20.10.24

Do Misticismo ao Cientificismo

Os acontecimentos do período da renascença determinaram um termômetro que comensura a passagem do misticismo ao cientificismo, onde este é todo convenção científica enquanto aquele se baseia em mistérios — lados da mesma moeda. Entenda na sequência como se dá esse fenômeno.
Jan Matejko. Alquimista Sendivogius.
1. Depois do frenesi dado pelo anúncio rosa-cruz de um “colégio invisível” na Alemanha no período do Renascimento, como é tido pela história, também afloram na Europa os conhecimentos que consubstanciariam o misticismo até surgirem filósofos como René Descartes (1596-1650) contra ideias que não pudessem ser sustentadas.

2. Nesse tempo, observa-se os imigrantes do misticismo à métodos mais concretos, havendo também aqueles que bem aproveitavam esses dois tipos. Após dois ou três séculos é que a ciência se confirma na Idade Moderna, mas onde ela também já encontra seu declínio com convenções até alcançar a Idade Contemporânea do cientificismo.

3. Os medidores desse termômetro estão separados em apenas cinco temperaturas: a) misticismo; b) misticismo científico; c) ciência; d) ciência convencional; e) convenção científica. Nenhuma das medidas indicadas se relaciona com questões de fé, sendo todas decorrentes de um processo verificado por eventos da própria história.

4. No misticismo se encontram os praticantes de alquimia e astrologia, podendo ser adeptos da cabala ou vários outros princípios e práticas acessíveis à iniciados — sendo apenas um resumo alusivo ao extenso universo hermético. Muitos destes, também depois do método descrito por Descartes, migraram para algo inclinado à ciência.

5. Ciência mesmo já existia, mas não com esse nome, muito menos pelos rigores atuais, embora diversos cientistas medievais já dispusessem sobre astronomia, matemática, medicina, embora não interesse à Wikipédia por maioria ser católica — mas sem olvidar que ela muitas vezes tenha sofrido diante de clérigos e grupos laicais radicais.

6. Como ponto de atenção à chegada da ciência de verdade, cumpre apontar Antoine Lavoisier (1743-1794) como marco na superação da alquimia pela química, mas que, por uma ideologia iluminista, convencionada por revolucionários, terminou sendo condenado à guilhotina — movendo o ponteiro do termômetro rapidamente.

7. Segundo os diversos historiadores, todo esse período de Descartes até Lavoisier foi chamado de Revolução Científica. Em um ponto muito breve, pode-se notar o que é ciência de verdade, porém, através da Revolução Francesa e a subsequente Revolução Industrial, cientistas do mundo inteiro já se encaminham às convenções científicas.

8. Antes disso, existe um período de ciência convencional, responsável por explicar aquilo que era natural, mas sem esquecer dos proveitos sintéticos, exempli gratia, experiências com eletricidade e respectivos resultados mais industriais, como a gaiola de Michael Faraday (1791-1867) ou lâmpada de Thomas Edison (1847-1931).

9. Por fim, quando a ciência convencional passou a atender os anseios da próxima revolução ideológica, tornou-se em convenção científica. Isto se dá desde o tempo de Albert Einstein (1879-1955) — pouco antes, talvez — até agora, mas não para todo caso, especialmente em disciplinas mais matemáticas, biológicas, químicas e geométricas.

10. Contudo, através da convenção científica, como se fosse uma entidade supra-humana, ainda assim em um plano ideal, novas regras sobre o que é isso ou aquilo, naturezas concretas, aferidas pela ciência de verdade e aproveitadas na ciência convencional, passaram a subverter a realidade ao ponto de se ignorar coisas óbvias.

11. Manifestações mais concretas na sociedade contemporânea, relativas à convenção científica, acabam sendo suicidas: aborto; transgenia; eugenia etc. Porque é possível alterar ou mesmo remover uma parte do corpo sem morrer, acham ser viável se tornar outra coisa por uma ideia parva que provou ser letal à alma.
Esta é a fatal consequência no cientificismo, que não significa outra coisa para além de um misticismo que usa ciência para simular pela mentira algo verdadeiro.
12. As intenções rosa-cruzes para reforma do mundo inteiro só contribuíram para aniquilação da verdade fundada em Deus para a vida do homem na família em sociedade. Esta é a fatal consequência no cientificismo, que não significa outra coisa para além de um misticismo que usa ciência para simular pela mentira algo verdadeiro.
    Para referenciar esta postagem:
ROCHA, Pedro. Do Misticismo ao Cientificismo. Enquirídio. Maceió, 20 out. 2024. Disponível em https://www.enquiridio.org/2024/10/do-misticismo-ao-cientificismo.html.

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