![]() |
Gustave Léonard de Jonghe. O Sussurro Secreto. |
2. Noutros termos, quando o influenciador deseja ter sua perspectiva apreciada ou adotada pelos seguidores, vincula assuntos “A” e “B” sem que tenham relação alguma, donde sobre “A” nada sabe, por exemplo, mas que por “B” consiga discutir. Então ele não faz outra coisa além de misturar
3. Admitindo “A” como água e “B” o valor de óleo, sabe-se que “A” e “B” não são substâncias misturáveis, sendo nítida a separação se colocadas juntas em um frasco translúcido. Entretanto, agitando-se bastante este recipiente e mostrando ao observador desavisado das naturezas de “A” e “B”, admitirá tal conteúdo como homogêneo.
4. Assim sendo, um influenciador desempenha sua influência agitando conteúdos heterogêneos, donde alguns por ele são conhecidos, enquanto outros não são, dentro de certos ambientes delimitados, neste ponto compreendidos como recipientes apropriados à homogeneização necessária à sustentação da narrativa.
5. Então se um influenciador fala de água, ao mesmo tempo fala de óleo, fazendo com que este seja admitido por aquilo que foi falado daquela. Agora pense que “A” não seja mais água, muito menos “B” óleo, mas tão somente religião e política, respectivamente “A” e “B” para este exemplo. O que é perceptível nessa homogeneização?
6. Ou as questões políticas ganharão peso religioso ou os assuntos da religião serão politizados. Não à toa o influenciador autoproclamado “cristão tradicional” politiza os assuntos da fé no intuito de sustentar sua narrativa contra um suposto Romano Pontífice socialista e a famigerada infiltração politicamente progressista no Concílio Vaticano II.
7. Igualmente se vê em militantes socialistas, dentre eles muitos gays, manifestações com bandeiras palestinas, porém, isentos da mínima compreensão acerca da mente islâmica hodierna, que tem radical ojeriza por tais pessoas, descrentes e homossexuais. Este é o poder e o mister de um influenciador: causar ilusão.
8. As pessoas de sobreaviso, quando o assunto é relativo a “A”, buscam formar suas razões sobre “A” em fontes que tratam de “A”, fazendo isso também para “B”, donde se as letras se relacionam em algum ponto específico, então se valem de ambas, desta forma, incluindo as análises contextuais, mas sem homogeneizá-las.
9. Mas nem todos que têm alcance para milhões de pessoas no país ou mesmo no mundo são desta forma considerados influenciadores, conforme se explicou. Portanto, para se ter ao menos um critério básico sobre ações influentes, observe se assuntos distintos são homogeneizados em proveito da narrativa na qual dois se anulam em favor de um. Para referenciar esta postagem: ROCHA, Pedro. O Influenciador. Enquirídio. Maceió, 10 abr. 2025. Disponível em https://www.enquiridio.org/2025/04/o-influenciador.html.
Postar um comentário