8.1.24

Uma Filosofia Anticristã

Se existem católicos sendo ludibriados por vãs concepções filosóficas? Ao menos muitos batizados parecem se permitir às astúcias empregadas por teosofistas como a profa. Lúcia Helena Galvão, que, embora muito eloquente e simpática, distorce a verdade a respeito, exempli gratia, São João da Cruz e Deus.
Horace Robbins Burdick. Retrato de Madame Blavatsky.
1. Como dado primário a respeito do problema, bastaria entender a vinculação da profa. L.H.G. ao sistema de crendices, qual seja, teosofia, iniciado em 1875 na cidade de Nova York, EUA, por Madame Blavatsky, alguém que destilou ódio à Igreja Católica em vida, continuando em legado através de vários livros, incluindo sua ardilosa revista, lançada no ano de 1887 em Londres, Inglaterra, intitulada “Lúcifer”, especialmente para remover em exposições de caráter ofensivo a divindade de Jesus Cristo enquanto desenvolvia teses em busca de corroborar a destruição do catolicismo por uma via esotérica e ocultista, disseminada na atualidade sob um véu filosófico, embora baseada em um misticismo parecido com o dos rosa-cruzes e maçons. Seria um tanto imprudente tecer comentários a respeito da organização fundada em 1957 na capital argentina pelo ex-membro (possivelmente por expulsão) da Sociedade de Teosofia, Jorge Angel Livraga Rizzi, representada no Brasil por sua principal expoente, que vem cativando diversos adeptos justamente pela eloquência e simpatia, que não parece em nenhum instante concordar com as tendências de seu fundador relativas ao nazismo que lhe foi atribuído no livro “El Gran Engaño”, de Juliano el Apóstata. Portanto, realizadas algumas observações preliminares e intentando precaver os católicos acerca da complicadíssima ambientação na qual se dá toda mentalidade teosofista, passar-se-á à apreciação de um controvertido vídeo que teria por pretensão explicar a mística em São João da Cruz, se não se constatassem ao longo da palestra infelizes acepções astuciosas que relativizam o catolicismo.

2. Em palestra gravada, profa. L.H.G. dá chance à astúcia ao falar da vida de um santo da Igreja Católica, mas sem propriedade. Logo no início do vídeo, buscando situá-lo no contexto da contrarreforma, observa-se de imediato o empenho em remover São João da Cruz do âmbito católico para torná-lo um ícone capaz de validar as crendices teosóficas.
3. Segundo a profa. L.H.G., São João da Cruz teria feito opção por uma via “interior e voltada para cima” em objeção ao protestantismo e à contrarreforma, que foi dada pela própria Igreja Católica, mas que, por sua explicação, demonstra incoerência ao referenciar a comunhão deste santo com a Santa Sé, uma vez que realizava naquele mesmo período a reforma dos carmelitas ao lado de Santa Tereza D’Ávila, ocorrida formalmente em 1580 pelo decreto Pia Consideratione do Papa Gregório XIII, portanto, plenamente unido àquilo que ela diz não ser via para este pobre frade, beatificado em 1675 pelo Papa Clemente X, canonizado em 1726 pelo Papa Bento XIII, mas que não segue sendo venerado pelos católicos apenas como místico, uma vez que também foi declarado Doutor da Igreja em 1926 pelo Papa Pio XI, indicando que sua doutrina é caminho seguro ao cumprimento dos desígnios de Deus em Jesus Cristo – que não poderia ser considerado Deus pela perspectiva teosófica, mas tão somente um mestre tão sábio quanto Gautama Buda, Maomé, Krishna ou Zoroastro.

4. Observe que nos minutos iniciais da palestra, profa. L.H.G. situa o santo em um “momento particularmente complicado”, qual seja, aquele onde a Igreja Católica respondeu ao protestantismo por uma reação eclesiástica reconhecida historicamente por contrarreforma, significando não uma solução, mas obstáculo à reforma protestante. Noutros termos, qualquer católico concordará que naquele contexto, problema de fato eram as heresias e o cisma provocado por Lutero, certo? Acontece que uma teosofista, discípula de Madame Blavatsky, entende a Igreja Católica como sendo “religião inventada por Constantino no primeiro Concílio de Nicéia”, ignorando propositadamente a anterioridade em referências patrísticas, no tocante ao que há disponível para consulta literária, no intuito de proteger os adeptos já encantados pelo teosofismo de perceberem a contrariedade numa filosofia pacifista, mas que foi impregnada em algum tempo por concepções anticristãs, sejam de forma direta ou indiretamente, como feita no vídeo.

