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Imagem por I.A. Alusão ao Cerco de Praga. |
2. Como se dava essa exploração? Os rosa-cruzes, identificando-se como protestantes de um modo ou outro em quase todos os casos, somente querendo a extinção da doutrina católica e a independência de qualquer soberano da influência do Pontífice Romano, promoveram um anticristianismo através de um cristianismo mistificado.
3. Em suma, um cristianismo mistificado aos termos dos rosa-cruzes exclui a divindade de Jesus Cristo em proveito também do animismo, cosmovisão presente no xintoísmo, hinduísmo, budismo, podendo ser percebida em religiões mais recentes como umbanda ou cientologia, porém, concorrendo todas diretamente com o (neo)paganismo.
4. Descartes não era animista e o empenho ao experimentar cogitar a existência pelo raciocínio recobrou a distinção entre seres humanos e minerais, vegetais, animais, que, aos rosa-cruzes, são todos os reinos donde ao homem restou o animal, mas por uma evolução ao invés da criação — e o motivo do cristianismo, para eles, nada significar.
5. Também, contrário à metafísica rosacruciana de um “deus” da “própria cabeça”, Descartes sempre buscou preservar a verdade sobre Deus daquele experimento, afirmando várias vezes que sua fé não era assunto para cogitação, mas que não representou qualquer empecilho aos subversores daquela época conturbada.
6. Naquele contexto de Descartes, os subversores da fé apostaram todas as fichas no luteranismo como meio para destruição da Igreja Católica, mas não significa que, com isso, eram favoráveis à Martinho Lutero (1483-1546), que foi instrumentalizado do chão ao teto pelo rosacrucianismo até acontecer a Batalha da Montanha Branca no ano de 1620.
7. É que a referida batalha mostrou na história que uma sucessão de fatos se mostra provável a respeito do patrocínio do protestante Eleitor Palatino ao rosacrucianismo, pois este, perante a derrota daquele, tornou-se escasso, beirando a inexistência, porém, sobrevivendo minimamente como um vírus em hospedeiros bem selecionados.
8. Curiosamente, Descartes lutou enquanto católico no cerco de Praga contra os protestantes. Será que isso tudo era para criar um álibi? Afinal, dizia algo como “mascarado, progrido”. Talvez um espião? Ao menos provou que seu método perdura e que a dúvida é válida para que fatos não sejam forjados pela eleição da maioria.
9. Ao certo, os acontecimentos desse tempo determinaram um termômetro que comensura a passagem Do Misticismo ao Cientificismo, donde era contra Descartes ao primeiro, embora não pudesse adivinhar que o segundo aconteceria por decorrência, sobretudo numa instituição originada no pensamento rosa-cruz: Royal Society. Para referenciar esta postagem: ROCHA, Pedro. Investigação Cartesiana VIII. Enquirídio. Maceió, 18 out. 2024. Disponível em https://www.enquiridio.org/2024/10/investigacao-cartesiana-viii.html.
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