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3. Depois do relato da “fumaça de Satanás”, continua a narrativa: “Há dúvidas, incertezas, problemas, inquietação, insatisfação, confronto. Não confiamos mais na Igreja; confiamos no primeiro profeta profano que nos chega de algum jornal ou movimento social, perseguindo-o e perguntando se ele possui a fórmula da verdadeira vida”.
4. Isto não quer dizer que esse relato seja dúbio por sua modalidade de comunicação, embora seja preciso explicar que parte é literal, mas não sua totalidade, que é por relatório. Entender essa característica do documento, de onde “fumaça de Satanás” aparece como expressão, importa para entender sua verdadeira intenção.
5. Neste ponto, “fumaça de Satanás” se vincula ao lamento “Da ciência, que se destina a nos dar verdades que não nos afastem de Deus, mas que nos faça buscá-lo ainda mais e celebrá-lo com maior intensidade, surgiu a crítica, e dúvida”, pois “A dúvida entrou em nossas consciências e entrou por janelas que deveriam ter sido abertas à luz”.
6. Não é uma “fumaça de Satanás” sui generis, para todo e qualquer problema relativo às questões da fé, como será visto. No trecho sobre “os cientistas são aqueles que inclinam a cabeça de forma mais pensativa e dolorosa”, torna-se evidente o respeito da Santa Igreja por aqueles que removem os obstáculos à humanidade através da ciência.
7. Entretanto, estes mesmos agora “[...] acabam ensinando: ‘Eu não sei, nós não sabemos, nós não podemos saber’. A escola se torna um campo de treinamento para a confusão e, às vezes, contradições absurdas” — o que é muito grave! Esta é a razão pela qual este blog resolveu abordar Tópicos Colaterais sobre Academicismo.
9. Esse progresso, do ponto de vista científico, revela-se, exempli gratia, na medicina por meio dos equipamentos de última geração e técnicas avançadas para salvar vidas, mas que tudo isso pode “ser demolido” por “revoluções mais estranhas e radicais”, como se nota na cultura da morte, através do incentivo ao aborto e eutanásia.
10. Com uma medicina sem interesse em salvar vidas, donde os alunos da área mais se valem pelos benefícios financeiros atrelados e o nítido prestígio social, muitos já preferem terapias alternativas, ainda que sejam experimentais (sendo a cobaia o próprio enfermo), ao invés de apelar aos médicos por nem examinarem seus pacientes.
11. Mas não foi apenas à ciência que tal “fumaça de Satanás” fez alusão. No relato, vê-se de forma nítida: “Esse estado de incerteza também reina na Igreja”, donde, depois do Concílio Vaticano II, “Pregamos o ecumenismo”, que é uma das causas ao que se percebe no próprio relato ao dizer que “[...] nos distanciamos cada vez mais dos outros”.
12. Ou seja, pode-se dizer que tal “fumaça de Satanás” se apoia em “Tentamos cavar abismos em vez de preenchê-los”. Não é sui generis, estando atrelada ao isolamento numa espécie de redoma de autodestruição, donde, assim como se vê na ciência, também se observa na fé — mas de que jeito? Isso é o que vai ser visto nesta série. Para referenciar esta postagem: ROCHA, Pedro. Fumaça de Satanás I. Enquirídio. Maceió, 28 set. 2025. Disponível em www.enquiridio.org/2025/09/a-fumaca-de-satanas-i.html. Pedro Rocha é católico, casado desde 2014 com Larissa Rocha – temos dois filhos na terra e um(a) com Papai do Céu. Tem por Joseph Ratzinger (Papa Bento XVI) especial admiração, bem como por Dom Henrique Soares. Devoto por São Tomás de Aquino. Aluno de Padre Paulo Ricardo. Bacharel em Direito e Design, cursa nas áreas de Semiótica, Gestalt, Behaviorismo e Simbologia. Mantém particular interesse sobre gêneses e declínios civilizatórios na antiguidade e reflexos na modernidade. Instagram. Siga o perfil do Enquirídio no Instagram. Threads. Acompanhe o Enquirídio também pelas Threads.
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