5. Corroborando sua compreensão e dando prova da astúcia já notada, profa. L.H.G. rememora na introdução do vídeo uma perseguição sofrida por São João da Cruz, citando uma das inquisições como mero reforço retórico inercial de época, pois, como ideia, muitos apenas obtém aquilo que acaba lamentavelmente sendo repercutido pelos filmes e séries, uma vez que aquelas perseguições, mencionadas subjetivamente no começo da palestra, de fato se constatam em campanhas inquisitórias pela corte espanhola, portuguesa e também por protestantes ingleses e alemães contra os próprios católicos, donde, neste ponto, verdade é que o ofício à defesa da Igreja Católica passou a existir em 1542 pelo nome Santa Inquisição Romana e Universal ou Dicastério para Doutrina da Fé, como está denominada atualmente, contra causas de heresias e cismas, conforme documento disposto na sequência. Também passa a citar o episódio inquisitório ocorrido com Santa Joana d’Arc, reforçando a retórica utilizada, mas sem contextualizar sua história, facilmente observável no desejo egóico da realeza francesa, responsável por entregá-la aos inimigos para condená-la em um tribunal notadamente corrupto, portanto, demonstrando infelizmente pelas colocações posicionadas na gravação a instrumentalização dos santos e santas no intuito de prevalecer uma possibilidade de um Jesus Cristo longe de Sua Igreja.
6. Como, então, funciona a retórica da profa. L.H.G.? Simples! Basta situar as coisas em pontos opostos para afirmar que aqueles que abdicam dos extremos e escolhem o caminho mediano são exemplos melhores para humanidade. E o que ela fez exatamente? Designou como sendo uma das polaridades o “crescente protestantismo”, mas sem atribuir peso ou valor, e a outra dada pela contrarreforma, porém, pesando e valorando a Santa Igreja por “disputas” e supostas “dissensões” (divergências), incluindo a inquisição como fator para consubstanciar o falseamento do motivo que teria feito com que São João da Cruz optasse por uma via intermediária que não fosse reformadora (protestante), muito menos católica (dada pela contrarreforma). E a conclusão por ela apresentada, como de fato se configura? Evidentemente, exaltando que “diante de todas as disputas de todos os tempos históricos”, melhor e única saída é sempre “para dentro e para cima”, forçando a superioridade teosófica em detrimento da catolicidade, que por uma eloquência empregada com palavras bem simpáticas, cria uma imagem acústica donde o santo parece ter escolhido caminhar independentemente da hierarquia eclesiástica ou mesmo da vontade de Nosso Senhor ao preferir em isolado uma “mística de cunho cristão” em oposição aos extremos, donde, como visto, numa ponta está a Igreja Católica, corpo místico de Cristo cabeça, e o cisma de Lutero na outra – percebeu a incoerência? Muitas outras foram identificadas, mas não pareceria oportuno trazer todas de uma só vez já que tornaria este artigo inacabável.

