
Quanto mais subjetiva a pesquisa, menos científica será. Solução? Matematizar tudo que exista! Criam, portanto, equações para tentar descrever qualquer coisa, desde um aleatório comportamento cotidiano até possibilidades de pensamentos que por ventura venham ocorrer em mentes alheias. Problema? Pessoas decidem sob influência, conforme convicção ou através de conhecimento obtido pelo erro ou acerto próprio ou de outro, sendo todas as variantes extremamente voláteis no mundo contemporâneo, uma vez que ninguém parece estar conseguindo acompanhar a velocidade dos acontecimentos pelo aceleramento da comunicação, sendo possível apenas determinar um parâmetro sígnico perante frações estimuladas ou artificialmente convencionadas.
Ciências utilizam a matemática para descrever a natureza, sendo o produto sintético uma tentativa de reprodução do objeto natural ou invenção com qualidades deste. Descrições sobre ficções talvez devessem ser chamadas de subciências ou quaisquer outras terminologias que não gerassem confusões, principalmente aos pseudo-cientistas. Também não seria filosofia, embora esta até possa debater matérias ficcionais sem maiores impedimentos ou perda da essência. Mesmo teorias científicas têm bases sólidas, algumas sem qualquer auxílio da matemática.
Descrever matematicamente questões subjetivistas é escrever à lápis sobre papel molhado. Além de facilmente desmanchável, ficará difícil de se entender caso alguma letra consiga ser rabiscada. Somente um freio brusco no avanço comunicacional possibilitará a redução do subjetivismo, embora não resolva o livre arbítrio, fenômeno jamais descrito pela matemática. Sabendo disto, qual o ponto de preocupação deste Enquirídio sobre a ciência? Apenas a suposta realização desta tendo em vista proveitos mercadológicos ou melhoramento de reputações nos âmbitos acadêmicos.
Conforme já mencionado, basta haver uma única demanda e pronto! Mesmo a ciência consegue ser relativizada para agradar os consumidores, demandantes de produtos científicos, embora estes não consigam causar as soluções, benefícios e compreensões acerca do homem, ambiente e universo, sendo certo a maior geração de problemas. Significa que aqueles pesquisadores do CERN estão causando malefícios à civilização? Não necessariamente. Apenas demonstra que existem pseudo-ciências que rogam para elas mesmas a autoridade que não possuem.
Mesmo o conceito de ciência sofre relativização para abarcar qualquer coisa sistematizada que possa parecer científico, sobretudo para cumprir demandas, dentre tantas, políticas, sociais e comerciais. Diante disto, somente avanços são comemorados, embora regressos também devessem. Exemplificando, descobrir um material plástico mais econômico traz benefício à economia, porém, malefício ao meio ambiente por ser tóxico. Igualmente falando, inventar um teste para medir aptidões pode representar um ganho imediato para determinada empresa de seleção de candidatos, mas uma perda significativa ao desconsiderar os problemas decorrentes das suposições, realizadas através de estatísticas numéricas para conceder ar de cientificamente válido ao conjunto de variantes que determinaram seus inventores com criatividade e livre arbítrio. Experimentos mais eficazes, fundamentados em observações, dispensaram a matemática não por ela não ser necessária em determinados casos quantitativos, mas por ela não ser tão precisa em questões qualitativas, cujos desdobramentos até merecem ser matematicamente medidos.
Validar qualquer coisa através da rotulação científica, embora possua certa semelhança em termos de sistematização, somente para corresponder ao mercado, sobretudo por demandas inventadas através da manipulação massiva, além de irresponsável, reduz a ciência numa condição de coadjuvante, donde sua atuação depende do protagonismo econômico, ficando estritamente limitadas suas linhas de pesquisas aos demandantes de resultados tendenciosos, incompatibilizando prerrogativas cientificamente aceitas.
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