Bonaventura Peeters. O Grande Dilúvio. |
2. Em 1859, Charles Darwin (1809-1882) publicava sua gênesis agnóstica “A Origem das Espécies”, para após, em 1872, publicar seu pacote de expansão “A Descendência do Homem e a Seleção em Relação ao Sexo”, tornando-se essas obras um pondo de fé àqueles que creem que ingressar numa faculdade é o próprio batismo no ateísmo.
3. Enquanto Darwin, talvez, iniciava sua gênesis agnóstica, Hormuzd Rassam (1826-1910), arqueólogo, escavando onde hoje é o Iraque, descobria a biblioteca real de Assurbanipal, reinante do Império Neoassírio entre os anos de 669 e 631 antes de Cristo, encontrando tabuinhas de argila úmida com inscrições cuneiformes muito antigas.
4. Interessa entender que substituir as referências de datação de “antes de Cristo” (a.C.) para “antes da era comum” (AEC) mina toda importância dos eventos pré e pós a Igreja Católica, surpreendendo em nada essa nomenclatura ter supostamente sido empregada primeiramente por Johannes Kepler (1571-1630), luterano — talvez rosa-cruz.
5. Curioso é perceber que tal “era comum” (EC) não tem capacidade de se estender ao mundo inteiro, valendo lembrar que o ano chinês em 29 de janeiro de 2025 será 4722, contados desde a Dinastia Xia, motivo pelo qual se tornou apenas uma expressão anticristã nas faculdades — e o ingresso nela hoje, de fato, tendencia ao batismo ateísta.
6. Voltando ao assunto, aquelas tabuinhas de argila úmida encontradas por Rassam no Iraque ao certo foram enviadas ao Museu Britânico, responsável por classificá-las até o ano de 1861, quando, enfim, contratou George Smith (1840-1876), assiriólogo, no intuito de decifrá-las. Por dez anos ele estudou aquele conteúdo até divulgá-lo em 1872.
Antes da Torah, há mil anos já existia as inscrições a respeito da inundação do mundo e a construção de um barco.7. Tratava-se da decifração da Tabuinha XI da Epopeia de Gilgamesh, escrito aproximadamente em 1800 a.C. relativamente ao evento do dilúvio, portanto, reportando algo acontecido anteriormente ao relato — óbvio. Ou seja, antes da Torah, há mil anos já existia as inscrições a respeito da inundação do mundo e a construção de um barco.
8. O que é que isto pode significar de imediato? Que há sim ao menos um relato (há outro na Epopeia de Atrahasis) do dilúvio que não aquele do Livro de Gênesis, mas que não necessariamente adveio da tradição hebraica, ficando clara essa questão pelo conteúdo daquela Tabuinha XI da Epopeia de Gilgamesh, conforme exposta abaixo:
Tabuinha XI da Epopeia de Gilgamesh, “O Tablet do Dilúvio”, em exibição ao público no Museu Britânico, em Londres. |
10. Em suma, tem-se na Tabuinha XI da Epopeia de Gilgamesh: a) problema da corrupção da humanidade; b) ira de um deus; c) desejo de um deus salvar a criação; d) instruções para construção da arca; e) comandos divinos para salvação das espécies; f) dilúvio; g) envio de aves para reconhecerem terra firme; h) bênçãos de um deus a criação salva.
11. Apenas pelo resumo já se pode notar que foi empregado a expressão “um deus” ao invés de Deus, diferenciando os relatos da Tabuinha XI da Epopeia de Gilgamesh em comparação com aquilo que foi registrado pelo povo hebreu no Livro do Gênesis, revelando, portanto, um problema teológico que supostamente destruiria o cristianismo.
12. Excetuando, por enquanto, tal questão, nenhuma dúvida poderia persistir a respeito do evento do diluvio, de um relato global para além da Torah, provando-se mais coeso do que as especulações darwinistas. baseadas numa experiência exótica, porém, ilhada. Agora, resta demonstrar o problema teológico entre a Tabuinha XI e o Livro de Gênesis. Para referenciar esta postagem: ROCHA, Pedro. O Dilúvio para Além do Livro de Genesis. Enquirídio. Maceió, 28 dez. 2024. Disponível em https://www.enquiridio.org/2024/12/o-diluvio-para-alem-do-livro-de-genesis.html.
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