29.10.25

O Masculino e o Feminino

Um ou outro, ou seja, masculino ou feminino, torna-se mais isto ou aquilo na medida em que as ideologias tomam forma no intuito de afirmar ou refutar concepções de atividade ou passividade, quando, na verdade, um contém o outro e tudo é complementar, no sentido de que um está no outro.
Victor Gilbert. Sarau Elegante.
1. No ocidente, as filosofias, sobretudo em Aristóteles e São Tomás de Aquino, buscaram observar o que é o homem e o que é a mulher de maneira infelizmente equivocada, o que é possível perceber nos recentes cursos do Padre Paulo Ricardo sobre “O Mistério da Mulher” e “Estor Vir: Seja Homem”, chegando a conclusões importantes.

2. As observações deste sacerdote, baseando-se em experiências científicas sobre distinção cerebral, incluindo os quesitos hormonais, concluem que homem e mulher podem refletir o que é anunciado no taoísmo (visto pelo blog como algo filosófico), séculos antes da vinda de Nosso Senhor, resumindo-se no princípio de Yin-Yang.

3. Antes de ir direto ao ponto, trata-se de prudência, ainda mais agora, expor as recentes orientações pontifícias relativas ao reconhecimento e promoção daquilo que é bom, verdadeiro e santo, sobre outras tradições religiosas, conforme colocado pelo Papa Leão XIV em catequese por ocasião do 60º aniversário da declaração Nostra Aetate:
4. Infelizmente, muitas sendas esotéricas, ocultistas, dentre tantas outras no ocidente, sobretudo pela rosa-cruz e maçonaria, alienaram representações importantes como é o símbolo do Yin-Yang, cujo teor, desde muito antes, referencia aspectos estudados por cientistas, especialmente no tocante ao comportamento de homens e mulheres.

5. Padre Paulo Ricardo explica que “[...] quando o homem cuida da criança por contato físico, o nível de testosterona diminui e aumenta o de ocitocina, hormônio próprio desse vínculo.”, donde “Essa experiência torna os homens mais dóceis e mais tolerantes, ou seja, facilita-lhes o desenvolvimento de virtudes próprias da mulher”.

6. Lao Tsé, a quem o Tao Te Ching é atribuído, pronuncia no segundo aforismo (ou no 42 em algumas edições), conforme Wu Jyh Cherng (1958-2004), explicando o sentido de Yin-Yang senão como complementaridade, como Padre Paulo Ricardo denota através de Santo Agostinho e Santa Hildegarda de Bingen na 3ª aula de “O Mistério da Mulher”.
Quando os seres sob o céu reconhecem o belo como belo,
Isso já se tornou um mal;
E quando reconhecem o bem como bem,
Isso já não seria um bem.

A existência e a inexistência geram-se uma pela outra;
O difícil e o fácil complementam-se um ao outro;
O longo e o curto estabelecem-se um pelo outro;
O alto e o baixo medem-se um pelo outro;
O som e o tom são juntos um com o outro;
O antes e o depois seguem-se um ao outro.
Portanto,
O homem Sagrado realiza a obra pela não-ação
E pratica o ensinamento através da não-palavra

Os dez mil seres fazem, mas não para se realizarem;
Iniciam a realização, mas não a possuem;
Concluem a obra sem se apegarem
E justamente por realizarem sem apego
Não passam.
7. Um aforismo que contempla as verdades filosóficas e científicas de uma só vez, donde de outra forma as afirmações de que as mulheres devem ser sempre uma espécie de antítese do homem, na verdade se anulam no conceito de complementariedade, ainda assim pelas propriedades existentes e possíveis em um, assim como em outro.

8. Além disso, “prefigura” as verdades evangélicas no sentido de que os homens e mulheres, ambos criados e salvos só pelo amor de Deus, devem passar pelo mundo sem apego, assim como o leito de um rio que não se interessa por prender o fluxo de água e nisto se faz servo, como quem nega a si e, nisto, segue a Jesus Cristo.

9. Homem e mulher se revelam um no outro em complementariedade, onde se um anula o outro, então estão em desequilíbrio: “Contudo nem o homem existe sem a mulher, nem a mulher sem o homem, no Senhor. Porque, se a mulher foi tirada do homem, também o homem é concebido pela mulher, e todas as coisas vêm de Deus.” (1Cor 11, 11).

10. Os chineses, infelizmente, abdicaram da sabedoria ancestral para um modo radical de pensar, culminado na Revolução Cultural (1966-1976), liderada por Mao Tsé-Tung (1893-1976) na instalação do comunismo no país. Desde aquele tempo até agora a China persegue os católicos fieis ao Romano Pontífice em oposição às limitações estatais.

11. Mas o Tao Te Ching, que é uma obra bem anterior ao maoísmo, dialoga com questões da fé revelada, que por sua vez faz sua melhor leitura — e o cristão pode se valer dessa sabedoria em proveito do pensamento, tanto filosófico, quanto científico (como se nota, exempli gratia, na relação dos aforismos e conceitos paradoxais da mecânica quântica).

12. Por fim, “O Mistério da mulher” e “Estor Vir: Seja Homem” não são outra coisa além do Yin-Yang explicados à maneira de Padre Paulo Ricardo, que bem conseguiu demonstrar a verdade filosófica e científica acerca da complementariedade entre homem e mulher, sobretudo aos que insistem nos costumes farisaicos que tanto Jesus Cristo repreende.
    Para referenciar esta postagem:
ROCHA, Pedro. O Masculino e o Feminino. Enquirídio. Maceió, 29 out. 2025. Disponível em https://www.enquiridio.org/2025/10/o-masculino-e-o-feminino.html.

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