Nicolaes Pieterszoon Berchem. Paulo e Barnabé em Listra. |
Homens que não deixam Deus existir afastam aqueles que querem acreditar na existência de um plano maior.2. Homens que não deixam Deus existir afastam aqueles que querem acreditar na existência de um plano maior, mas que não são, desde berço, ensinados sobre quem planeja, executa e interrompe absolutamente tudo perpetuamente desde o início dos tempos. Qual culpa possuem desse desconhecimento? Ao quererem vislumbrar o mistério de Jesus Cristo, sentem-se desencorajados, pois seus olhos deixam de acreditar facilmente nessa possibilidade, mas por quê? Poderia ser tal empecilho qualquer fator externo, mas ele surge donde deveria jamais existir: de dentro, no interior da igreja (deixando claro existir uma diferença entre esta e aquela outra com vogal inicial maiúscula). Nessa, feita de tijolos, muitas coisas podem acontecer para afastar os pagãos de reencontrarem sua vocação humana: seguir a Deus.
3. Pessoas, quando em grupos, propiciam a segmentação. Paradoxal? Evidentemente que não. Basta notar que num lugar com possibilidades, qualquer um poderá escolher. Escolhas semelhantes aproximam aqueles que assim escolheram, criando instantaneamente um ponto de convergência, tornando-se, portanto, critério básico para quase tudo relacionado, incluindo aceitação e rejeição. Assim sendo, aqueles que acabam escolhendo, contribuem à existência da segregação.
4. Na igreja, ninguém escolhe. Apenas aderem ao plano maior: Deus. Aderir ao Nosso Senhor significa seguir seus mandamentos. Entre aqueles que seguem mais ou menos as ordens divinas, nenhuma diferença existe, uma vez que todos podem e devem pedir o perdão, sendo critério para Deus o arrependimento. Mesmo alguns santos, antes de assim serem, pecaram. Papas, bispos e padres pecam. Porém, quando as escolhas adentram no recinto, buscando denominar aquele fenômeno anunciado, critérios passam a coexistir, incidindo sobre questões simples até ressignificações a respeito dos pecados. Contudo, existe isso numa igreja? Certamente.
5. Gula é pecado, mas não durante as festividades paroquiais, donde alguns exacerbadamente comemoram (comendo em demasia), notadamente após receberem a eucaristia. Inveja é pecado, verdade, exceto quando surge nas pastorais o ímpeto de superarem a frequência da paróquia oponente (como se isso fosse legítimo). Soberba é pecado, mas não quando os fiéis usam o intelecto para humilharem os outros em equivocado proveito da Santa Igreja. Preguiça é pecado, embora isso seja relativizado entre alguns quando a questão é adquirir conhecimento da própria religião por demandar esmerado empenho. Ira é pecado, senão no sentido de combater o paganismo, mesmo sem razão (olvidando até mesmo o Nosso Senhor). Luxúria é pecado, salvo se para na missa ir usando um sapato de marca na ilusão de impressionar as pessoas. Avareza é pecado, apesar de alguns preferirem o acúmulo material e o dinheiro na carteira, havendo mais depositado em banco, ao observarem que escoradas nas janelas dos corredores laterais da igreja suplicam os necessitados que pouco ou nada possuem.
6. Os apontamentos colocados não são julgamentos nem condenações, mas uma reunião de constatações comportamentais que afastam por completo qualquer pagão da conhecer a Santa Igreja, servindo também como autocrítica necessária, uma vez que ser católico é prezar por sua identidade, servindo de exemplo para o mundo, mesmo que imperfeitamente, evidentemente – ser o sal, cada qual uma pitadinha. Equivocam-se tremendamente os sabichões da cristandade umbilical que alguns pagãos não conhecem Jesus Cristo; apenas não conseguem entrar numa igreja por conta da ausência catequética e contradições verificadas nas pessoas que ali frequentam. Afinal, aquele que diz estar numa loja de joias apenas vendo nas prateleiras roupas e calçados, ou se engana, ou trocaram os significados das palavras. Mesma coisa para aqueles que entram em um lugar, esperando dali certa experiência, porém, percebem coisas estranhas, mesmo que através do sentimento, uma vez que, sobre os pagãos, notadamente lhes carecem determinadas condições, mas não inteligência, racional e emocional, para notar discrepâncias. Ou seja, qualquer pessoa que desconheça um templo, sabendo o conceito deste, tendo a oportunidade de visitar algum, prezará por observar na prática símbolos adequados àquilo que entendeu teoricamente. Quando essa situação não ocorre há discrepância – mesmo um pagão reconhece a finalidade da igreja, melhor às vezes do que um católico fervoroso, porém, preguiçoso (lembrando o exemplo do pecado da preguiça em relação ao conhecimento da religião).
