26.6.22

Tragam Seus Filhos para o Abate

As premissas ao aborto supostamente se baseariam em: a) estupro; b) iminência de morte da gestante; c) incompatibilidade vital. Entretanto, tornando a questão um segmento ideológico, evidentemente que restariam superadas essas falsas possibilidades, donde o resultado não implicaria apenas em legalidade.
Francisco de Goya. Sabá das Bruxas.
1. Implicaria em obrigatoriedade positivada, donde através do aparato legal estatal, médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e demais agentes da saúde, estariam impedidos de negarem o aborto por ato omissivo e penalmente imputável. Noutros termos, negar abortar seria crime. Esse é o objeto da famigerada legalização. Para isso, subvertem a linguagem para vender o assassinato de vidas em gestação como “profilaxia”, igualmente escovar os dentes ao prevenir as cáries e placas bacterianas – seriam bebês bactérias?

2. Abortar seria direito adquirido pelas mulheres, como se um embrião fosse igual ao apêndice, passível de remoção em caso de inflamação. Acontece que tal concepção é meramente ideológica, originada de um simples artífice, donde ao deslocar a norma jurídica à tutela do corpo feminino, deixar-se-ia automaticamente de observar o continente (útero) ao invés do conteúdo (vida em gestação), mas não foi bem exitosa, motivo pelo qual, intentando o acerto e implementação da ideia, demandava argumentos mais contundentes.

3. Dentre os argumentos, percebe-se de longe o estupro, cuja pena é leve, conforme ordenamento jurídico brasileiro, donde através da possibilidade do aborto é previsto também uma execução por morte. Absurdamente, segundo o Código Penal, observa-se ao estuprador condenado uma sentença infinitamente mais atenuada do que ao inocente que nem nasceu ainda! Evidentemente que aquela que foi estuprada e engravidou sem desejar, abstraindo-se as matérias da realidade, gerará e educará uma espécie de “símbolo de violação”, sendo-lhe até plausível se livrar do bebê no terreno imediatamente ao lado do hospital onde acabara de receber alta médica. Acontece que tal pensamento só ocorre naquela pessoa que objetifica a espécie humana ao ponto de abstrair sua verdadeira essência. Socialmente, existe um problema que não poderia ser evitado, qual seja, incapacidade de sustentação. Mães e pais marginalizados, incapazes de acessarem os recursos indispensáveis à saúde, educação, moradia etc. Disso brota a alternativa satânica do sacrifício para libertar a criança de um futuro sem expectativa – isso é parte crucial de um programa eugenista baseado no medo. Ninguém relativizará o sofrimento da vítima que foi violada ou assassinada, embora o choro daquela possa ser ouvido, diferentemente desta. Evidentemente que jamais se esgotará o assunto em um parágrafo, exceto para denunciar o estratagema via ato horrendo.

4. Estratagema no sentido de que os criminosos também cumprem um papel crucial na revolução abortiva. Como seria possível pautar o aborto em caso de estupro sem que existam estupradores disponíveis? Observe que o fim não significaria a violação da mulher, sendo na verdade este o meio pelo qual. Significa que por finalidade almejam a ocorrência de fatos e inevitáveis incidências das normas jurídicas no intuito de elevarem as manchas criminais relacionadas a violências praticadas contra mulheres, especialmente se estupradas. Os fins justificam os meios, dentre tantos, leviandade proposital dos aparatos punitivos, incluindo a morosidade nas aplicações, embora em parte o aceleramento de condenações possa ser desastroso, lembrando os inocentes que pagaram penas indevidas. Apenas para ilustrar, existe um movimento que pretende firmar no Congresso Nacional ou através do Executivo da República o famigerado desencarceramento massivo ou Nova Queda da Bastilha, libertando os detentos do sistema prisional no intuito de resolverem supostos problemas de desumanidade. Porém, sabendo do modus operandi revolucionário, absolutamente toda finalidade parasita os verdadeiros percalços humanitários que assolam a sociedade, mesmo que carcerária. Através da agenda proposta em âmbito nacional, objetivam, dentre os absurdos: bloquear verbas para construção de unidades prisionais, principalmente para justificarem o desumano abarrotamento nas cadeias; descriminalização das drogas, sobretudo para abarcar a maioria dos presidiários que estão ali por utilização e tráfico; controle popular do cárcere, utopia que faz nascer na sociedade os ideais de Jurgen Habermas; desmilitarização da polícia, crucial ao processo que beneficia o crime organizado. Medidas que corroboram à inovação da cleptocracia proclamada na política brasileira. Mesmo os católicos, através dos movimentos pastorais, concorrem nessa engenharia social de completa anarquia.
5. Diante desse movimento com notórios precedentes para colocar a Brasil de ponta-cabeça, como de fato coibir as ações criminosas dos estupradores? Os discursos humanizados das frentes que querem ao mesmo tempo acolher as vítimas e criminosos são idênticos, pois para obterem expressividade política, sobretudo em épocas de eleições, precisam agradar gregos e troianos, desde que consigam votos – os fins justificam os meios? Nisto que têm por finalidade, utilizando a democracia para alienarem a maioria da população necessária aos interesses revolucionários, custe o que custar, somente precisam dos que podem votar – e o embrião, como se sabe, somente poderia votar ao atingir os 16 anos. Assim é que o aborto, além de criar espaços subversivos enquanto proposta temática, principalmente pela perversa implantação em escolas e faculdades, arrasta consigo problemas muito maiores, porém, taticamente ocultados, incluindo a mencionada coação de médicos a praticarem por imposição estatal aquilo que juraram jamais fazerem. Perceba que nenhuma solução que busque matar deseja realmente resolver um problema. Aliás! Sequer apresentam objetivamente o solucionamento, omitindo, como sempre, informações cruciais sobre saúde daquelas que infelizmente sucumbiram por pressão e abortaram – efeitos colaterais existem, sejam biológicos, psicológicos, emocionais etc. Lutam tanto por uma visão holística dos seres humanos quando é conveniente, né?

