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2. Discutir as paixões de um ateísta (militante do ateísmo), que bem pode ser uma pessoa íntegra em termos profissionais (competente numa área de atuação), não vai ajudar. Ao contrário, ajudará se realizar a leitura do artigo da sequência, um esboço acerca do engodo nominalista, cujo teor somente exala anarquia. 3. Ockham não foi pioneiro ao negar os universais, muito menos inventou o nominalismo, sendo uma noção islâmica, própria de um fideísmo em oposição tanto ao judaísmo farisaico (moralista) quanto ao cristianismo (católico), mas que careceu de alicerce metafísico para justificar a crença do Alcorão.
4. Não à toa, aquele autor assim colocou: “O único caminho para Deus é por meio da fé e das Escrituras”, pois “[Ockham] argumentou que ciência e religião são fundamental e irrevogavelmente incompatíveis. Isso se seguiu à sua insistência de que Deus transcende a razão humana.” — o que é próprio do perenialismo.
5. Ressalte-se no perenialismo a percepção esotérica, oposta ao realismo notado em René Descartes (1596-1650) ao afirmar que através da natureza “agora não entendo outra coisa a não ser o próprio Deus, ou então a ordem e a disposição que Deus estabeleceu nas coisas criadas.” (Meditações Metafísicas).
6. Igualmente, o que é dito pelo Magistério da Santa Igreja: “Pela razão, [a pessoa humana] é capaz de compreender a ordem das coisas estabelecidas pelo Criador.” (CIC 1704). E o que o Ockham pregava? Ah! Assim como Martinho Lutero (1483-1546), algo em torno do sola fide, sola scriptura.
7. Segundo o “varredor” de internet: “só a fé dá acesso às verdades teológicas. Os caminhos de Deus não estão abertos à razão [...]” — palavras de Ockham, que por extensão são idênticas às de Lutero e Cia. Ltda. Se os caminhos de Deus se encontram fechados à razão, então, antes, negue-os em prol da ciência.
8. Não são as pessoas de fé que são incapazes de ciência, mas as que são cientificistas, crentes na matéria, por vezes são aquelas que tornam até mesmo a realidade impossível, distante da verdade — e a filosofia, que foi distorcida no islamismo para caber esse fideísmo, não é fim; ela é uma ponte, meio para algo.
9. Os Ockhamista sequer podem admitir uma filosofia que confirme o que é próprio da fé. Aos defensores das conclusões encontradas na navalha de Ockham, se há um Deus de prudência que signifique impedir o avanço da “ciência”, melhor que não impeça — aliás, que nem exista! Para referenciar esta postagem: ROCHA, Pedro. No Fio da Navalha III. Enquirídio. Maceió, 06 out. 2025. Disponível em https://www.enquiridio.org/2025/09/no-fio-da-navalha-iii.html. Pedro Rocha é católico, casado desde 2014 com Larissa Rocha – temos dois filhos na terra e um(a) com Papai do Céu. Tem por Joseph Ratzinger (Papa Bento XVI) especial admiração, bem como por Dom Henrique Soares. Devoto por São Tomás de Aquino. Aluno de Padre Paulo Ricardo. Bacharel em Direito e Design, cursa nas áreas de Semiótica, Gestalt, Behaviorismo e Simbologia. Mantém particular interesse sobre gêneses e declínios civilizatórios na antiguidade e reflexos na modernidade. Instagram. Siga o perfil do Enquirídio no Instagram. Threads. Acompanhe o Enquirídio também pelas Threads.
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