22.2.23

Cristianismo Paralelo: Pagão e Publicano

Aderir ao catolicismo, expressão do cristianismo preservada há dois milénios pela Santa Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo, parece custoso, pois como único caminho de santidade, requer abdicar das coisas do mundo que são corruptoras, mas por ser visto por difícil, como dito, crer-se fácil praticar um cristianismo paralelo.
Rick Schroeppel (Adaptado por Enquirídio). A Cruz de Jesus com Vestes Brancas.
1. Como se dá esse cristianismo paralelo? Aproveitando o período da quaresma, ou seja, os 40 dias antecedentes a Páscoa, pode-se explicar que ele se dá na desobediência do magistério da Igreja Católica, consoante Cânon 1.250, quando é obrigado a realizações de penitências: jejum; oração e esmola, conforme o Catecismo 1.434.
2. Poder-se-ia questionar a legitimidade, tanto do Cânon 1.250, quanto do Catecismo 1.434, embora isso implicasse, também, duvidar do próprio Evangelho quando, segundo São Mateus, determina Nosso Senhor a São Pedro: “Em verdade eu vos digo: tudo o que ligares na terra será ligado no céu; e tudo o que desligares na terra será desligado no céu.” (Mt. 18, 18).
3. Portanto, desde São Pedro até agora, através da sucessão apostólica, aquilo que institui a Igreja Católica, procede da obediência a Jesus Cristo, quem expõe, sobre a resolução de um pecado: “Se recusa ouvi-los, dize-o à Igreja. E se recusar ouvir também a Igreja, seja ele para ti como um pagão e um publicano”. (Mt. 18, 17).
Praticar um cristianismo paralelo é olvidar a Santa Igreja, tornando-se pagão ou publicano.
4. Assim é que a última palavra é sempre da Igreja Católica. Praticar um cristianismo paralelo é olvidar a Santa Igreja, tornando-se pagão ou publicano. Ao certo: “Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração e encontrareis descanso para o vosso espírito. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.” (Mt. 11, 29s).

5. Neste tempo, período de quaresma, também é oportuno lembrar que mesmo São Mateus foi publicano, como está posto: “Partindo dali, Jesus viu um homem chamado Mateus, que estava sentado no posto de pagamento das taxas. Disse-lhe: ‘Segue-me’. O homem levantou-se e o seguiu.” (Mt. 9, 9).

6. Embora o comando de Jesus Cristo seja ordem divina, entende-se que não exclui a razão da prática da fé, donde ao chamar Mateus, publicanos e pecadores se juntaram em testemunho desse acontecimento: “Vendo isso, os fariseus disseram aos discípulos: ‘Por que come vosso mestre com os publicanos e com os pecadores?’.” (Mt. 9, 11).

7. Não à toa a mensagem do Evangelho é muito precisa, perspicaz e preciosa. Nosso Senhor não perdia tempo com explicações demasiadas: “Jesus, ouvindo isso, respondeu-lhes: ‘Não são os que estão bem que precisam de médico, mas sim os doentes’.” (Mt. 9, 12). Também: “Todo aquele que o Pai me dá virá a mim, e o que vem a mim não o lançarei fora.” (Jo. 6, 37).
Estar em Nosso Senhor é imitá-lo ao máximo, pois n’Ele está a perfeição da qual só alcançamos se O permitimos.
8. Portanto, durante o período quaresmal, busque abrigar esse tipo de pagão e publicano na fé ao invés de fechar as portas, pois quem, sendo parte do Corpo Místico de Jesus Cristo, fecha a porta ao irmão, na verdade se tranca junto com ele para o lado de fora. Estar em Nosso Senhor é imitá-lo ao máximo, pois n’Ele está a perfeição da qual só alcançamos se O permitimos.

9. São Josemaria Escrivá, conforme o capítulo “A Conversão dos Filhos de Deus” do livro “É Cristo que Passa”, explica: “A conversão é obra de um instante; a santificação é tarefa de toda a vida”. Contudo, só Jesus Cristo converte. Então, faça de si morada para Deus antes de oferecê-la ao desabrigado, pois quem o receberá à porta desta casa não será você, mas Ele ali habitado.
    Para referenciar esta postagem:
ROCHA, Pedro. Um Cristianismo de um Pagão ou Publicano? Enquirídio. Maceió, 22 fev. 2023. Disponível em https://www.enquiridio.org/2023/02/cristianismo-paralelo-pagao-e-publicano.html.

2 comentários:

  1. Anônimo22.2.23

    Excelente reflexão! 👏👏👏👏👏

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