não condiga em nenhum momento com a verdade.

4. Verdade é que o Estado, assumido por governo ideológico, desejará o controle da população por motivo egóico. Observe que aqueles que possuem recursos vão continuar procriando enquanto os necessitados deixarão de formar famílias em busca de trabalhos, que vão ser, dentro de um programa estatizante, oferecidos justamente pelo causador de problemas.

5. Assim o aborto passará de simples permissão à grande oferta, donde, diante do mundo sensual, puramente inclinado à satisfação de prazeres implantados como armadinhas ao fomento do mercado, sobretudo de consumo, formar famílias e gerar filhos se tornará um empecilho a plenitude das experiências materiais por motivo egóico, como dito.

6. Mesmo o homem e a mulher, dentro de um sistema materialista voltado tão somente ao consumo, provocado especialmente pelas grandes potências do mercado, passarão de seres humanos à objetos descartáveis, originando uma cultura destrutiva, abortiva, homicida, embora tal não possa ser considerado como efeito imediato.

7. Imediatamente o aborto precisa de um sinônimo que amenize os efeitos mentais naquela que cometerá tal assassinato. Para não dizer crime, chamam-no inicialmente de “interrupção da gravidez”, tratando a gestação como patologia do corpo de quem possui em um órgão certo acidente biológico, como um câncer. Depois que tal acepção tomar o espaço da linguagem, ganhará alcunhas mais imediatistas, quais sejam, “profilaxia” ou mesmo “contracepção”. Assunto que foi abordado também em Tragam Seus Filhos para o Abate – confira!
Os necessitados continuarão desamparados e aqueles que conseguirem prosperar, assim como já fazem algumas famílias, independerão de políticas públicas, mantendo as estruturas como atualmente já se estabelecem.
8. De início haverá a adesão massiva ao aborto, sobretudo para remediarem os desejos carnais como a forma objetal que assumiram. Pleitearão tal procedimento ao Estado, que vai atender e alienar o Sistema Único de Saúde – SUS, que não suportará e depreciará as outras demandas. Médicos, enfermeiros e técnicos serão perseguidos se recusarem abortar. Vendo que não existe lógica em manter uma cultura alienada, especialmente às ideologias que envolvem a exacerbação da sexualidade, sobretudo nas crianças que conseguirem nascer diante deste sistema assassino, pouco ou nada poderão fazer contra o mercado acostumado ao paradigma dos humanos objetificados. Reduzirão os acessos das grávidas aos recursos estatais, aumentando o número de clínicas clandestinas e infelizmente o aumento de óbitos, mas não dos bebês apenas, mas sim das mulheres. Os necessitados continuarão desamparados e aqueles que conseguirem prosperar, assim como já fazem algumas famílias, independerão de políticas públicas, mantendo as estruturas como atualmente já se estabelecem.

9. Assim é que a falácia da legalização do aborto é apenas o desvio conveniente do problema estatal assumido por governo ideológico, que não enxerga nenhuma gravidade em tudo isso, mas uma possibilidade de continuar estabelecido no poder enquanto o povo se adeque às manobras que somente satisfarão os sequestradores e subversores do Estado.
    Para referenciar esta postagem:
ROCHA, Pedro. O Pesadelo do Aborto. Enquirídio. Maceió, 15 out. 2022. Disponível em https://www.enquiridio.org/2022/10/o-pesadelo-do-aborto.html.

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