7. Inclusive, utilizando a expressão “mística de cunho cristão”, infelizmente a profa. L.H.G. automaticamente atribui ao termo uma autonomia que independeria do catolicismo no presente contexto, mas que, por São João da Cruz ser católico, revestir-se-ia de cristã em caráter estético e transitório, abrindo espaço em princípio de igualdade às correlatas “mística de cunho búdico”, “mística de cunho islâmico”, “mística de cunho védico”, “mística de cunho parses” dentre tantas, decorrentes do perenialismo já denunciado em longo artigo, disponibilizado na sequência, no qual os conhecimentos transcendentais são acessados por uma via pessoal e isenta de religião ou mesmo de Jesus Cristo – imagine ser possível isto para alguém que escreveu “A Subida do Monte Carmelo”, cujo amor a Nosso Senhor o levou a dizer no capítulo vinte e dois do segundo livro: “E se também queres outras visões e revelações divinas ou corporais, olha-O também, feito homem, e nisso acharás muito mais do que pensas, porque também diz o Apóstolo (Cl 2, 9): Em Cristo habita corporalmente toda a plenitude da divindade” – sendo um trecho condizente com sua integralidade que permite desvelar a astúcia aqui alertada com exaustão necessária.
8. Para a profa. L.H.G., “noite” no trabalho místico de São João da Cruz designaria a ignorância. Daí ela aborda “A Subida do Monte Carmelo” de maneira simbólica para manutenção da alma dirigida ao divino, quando por certo trata da mística findada em Jesus Cristo, e o caminho na escuridão que por ele foi subdividida em crepúsculo (despojamento dos sentidos sobre as coisas), meia-noite (fé) e madrugada (Deus), como está no segundo capítulo do primeiro livro da obra já mencionada. Verdade que sua busca tinha uma única orientação, qual seja, santidade, cujo reconhecimento canônico se dá pela Santa Igreja em um processo extenso, criterioso e católico (dada pela dimensão universal em obediência aos comandos do Evangelho). Assim sendo, cada vez mais uma filosofia, pretensa a pacifista, realiza investidas contra católicos ao recorrer da própria produção poética de um santo no intuito de pavimentar o gnosticismo impregnado na mentalidade teosofista, incapaz de perceber em Jesus Cristo seu Salvador. Também torna evidente uma característica de intolerância para com quem, supostamente desprovido de intelectualidade, incompreenderia a verdade teosófica, exceto se recebida a devida iniciação, que não passa muito além de leituras e palestras mais ou menos voltadas aos ditames de Madame Blavatsky e Cia. Ltda. Neste ponto, tendo o leitor alguma vontade de conhecer mais a obra ou mesmo a mística preveniente deste importante carmelita, sobretudo por ter legado um exemplo de fé inabalável e o conhecimento necessário aos maiores mistérios de Nosso Senhor, segue abaixo algumas recomendações:
9. Fechando sua introdução, profa. L.H.G. atribui à mística um “tipo de inspiração”, que faz com que possa se realizar o homem como canal, “dígito de Deus”, donde a “mensagem sagrada” é canalizada ao mundo sem contaminações, algo que ela diz exigir um “esforço tremendo do ser humano” no intuito de anular “qualquer coisa que seja particular, egoísta e redutivo”, embora apresentando na sequência que uma pessoa para tamanha superação precisa dedicar todas as energias, neste ponto, entendidas como “presentes da natureza, da vida”. Acontece que ninguém precisaria se esforçar nestes termos, exceto os pagãos, uma vez que, segundo o Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus, está dito: “Em seguida, Jesus disse a seus discípulos: ‘Se alguém quiser vir comigo, renuncie-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me’. Porque aquele que quiser salvar a sua vida, irá perdê-la; mas aquele que tiver sacrificado a sua vida por minha causa, irá recobrá-la. Que servirá a um homem ganhar o mundo inteiro, se vem a prejudicar a sua vida?” (Mt 16, 24ss). Adiante, valeria lembrar também: “Todas as coisas me foram dadas por meu Pai; ninguém conhece o Filho, senão o Pai, e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele quem o Filho quiser revelá-lo. Vinde a mim, vós que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei. Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha doutrina, porque eu sou manso e humilde de coração e achareis o repouso para as vossas almas. Porque meu jugo é suave e meu fardo é leve.” (Mt 11, 27-30). “A Subida do Monte Carmelo”, representada pela ilustração abaixo colocada, destina-se ao ensinamento do “nada” no caminho mediano relativo aos escritos daquele carmelita, que não se dá nos bens da terra, como o erro em concepções energéticas naturalistas, mas tão somente para cumprir a doutrina evangélica, donde o caráter místico se revela bem menos por uma liberdade inspiracional, dependente de um empenho anulativo da materialidade ou mesmo espiritualidade imperfeita, configurando-se muito mais como permissão divina, conforme passagem constante no vigésimo primeiro capítulo do segundo livro: “Acrescento apenas que é coisa perigosíssima, mais do que eu saberia dizê-lo, querer tratar com Deus por essas vias sobrenaturais, e que quem se afeiçoar a tais meios errará muito, expondo-se a ficar extremamente confuso. Aliás, isso é algo que a própria experiência o obrigará a reconhecer, porque além da dificuldade para não cair em erro, nessas palavras e visões de Deus costuma haver, entre as verdadeiras, muitas que provém do demônio, que se costuma disfarçar sob o mesmo aspecto com que o Senhor se comunica à Alma, misturando coisas muito semelhantes às que Deus lhe comunica. Desse modo, introduz-se o inimigo na alma tal qual o lobo que, sob pele de demônio (Mt 7, 15), se mistura ao rebanho e dificilmente se deixa perceber. Como diz muitas coisas verdadeiras, conforme à razão e que resultam verdadeiras, pode facilmente enganar a alma, que as atribui a Deus, já que os fatos demonstraram sua veracidade. Muitos não sabem como é facílimo, a quem é grandemente dotado de luz natural, conhecer as coisas, tanto do passado, como do futuro, em suas causas. E como resulta que o demônio tem muito viva essa luz natural, pode deduzir com muita facilidade tal efeito de tal causa, ainda que as coisas nem sempre resultem de acordo como o demônio crê, pois todas as causas dependem da vontade de Deus”.
São João da Cruz. O Monte Carmelo.
10. Como há de se notar, esses “presentes da natureza, da vida” nunca serão, conforme as amostras teosóficas, compatíveis com o catolicismo, uma vez que, segundo Madame Blabatsky, numa carta aberta, datada de 1887, ao “Arcebispo da Cantuária” (referente ao bispo anglicano Edward White Boston, que não tem relações com a Santa Sé), “Na nossa avaliação, portanto, nenhuma religião pode ser absolutamente verdadeira, e nenhuma pode ser absolutamente falsa. Uma religião é verdadeira na medida em que atende as necessidades espirituais, morais e intelectuais da sua época, e ajuda o desenvolvimento da humanidade nestas áreas. Ela é falsa na medida em que bloqueia este desenvolvimento e prejudica a parte espiritual, moral e intelectual da natureza do homem”. Adiante, mesma pessoa afirma: “Temos o costume de dizer aos budistas, aos maometanos, aos hindus ou aos parses: ‘O caminho que conduz à teosofia passa por vocês mesmos, por sua própria religião’. Dizemos isto porque as suas crenças possuem um significado profundamente filosófico e esotérico, que explica as alegorias sob as quais são apresentadas ao povo. Mas não podemos dizer as mesmas coisas aos cristãos” – mas claro que jamais faria tal coisa, pois para nossa gente Nosso Senhor é o Caminho, a Verdade e a Vida! Nada na fé católica é alegórica ao tratar do Cordeiro de Deus! Isso seria blasfêmia! Mas eis que ela não consegue se segurar e dispara: “Os sucessores dos Apóstolos nunca registraram por meio escrito a doutrina secreta de Jesus – os ‘mistérios do reino dos céus’ –, que foi dada a conhecer apenas a eles (seus apóstolos)”, indicando na sequência passagens do Evangelho (Mt 13, 11; Mc 4, 11; Lc 8,10) relacionadas em completo argumento malicioso à ocultação tão somente por ela alegada a respeito do segredo da salvação: “Ele respondeu: ‘A vós é concedido conhecer os mistérios do Reino de Deus, mas aos outros se lhes fala por parábolas; de forma que vendo não vejam, e ouvindo não entendam. Eis o que significa esta parábola: a semente é a Palavra de Deus’.” (Lc 8, 10s) – e a questão é aceitar a revelação dada pelo Verbo Encarnado, o que é nítido não haver por sua parte. Nisto, provando suas colocações maliciosas, continua a precursora mundial da teosofia, “Estes mistérios foram suprimidos, afastados, destruídos. O que nos chegou através do tempo são preceitos, as parábolas, as alegorias e as fábulas que Jesus destinou expressamente aos espiritualmente surdos e cegos, e que deveriam ser reveladas mais tarde para o mundo, e que o cristianismo moderno ora as toma na íntegra, literalmente, ora as interpreta segundo a fantasia dos Padres da igreja secular”. Pede-se ao leitor paciência para suportar tamanhos disparates, uma vez que bastaria a leitura integral dos versículos constantes nos capítulos do Novo Testamento, indicados pela teosofista, para perceber que ali foi revelado o mistério que não poderia ser ocultado: “Porque não há nada oculto que não venha a descobrir-se, e nada há escondido que não venha a ser reconhecido.” (Lc 12, 2). Finalmente, sustentando sua incoerência chauvinista: “Portanto, se fôssemos encorajar os cristãos, como fazemos com os fiéis de outras crenças, a estudarem por si mesmos a sua própria religião, a consequência seria não um conhecimento do significado dos seus mistérios, mas o despertar da superstição e da intolerância medievais, acompanhado de uma formidável explosão de preces e sermões ditos apenas da boca para fora – tal como a que resultou na formação de 239 seitas protestantes, apenas na Inglaterra – ou, alternativamente, um grande aumento de ceticismo, pois o cristianismo não tem uma base esotérica conhecida pelos que o seguem”. Noutros termos, teosofistas alegam conhecer melhor as Sagradas Escrituras do que os membros da Santa Igreja, façam parte do clero ou mesmo do laicato, embora ao ensinar suas crendices, como já disse São João da Cruz acerca das notícias dos demônios, causem confusão ao ponto de provocarem heresias e cismas na cristandade – sendo de certo o motivo pelo qual tanto falam em inquisição de maneira traumática ao se referirem à Igreja Católica. Tudo isto e mais um pouco numa revista apropriadamente denominada “Lúcifer”, que aos membros desta seita quer dizer “portador de luz” – mas não foi justamente isto que disse o santo antes?

