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| Caravaggio. A Captura de Cristo. |
2. Paciência! Mesmo um incrédulo poderá se tornar um crente firme e forte na fé. Isso tudo depende da oportunidade e exemplos. Essa força encontrada no caminho para Deus é a busca da pureza naquilo que foi revelado por Nosso Senhor. Se Jesus Cristo diz “sim”, então é sim; quando diz “não”, então é não – simples! Porém, existem sempre aqueles que relativizam absolutamente tudo, seja subvertendo ou exagerando para mais ou menos, entregando o ingênuo ao inferno ou tornando a crença um ofício meramente monástico – nem oito; nem oitenta! Nisto restou criado um precedente absurdamente perigoso, donde padres, como se time tivessem dentro do catolicismo, expulsam os adversários da religião por condutas em desacordo com aquilo que julgam ser melhores para Santa Igreja. Caos! Breve as paróquias formam milícias para decidirem qual a mais pura – embora, assim, ambas estarão na lama.
3. Existe uma preocupação enorme sobre a pureza, aliás, defesa daquilo que foi tirado das pessoas pela ação secular, industrial ou tecnológica, donde o homem, envolvido como ator ou coadjuvante, tornou possível sua própria decadência para além do decaimento do pecado original ao se entregar às vicissitudes da efemeridade e superficialidade mundana, voltada aos interesses umbilicais, mesquinhos e egóicos. Contudo, quais seriam essas coisas todas que remove a humanidade do Caminho?
4. Através do Breve Almanaque para Se Afastar de Deus é possível ter uma noção inicial daquilo que remove a humanidade do Caminho, porém, talvez uma explicação mais concisa ou condensada facilite a compreensão pretendida. Quando se fala na pureza alguns se contorcem, achando algo fantástico ou demasiadamente utópico, embora a grande questão seja realmente a adaptação do homem ao contexto da sociedade corrompida pela ausência de valores, donde a pessoa, agora, somente representa um objeto de descarte se desalinhada às necessidades do mundo, mesmo que atualmente moldado por influências que não possuem o menor escrúpulo, apesar de idolatradas por boa quantidade. Significa que aquele que não acompanha essas tendências tende a ficar longe das relações modernas, daquilo que arquitetam em proveito de estruturas materialistas do ter ao invés do ser.
5. Quem é para Deus é também à pureza da fé na Santa Igreja. Entretanto, se se insiste no isolamento daqueles que erram ou fraquejam, estar-se-ia falando de qualquer religião, menos cristã. Buscar Nosso Senhor, seguir seus passos, demanda abster-se daquilo que oferece o mundo como sendo no mínimo razoável. Jesus Cristo não tratava seus seguidores com incertezas ou promessas esvaziadas; trazia a verdade e mostrava como viver estas certezas – e a passagem dos séculos continua envergando a humanidade, menos quem aceita seguir o Evangelho, apesar das perseguições sofridas no decurso do tempo. Agora assim: quem mede o quão puro é o tipo está em outro plano, externo ao terreno.
Verdade seja dita: muito fácil falar daqueles que discordam, sendo pior ainda concordar por conveniência.6. Somente os puritanos rogam tal medida, apontando os defeitos alheios enquanto praticam, neste mesmo tempo, outros erros ou mesmo pecados. Verdade seja dita: muito fácil falar daqueles que discordam, sendo pior ainda concordar por conveniência. Quem afirma ser puro tem por próprias as medidas o planeta inteiro, sendo “régua do mundo”.
7. Felizmente as medidas dos homens são limitadas. Mede-se as coisas, porém, quando se tira as medidas da humanidade pelas conclusões de um ou outro o final é certo: conflitos, guerras, extermínios etc. Nisto, ideias puritanas tomam forma ao ponto de criarem segregações baseadas em mentes belicosas, voltadas às revoltas, porém, travestidas de moralismos. Assim sendo, mesmo matar se torna necessário, embora as condições de Nosso Senhor sejam o justo oposto. Então, estar-se-ia falando da Santa Igreja ainda? Evidentemente que não, mas uns insistem na figuração de um Jesus Cristo pessoal, modificado, personalizado, impossível de encontrar, seja na missa com todos ou só no Evangelho.
8. Nesse puritanismo brotam ideias de cisões, como já dito aqui no blog em Bispo Sedevacantista no Brasil? Isso como sendo o ponto crítico, mas tem também aquelas questões já colocadas em Sociedades Secretas: Fragmento B (relativo ao sectarismo no catolicismo). Quem segue a pureza ao encontro de Nosso Senhor não tem qualquer inclinação ao puritanismo que condena sem ter prerrogativas para isso. Agora tem uma coisa: as condutas revelam se alguém está indo pelo Caminho, motivo pelo qual nada adiantará ao se esquivar daqueles que não concordam com desvios nítidos. Apenas para exemplificar, imagine que alguém se apresenta como católico, embora se relacione com instrumentos ou frequente lugares incompatíveis tão somente para agradar as coisas do mundo. Seria errado julgá-la sabendo que noutro dia poderia ser realmente convertida à retidão, mas não haveria motivos para reclamações se ela se torna evitável pelas escolhas realizadas. Noutros termos, “passarinho que anda com morcego dorme de cabeça para baixo”.
9. Assim é a diferença entre a pureza e o puritanismo. Neste o intuito é a supremacia ideológica, mesmo que tendo por plano de fundo uma temática católica; naquele a busca é contínua e o único capaz de medir é Deus, embora possam servir de exemplos todos os santos. Leia a vida de um destes e repare como é o puro, jamais puritano. Para referenciar esta postagem: ROCHA, Pedro. Ser Puro ou Puritano? Enquirídio. Maceió, 06 abr. 2022. Disponível em https://www.enquiridio.org/2022/04/ser-puro-ou-puritano.html.
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