7. Repare a situação adiante. Iniciou-se em algumas igrejas (católicas) do Brasil certa mania de substituir a espontaneidade por sentimentos de devoção ou nobreza de coração (como queiram entender) por recompensas, estimulando os sentidos ao ganho ao invés da doação, invertendo de maneira patente os regramentos de Nosso Senhor – além de criarem um sistema comportamental viciante nas paróquias como estratégia de alienação, igualmente certas ceitas advindas do protestantismo. Ninguém, exceto Jesus Cristo, consegue melhor falar para aquele que foi criado por seu Pai, sendo Ele mesmo na condição encarnada. Absolutamente nada adiantará ao católico com sacerdotes e templos de marketing. Verdade seja dita: antes de um pagão “arder no inferno” estará lá um padre decadente (duras palavras, mas não existe maleabilidade no julgamento já expressado inúmeras vezes por Deus ao longo da história, falada e escrita). Assim sendo, precisando um bispo rifar um carro para conseguir verba aos reparos do altar da catedral, engana-se perversamente sobre estar conduzindo o povo ao Reino de Deus – dízimos não bastam? Querem fazer uma festa, façam-na; querem pedir dinheiro, peçam-no. Dizer a verdade, sempre. Substituir uma coisa por outra, jamais!
8. Tudo isso gera ruído, como sobre uma estampa que não consegue ser apreciada na totalidade por haver uma mancha. Assim se torna a igreja, lugar de oração, banalizada por caprichos que incorrem, numa leva só, naqueles sete pecados demonstrados. Assim se ensina: devemos odiar os pecados. Nisso o ódio tem serventia, exceto como nutriente contra nossos semelhante, mesmo que pagãos. Contudo, humanamente falando, desassociar o pecador do pecado, principalmente quando isto e aquilo figuram na pessoa do sacerdote, torna-se quase impossível – além de ser revoltante! Desta forma, muitos se afastam das igrejas por decepção, vergonha, desesperança. Resolvem entrar em ordens iniciáticas, praticar outras religiões ou mesmo, sendo a pior alternativa, buscar no ateísmo o suicídio espiritual por influências materialistas. Exatamente por coisas assim que papas dizem que teremos uma Santa Igreja mais reduzida nos próximos séculos. Portanto, faz-se mister conhecer o neopaganismo para dialogar. Certo que nem todos estão aptos a essa missão, porém, aqueles que estiverem, precisam fazer um pequeno sacrifício para conversar com nossos irmãos pagãos, desde os que possuem religiosidade até aqueles que têm orgulho de serem ateus. Entender suas percepções sobre Deus, compreendendo suas dores e buscando identificar os equívocos dos cristãos em geral que geram o sentimento de intolerância neles sobre a Igreja Católica. Observe que não significa converter! Apenas trocar figurinhas. Porém, fazer isso tudo mantendo aquelas condutas discrepantes ao cristianismo, incontestavelmente não resultará em absolutamente nada, exceto aborrecimento desnecessário. Entenda que, por exemplo, praticantes de paganismos não duvidam daquilo que precisam fazer para manterem a coesão religiosa. Muito pelo contrário: buscam seguir os regramentos de maneira mais plena possível, mesmo quando os sacerdotes destas estão longes. Tornam-se pessoas melhores, muitas vezes, abertas para dialogar. Convertê-las jamais será missão! Somente Nosso Senhor é capaz disto, quando consegue tocar-lhes os corações. Também não precisa alimentar frustrações se ninguém entender o cristianismo pelos exemplos e palavras. De duas, uma: ou ainda lhe falta substância para conseguir se colocar melhor sobre nossa fé; ou aquele pagão simplesmente rejeita nossa fé. Rezamos por sua conversão ou pelo menos que não decaia ao ateísmo – e continuamos amigos, cada qual mantendo o respeito mútuo e aprendendo, sempre que possível, através das diferenças. Isso, quem sabe, pode agradar a Deus.
Desta forma, calemo-nos para falar o Nosso Senhor. Ajoelhemo-nos para de pé ficar Jesus Cristo – assim todos poderão vê-lo e ouvi-lo.9. Deus se faça presente, sempre, enquanto nos retiramos para prontamente permitirmos sua presença. Grande erro achar que alguém converte. Mesmo os santos apenas indicam. Todo o resto é d’Ele! Desta forma, calemo-nos para falar o Nosso Senhor. Ajoelhemo-nos para de pé ficar Jesus Cristo – assim todos poderão vê-lo e ouvi-lo. Intermediar só para apresentá-lo. Depois disso, todas as pessoas, inclusive os pagãos, terão suas experiências pessoais com Jesus Cristo. Finalmente, querendo fazer parte da Sua Igreja, todos devem promover a melhor recepção possível, pois mais um irmão/uma irmã estará mais próximo(a) da salvação eterna. Ajudá-lo(a) sempre, mas não com teologias substitutivas ou amenização da gravidade advinda no compromisso com Nosso Senhor, pois é quem fala: “Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu os aliviarei. Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha doutrina, porque eu sou manso e humilde de coração e achareis o repouso para as vossas almas. Porque meu jugo é suave e meu fardo é leve.” (Mt. 11, 28ss). Somente Jesus Cristo é capaz disso; ninguém mais, mesmo que melhor pessoa do mundo seja. Assim sendo, lembre-se que existem pagãos que foram católicos e católicos que foram pagãos, quando que falar de um poderá se tratar apenas de si mesmo. Para referenciar esta postagem: ROCHA, Pedro. Pagãos e Católicos no Contexto Contemporâneo. Enquirídio. Maceió, 25 nov. 2021. Disponível em https://www.enquiridio.org/2021/11/pagaos-e-catolicos-no-contexto-contemporaneo.html.
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