11. Como a profa. L.H.G. pode, portanto, explicar a mística de São João da Cruz em um vídeo tão curto, ainda mais pelas estrofes e versos dos poemas do carmelita serem citados astuciosamente sem sua integralidade, quando não entende que ele mesmo jamais olvidou o Evangelho de Jesus Cristo? Neste ponto, segundo São João: “E Jesus dizia aos judeus que nele creram: ‘Se permaneceres na minha palavra, sereis verdadeiros discípulos; conhecereis a verdade e a verdade vos libertará’.” (Jo 8, 31s)? Certamente bem aprendeu através dos ensinamentos transmitidos literariamente por sua mestra as chaves que abrem à soberba humana ao caos na espiritualidade antropoteísta, repleta de “namastê” ou “o deus que habita em mim saúda o deus que habita em você” em detrimento de “Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vai ao Pai senão por mim. Se me conhecêsseis, também certamente conheceríeis meu Pai; desde agora já o conheceis, pois o dentes visto”, que tem por definitivo a revelação do Verbo Encarnado quando Filipe, perguntando “Senhor, mostra-nos o Pai e isso nos basta”, Nosso Senhor o responde dizendo “Há tanto tempo que estou convosco e não me conheceste, Filipe! Aquele que me viu, viu também o Pai. Como, pois, dizes: Mostra-nos o Pai... Não credes que estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que vos digo não as digo de mim mesmo; mas o Pai, que permanece em mim, é que realiza as suas próprias obras. Crede-me: estou no Pai, e o Pai em mim”, conforme escreveu o evangelista (Lc 14, 6-11). Nenhuma eloquência ou simpatia teria o poder de relativizar essas palavras – e aqui a intenção em abordar um assunto católico muito complexo, ainda assim em pico de pandemia de coronavírus no Brasil em 2020, quando tantas pessoas estavam agoniadas, buscando consolações em palavras amistosas e ensinamentos edificantes, não tem como ser compreendida como benéfica, mas tão somente proselitismo à organização que pertence.

