30.11.21

Ordens Iniciáticas, Maçonaria, Igreja Católica

Incansáveis buscadores, assim são denominados aqueles que pertencem as ordens iniciáticas. Buscam conhecimentos, evidentemente, mesmo que não entendam que tais geralmente são originados de fontes muito semelhantes. Apesar da busca, nunca encontram; apenas se despeçam da verdade em troca do misticismo.
A Recepção de Sua Alteza Real o Príncipe de Gales como Ex-Grão-Mestre
Sigismund Rosenthal. A Recepção de Sua Alteza Real o Príncipe de Gales como Ex-Grão-Mestre.
1. Resumidamente, nenhum conhecimento oferecido nas ordens iniciáticas supera a verdade. Tentam suplantá-la através de misticismos, embora, ao menos àqueles que perduram até graus mais elevados, apenas condigam com ideias de pessoas bem específicas, geralmente remontadas aos respectivos fundadores, incluindo aquilo que acreditavam particularmente. Significam que são más? Apenas não são cristãs. Ao mundo neopagão, certamente não parecem organizações maléficas. Muito pelo contrário! Justamente por admitirem qualquer religião, exceto aquelas que são contrárias à humanidade (que não respeitam as pessoas ou variação dessas), recebem tantos adeptos, sendo constantemente assediadas por curiosos e estudadas por interessados. Porém, apesar das estórias que contam certos autores de ficções literárias, desde planos maquiavélicos contra a Santa Igreja até mesmo pactos com entidades das trevas, somente sendo iniciado para saber exatamente aquilo que ensinam, ficando claro e evidente duas coisas: a) apesar de aderirem ao neopaganismo sem necessariamente compreenderem seus desdobramentos do ponto de vista cristão, também não desejam, dependendo da iniciação, acabar com religiões existentes, incluindo o cristianismo; b) consideram Jesus Cristo alguém muito importante, talvez o único mestre realmente válido que esteve no planeta, porém, jamais como Deus.

2. Quaisquer outras informações sobre as ordens iniciáticas são realmente restritas, embora possam ser encontradas em ampla bibliografia já publicada e facilmente adquirível numa livraria ou alfarrábio, tratando-se de algum volume realmente antigo ou fora de catálogo, motivo pelo qual aquilo que realmente importa ao iniciado é a formação canalizada de instrução, dentro de um segmento que propicie seu aprendizado de forma segura e consistente. Além disso, através da convivência, conhecer pessoas e fazer novas amizades é absolutamente natural dentro das ordens iniciáticas, diferentemente das ideias que alguns possam ter por influências midiáticas, sobretudo como grupos de orgias ou atividades criminosas – além dos rituais de magia, claro. Inclusive, algumas ordens iniciáticas possuem projetos de acolhimento, desde eventos de caridade até mesmo alojamentos para desabrigados. Existe um altruísmo próprio, específico de determinadas organizações, sendo apenas um ímpeto de alguns, uma vez que não constitui uma ética geral ou dogma moral. Ou seja, nenhum iniciado recebe uma orientação específica para praticar a bondade, embora alguns conceitos de religiões orientais como Darma e Karma sejam explicados no intuito de estimular um moralismo pessoal, baseado na compreensão singular do próprio indivíduo. Verdade que também não incentivam a maldade, muito menos qualquer ilegalidade. Afinal, todas as ordens iniciáticas, ao menos no território brasileiro, assim como qualquer entidade criada através da legislação, precisa cumprir as leis do país.

3. Apenas para ilustrar determinada situação em favor das ordens iniciáticas e contra o cristianismo praticado pelos protestantes, nenhum buscador é encorajado a manter relacionamentos em sociedades paralelas, prezando por uma espécie de puritanismo, assim como fazem os aderentes ao protestantismo, quando geralmente se separam daqueles que não confessam a mesmíssima crença, mesmo que sejam familiares ou amigos – prática detestável de segregação! Também não praticam perseguições, falando dos iniciados, conforme se observa em algumas seitas, embora ela possa ser constatada em qualquer lugar, mesmo numa igreja ou comunidade católica.

4. As ordens iniciáticas, dentro das próprias visões, cumprem papéis históricos à preservação essencial do misticismo, remontando quase sempre ao Egito da época de Aquenáton, justamente por tal faraó ter resumido o politeísmo daquela época e naquele lugar em apenas uma religião. Quando não remetem aos mistérios egípcios, focam aspectos mais esotéricos do judaísmo e islamismo como Cabala e Sufismo, respectivamente. Tirando isso, estão sempre conectadas aos processos alquímicos, porém, quase sempre por seu aspecto artístico ou filosófico. Assim sendo, somente a curiosidade não cumpriria os requisitos para conhecer a fundo uma ordem iniciática, sobretudo seus ensinamentos. Qualquer pessoa pode solicitar participação numa ordem iniciática genuína, amplamente reconhecida, bastando preencher certos formulários e contribuindo periodicamente, diferentemente das maçonarias espalhadas pelos continentes, donde o membro precisa de ao menos duas indicações para receber acolhimento dos demais irmãos, assim como se chamam.