6. As gestantes que precisaram interromper a gravidez por temerem a morte, também mataram. Impossível relativizar essa questão, mesmo se floreada com belíssimas coroas de rosas do campo ou perfumada com fragrâncias exuberantes. Ninguém sabe sua hora! Entretanto, mulheres que engravidaram, mas não puderam prosseguir na gestação por problemas realmente sérios que inviabilizaram até mesmo o embrião ou bebezinho na barriga, podem ter involuntariamente abortado, mas não são enquadradas no assunto justamente por motivos de força maior. Também existem hipóteses de malformações que são vitalmente incompatíveis, embora algumas incompatibilidades, assim declaradas, embora não necessariamente por maldade ou desleixo, tenham nascido não saudáveis em princípio, porém, tratadas eficazmente, atualmente gozam de plena vida.

7. Existe uma ocorrência intrigante e infelizmente frustrante, sobretudo do ponto de vista gestacional, qual seja, quando a própria gestação dá sinais de morte, seja pela gestante ao perder capacidades vitais, podendo chegar a óbito antes do parto, ou na malformação realmente diagnosticada, onde o bebê, muitas vezes já morto no ventre, precisa ser coletado – e o processo é idêntico ao aborto, embora não signifique abortar. Ninguém poderia conhecer os mistérios que são próprios da vida, mesmo os médicos, que bem salvam pacientes gravíssimos, embora não possam decidir quem vive e quem morre. Como dito, relativizar é o começo da revolução.
Aborto é o ataque mais baixo de todos os tempos, sendo mais abjeto ainda a recusa pela defesa da vida.
8. Os anseios por condutas desregradas atingem os jovens, mas não entendem que são manipulados. Liberdade, mesmo que visando a morte, própria ou de outro, somente reflete uma ideologia que consegue vender gato por lebre. Assim é que a família, último bastião dos valores éticos e morais, precisa combater a anarquia que desestabiliza a sociedade, pois este objetivo apenas revela o interesse de poucos, mas que possuem recursos financeiros, mas que são utilizáveis somente por não encontrarem resistência. Havendo um movimento contrário, mesmo todo dinheiro do mundo não poderá dobrar a espécie no próprio habitat familiar. Lembre-se: os covardes só atacam os indefesos! Aborto é o ataque mais baixo de todos os tempos, sendo mais abjeto ainda a recusa pela defesa da vida - única razão de um rico ou um pobre coexistirem e aspirarem melhores condições mútuas.
Homens serão como deuses e decidirão quem vive e quem morre.
9. Se as pautas abortistas progredirem, somente as indústrias farmacêuticas lucrarão com possibilidades eugenistas ao oferecerem aos endinheirados a oportunidade de só reproduzirem em conformidade com desejos paternos alienados, donde o aborto, somada à manipulação genética, apenas será considerado tentativa, porém sem êxito, na geração de um filho perfeito. Homens serão como deuses e decidirão quem vive e quem morre. Porém, também legitimarão o holocausto judaico e a busca de Adolf Hitler pela raça perfeita.
    Para referenciar esta postagem:
ROCHA, Pedro. Tragam Seus Filhos para o Abate. Enquirídio. Maceió, 09 jun. 2022. Disponível em https://www.enquiridio.org/2022/06/tragam-seus-filhos-para-o-abate.html.

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