23.8.25

Onde Está na Bíblia?

Parece lógico mostrar que alguma verdade se constata na Bíblia Sagrada, mas o que dizer disto no início do cristianismo, quando ela não existia da forma que pode ser encontrada atualmente? Este breve artigo procura não adentrar as questões históricas, mas tão somente realizar um pequeno lembrete.
Artista Desconhecido. Reformadores Protestantes.
1. Uma das coisas que difere o cristão dos que vêm da fé de Abraão, ou seja, judeus e muçulmanos, é a vívida crença em Jesus Cristo, que não encontra limitações em um livro, mas uma verdadeira amplitude ao longo da experiência eclesiástica, que por sua vez conta com a tripla sustentação nos pilares da Tradição, Magistério e Sagrada Escritura.

2. Sustentação em termos de experiência horizontal, pois, verticalmente, toda sustentação provém do próprio Sumo Sacerdote, Jesus Cristo, Segunda Pessoa da Santíssima Trindade — nisto é crido! E a Sagrada Escritura, que não difere da Tradição e Magistério, apresenta o núcleo de algo que está para além do texto.

3. Inúmeras manifestações da realidade convergem ao texto, sendo coisas tão verdadeiras, apesar de muito dinâmicas, quanto a verdade imutável, como é a Sagrada Escritura. Quem, além do Magistério, pode dizer o que é isto ou aquilo diante desses livros? Há algo mais seguro do que um conjunto de escritos para se obter o que é certo.

4. Além disso, quem se vale de “onde está na Bíblia?” para se obter algo certo, questiona não por legítima intenção, mas por uma oposição ao Magistério, pois, contrariando o que é próprio da fé, observa um cristianismo fundamentado em incontáveis interpretações da Sagrada Escritura para um fato só, qual seja, rejeição à Santa Igreja.

5. É que o católico, diante da Sagrada Escritura, observa a Santa Igreja para dizer isto ou aquilo, ainda assim se houver necessidade ou possibilidade, pois nem toda questão bíblica tem sua resolução teológica definitiva, uma vez que existem algumas poucas que ainda demandam certo empenho neste sentido.

6. Porém, maioria das questões bíblicas não são indefinidas e possuem respostas que não necessitam de revisitações teológicas. Porém, do ponto de vista textual, muita coisa poderia parecer teologicamente passível de apuração, o que é feito pelos protestantes de um modo ou de outro, sendo a razão para “onde está na Bíblia?” ser uma constante.

7. Entretanto, como usam os protestantes o Antigo Testamento como chave para interpretar o Novo Testamento, vale dizer que, por não terem o mesmo conjunto de livros da Igreja Católica, tendem a enviesar os assuntos à definições impossíveis ao católico, que não poderia contar contra estas inverdades com inferências deuterocanônicas.

8. Enquanto livros como os de Macabeus mostram a intercessão de pessoas já em outra vida e a oração aos mortos, torna-se impossível, partindo-se de “onde está na Bíblia?”, explicar para qualquer protestante as temáticas que são muito caras às pessoas de fé, pois, pela mera textualidade, ainda se pode negar ou afirmar por más interpretações.

9. Assim sendo, lembra-se que as interpretações afastadas do Magistério não passam de opiniões, mas que, diante da verdade, para nada podem servir. Então, dizer onde está na Bíblia, no intuito de provar ao protestante a respeito da verdade da fé, pode virar em mero utilitarismo, tornando a Sagrada Escritura numa arena para verdadeiros sacrilégios.

    Para referenciar esta postagem:
ROCHA, Pedro. Onde Está na Bíblia? Enquirídio. Maceió, 23 ago. 2025. Disponível em https://www.enquiridio.org/2025/08/onde-esta-na-biblia.html.

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