5. Diferentemente do pensamento comum, existem várias maçonarias. Impossível afirmar haver união entre todas as lojas no mundo inteiro. Apesar dos membros afirmarem conduzir práticas com orientações simbólicas nas lojas, conforme denominam os lugares onde se reúnem, unanimemente utilizam tal círculo social fechado para concretização de interesses comuns em projetos de recíprocas conveniências – políticas, para resumir. Somente a partir dessas relações é possível perceber o modus operandi interior sendo exteriorizado nas condutas comuns em âmbito civil. Engraçado perceber que algumas denominações protestantes possuem parecido modo de operar, ou seja, tramando em apartado e colocando em prática na civilização, mas com merecimentos despóticos – relação vulgarmente conhecida pela expressão “uma mão lava a outra”.
Porém, nossa gente é sabiamente impedida de pertencer a qualquer organização que negue a Nosso Senhor.
6. Existe, portanto, alguma diferença entre ordens iniciáticas e maçonaria? Para quem não faz parte da Igreja Católica, certamente existe uma diferença enorme, tendo as ordens iniciáticas abordagens mais contemplativas e dinâmicas mais acolhedoras, servindo aos propósitos que sustentam, sendo mistério apenas aos não buscadores, pessoas que podem livremente pleitear associação. Contudo, conforme já explicado, dentro das maçonarias os objetivos acabam sendo meramente políticos, ideológicos, militares etc. Porém, nossa gente é sabiamente impedida de pertencer a qualquer organização que negue a Nosso Senhor, mesmo que disfarçadamente aceitem sua existência, porém, como um mero mestre humano de muito conhecimento espiritual e filosófico – lembrando que nas ordens iniciáticas, parte considerável dos membros são maçons.

