11.3.25

A Importância da Mística Cristã

Um padre não pode olvidar a mística cristã, sob pena dela ser inercialmente substituída pelas magias (neo)pagãs — e o sacerdote, olvidando, torna-se um ocultista, pois vela o que é revelado, minimizando o que é próprio da fé em proveito de um mero viés, pondo à frente da salvação espiritual a resolução material.
Juan Rodríguez Juárez. A Virgem do Carmo com Santa Teresa e São João da Cruz.
1. Os problemas no mundo são reflexos das sociedades que abdicaram de procurar respostas em Deus para contarem tão somente com artifícios ideológicos, sejam intelectuais, materiais ou mesmo sutis ao ponto de se confundirem com qualquer coisa espiritual, mas que não encontram sustentação na realidade.

2. E o padre de agora, diante de tantas vertentes espiritualistas, desde as mais antigas até aquelas mais modernas, fundadas muitas vezes a partir de um líder ideológico, como é a Cientologia, AMORC, Arcanum Arcanorum, Eubiose, Sociedade Teosófica, Nova Acrópole, OTO, Golden Dawn, Maçonaria dentre outras, precisa saber da mística cristã.

3. As respostas dessas organizações todas, assim como do budismo, taoísmo, vaishnavismo, terminam sendo tentativas de religar o homem a Deus, porém, imperfeitamente, posto que estão aquém da soteriologia relativa à salvação das almas, mas que, sobre estas, apresentam explicações longes do divino.
Achando-se todas essas pessoas numa divindade formada tão somente na convicção pessoal, logo se veem em constantes desencontros.
4. Deus, através destes aspectos, termina sendo medido pelo homem limitado em si mesmo, assim como por sua própria ideação, donde se posso chamar isto ou aquilo de divino, então que seja, mas sem ser. Achando-se todas essas pessoas numa divindade formada tão somente na convicção pessoal, logo se veem em constantes desencontros.

5. Então é mister ao padre de agora, inclusive com urgência, inteirar-se ou ressaltar acerca da mística cristã, pois quando essa gente, desamparada pela divindade da própria concepção, desejar buscá-lo, buscará com sede de algo que pode não gostar de início, por ter bebido muitas águas, mas que, sem ser saciada, acabou embriagada.

6. Confundirão oração em comunhão com egrégora, tratarão a hiperdulia por idolatria, lerão a Sagrada Escritura como mais um outro livro, mas só por causa dessa embriaguez, causada por uma compreensão de si mesmo por si só isenta do Deus de verdade — e o padre agora é desafiado a responder questões complexas sobre a alma.

7. Sim! Essa gente hoje teme por sua alma ser posta como mero prêmio para Satanás em um mundo regido por forças das trevas, mas se uma mística cristã não pode ser apresentada para quem precisa conhecer luz em São João da Cruz ou em Santa Teresa d’Ávila, então o pacto de um sacerdote não pode ser com Deus.
Ou não há mística na oração ou no rosário, capazes de colocar o cristão no centro do Evangelho? Se as práticas na vivência em Jesus Cristo não têm esse teor, então nada terá.
8. No fim de tudo, essa gente toda anseia por uma conversa verdadeira com Deus, mas como ela pode ter tal diálogo sem conhecer que existem um canal para isso? Ou não há mística na oração ou no rosário, capazes de colocar o cristão no centro do Evangelho? Se as práticas na vivência em Jesus Cristo não têm esse teor, então nada terá.

9. Eis que diz algum padre “vamos salvar o mundo”, porém, pondo fé em políticos, inverte a ordem soteriológica pela política, que só tem utilidade se ordenada aos desígnios de Deus. Portanto, um sacerdote que ignora a mística cristã não faz outra coisa além de se afastar da verdade. Aliás, ele faz: afasta as pessoas que desejam a salvação.
    Para referenciar esta postagem:
ROCHA, Pedro. A Importância da Mística Cristã. Enquirídio. Maceió, 11 Mar. 2025. Disponível em https://www.enquiridio.org/2025/03/a-importancia-da-mistica-crista.html.

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