12. Finalmente, concluindo o presente artigo em tantos parágrafos, mas tão somente pelo rigor necessário à abordagem de um problema causado de maneira brilhante, diga-se de passagem, que bem deve ter servido aos propósitos do “portador de luz”, uma vez que, segundo Madame Blavatsky, somente serviria sua teosofia aos cristãos como causa de confusão (heresias e cismas), enquanto seria proveitosa aos budistas, maometanos, hinduístas ou zoroastristas (relativo aos parses por ela citados), profa. L.H.G., enquanto sustentar a teosofia como filosofia, mesmo não sendo, mas tão somente uma crendice, poderia ser seu pensamento evitado pelos católicos no intuito de se absterem de distorções em questões da fé. Que sua pessoa consiga encontrar o verdadeiro caminho do meio em “A Subida do Monte Carmelo”, pois o “nada” é o chamado de Nosso Senhor. Que São João da Cruz interceda por sua alma, como também o possa fazer pelos acometidos dessas seitas teosóficas. Apenas para adicionar uma observação importante, verdade seja dita! Aquela que iniciou a teosofia no mundo inteiro tinha razão: não há uma base esotérica conhecida por nossa gente, cristãos, firmes na fé católica; há, ao invés disso, um Deus de verdade, também humano, revelado pelo Arcanjo Gabriel à Virgem Maria, e a São José, quem teve por adoção o próprio Verbo Encarnado, Jesus Cristo, Sumo Sacerdote da Igreja Católica Apostólica Romana.
    Para referenciar esta postagem:
ROCHA, Pedro. Uma Filosofia Anticristã. Enquirídio. Maceió, 08 jan. 2024. Disponível em https://www.enquiridio.org/2024/01/uma-filosofia-anticrista.html.

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