7. Daqui deste ponto, sendo a parte chave da postagem, surgem as explicações mais simples a respeito do motivo pelo qual ordens iniciáticas e maçonarias não querem que exista a Igreja Católica. Primeiramente, quando as publicações internas dessas organizações descaracterizam o credo cristão, afirmando que Jesus Cristo jamais foi profetizado, que Deus não tem qualquer relação com seu nascimento através de Nossa Senhora, praticamente diz que alguém até poderia ser seguidor deste homem, mas que ele não significa em hipótese alguma a promessa divina para remissão dos pecados. Deixando a história de lado só para imaginar a lógica iniciática e maçônica nessa questão, talvez quisessem proteger as pessoas contra os religiosos fervorosos, que não aceitam as curas administradas pelas ciências médicas, uma vez que somente Deus teria esse poder, mas não convenceria, uma vez que mesmo a Igreja Católica condena tal interferência se em detrimento da vida. Todavia, regressando ao histórico, bastaria uma conferida na encíclica Humanum Genus do Papa Leão XIII para constatar a agenda religiosamente ofensiva dessas organizações, em específico da franco-maçonaria. Verdade que nenhum argumento seria necessário para além da negação de Jesus Cristo, mas não parece suficiente a explicação apenas da negativa. Acontece que nas ordens iniciáticas, diferentemente das maçonarias, todos os buscadores são necessariamente desviados das religiões por uma longa jornada no misticismo, passando por conceitos filosóficos até conhecerem versões das principais correntes religiosas do mundo, mesmo assim, segundo visões restritas, derivadas das particularidades dos respectivos fundadores, consoante já afirmado. Portanto, no fundo, no fundo, ordens iniciáticas, relativamente mais organizadas em comparação com diversas maçonarias existentes, sempre apontam para conclusões dos próprios idealizadores ou através do círculo de autoridades que aprenderam com eles. Poderiam ser consideradas religiões? Certamente. Juridicamente, muitas dessas pleiteiam tal reconhecimento do Estado – e é irônico lembrar que historicamente passaram a existir para garantirem as formações de Estados desvinculados de qualquer ideia ou poder religioso –, principalmente com intenções de concederem a determinados iniciados os famosos passaportes diplomáticos, embora continuem afirmando contemplarem as religiões de maneira igualitária, mas por pretensão legal, equiparando-se. Hipocrisias, evidentemente. Contudo, poucos católicos acreditam na existência de organizações assim, incluindo seus potenciais discursos que maravilham os jovens como alternativas às descrenças lançadas, especialmente sobre a Igreja Católica, corroboradas por elas mesmas ao longo dos anos. Assim sendo, seguem abaixo um documento realmente substancial sobre o assunto:
8. Existem outros documentos, inclusive obra volumosa a respeito do assunto, chancelada pelo próprio pontífice da época, embora o objetivo principal desta postagem seja a apresentação realmente breve de um problema que atravessa já alguns séculos. Apenas para registrar uma enorme ressalva, realizar acusações disso ou daquilo sobre as ordens iniciáticas ou maçonarias não vão alterar em absoluto o ímpeto de algumas pessoas para adentrá-las. Também não autoriza diminuir as pessoas que estejam frequentando suas lojas – que eles possam errar ao criar as mentiras contra a Santa Igreja, mas não nossa gente, cujo jugo está reservado exclusivamente para Deus. Obviamente, sabe-se ao conhecer o Código de Direito Canônico de 1983, último promulgado, que não podem os católicos ser iniciados em ordens com finalidades anticristãs, restando terminantemente proibidas suas associações em lojas maçônicas. Algumas pessoas, talvez pelos objetivos pessoais, dependentes da sociedade que ali frequenta, insistem em manterem uma conduta pecaminosa ao se associarem aos maçons, negando qualquer proibição por parte da Santa Igreja. Lógico que olvidam propositalmente a declaração datada do mesmo ano quando entrou em vigor a referida legislação, assinada pelo então Cardeal Joseph Ratzinger, prefeito da Congregação para Doutrina da Fé naquela época, aprovada pelo Papa João Paulo II, santo homem da Igreja Católica.
9. Como último aviso, diante de um assunto tão grave quanto esse, sobretudo pelos constantes ataques contra a Santa Igreja, muitos teóricos conspiracionistas acabam confundindo uma série de informações salteadas com verdadeiros empenhos que por infelicidade dos católicos acabam se materializando nas próprias paróquias, através das brechas pastorais e associações que deveriam ser amigas. Isso tudo advém também do caráter duvidoso de parcela do laicato que opera politicamente, como se numa loja maçônica frequentassem aos domingos ou mesmo durante a semana. Podem melhorar, verdade, mas não vão conseguir se esconder ou ocultar os desvios que cometem, bastando o flagrante daqueles que conhecem a agenda anticristã e a maneira como influenciam o âmbito católico. Por fim, atualmente, dentro das ordens iniciáticas e maçonarias, raramente alguém falará algo contrário ao catolicismo. Maçons, adeptos de G.A.D.U. ou Grande Arquiteto do Universo, talvez uma forma própria de se referirem a Deus, agora não possuem, supostamente, qualquer desavença contra a Santa Igreja – talvez não algumas lojas, verdade. Mesma questão para ordens iniciáticas, que nem mencionam os descasos de padres ou bispos quando noticiados, quando assim poderia fazer – certamente não propagam questões nocivas. Portanto, tratar dos iniciados em ordens ou associados em maçonarias não parece algo simples, sendo certo deixá-los acreditar naquilo que querem, evitando desgastes teológicos ou coisas assim, mas sem deixar de apresentar a verdadeira mensagem de Nosso Senhor. Aliás, subtende-se que católicos já buscam cotidianamente manterem as condutas ensinadas por Nosso Senhor, motivo pelo qual, conforme colocado na postagem Misturar-se com Fé, pouca ou nenhuma preocupação nossa gente precisa carregar sobre como lidar com pessoas que frequentam ordens iniciáticas ou maçonarias, que nem fazem ideia, muitas vezes, daqueles conflitos que foram mais intensos em séculos passados, quando realmente a Santa Igreja era publicamente violentada por membros declarados dessas organizações – igualmente alguns católicos, mantendo nítida ruptura, fazem atualmente, mas tão estupidamente, que até Papa Francisco se torna passível de ataques. Francamente, aqueles que ainda dizem que combater a expansão das ordens iniciáticas ou maçonarias é necessário, certamente não enxerga a trave no próprio olho ao falar do cisco no olho do irmão. Os próprios católicos enviesados prestam esse desserviço, segregando e gerando dúvidas naqueles que tentam se aproximar da Santa Igreja, como colocado em Pagãos e Católicos no Contexto Contemporâneo.
    Para referenciar esta postagem:
ROCHA, Pedro. Ordens Iniciáticas, Maçonaria, Igreja Católica. Enquirídio. Maceió, 30 nov. 2021. Disponível em https://www.enquiridio.org/2021/11/ordens-iniciaticas-maconaria-igreja.html.

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