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Jean Baptiste Moret. René Descartes (1596-1650) Escrevendo seu Sistema Mundial. |
2. Diz-se não saberem por que não têm, necessariamente, consciência do movimento “estético” que deu ensejo ao modo de pensar que operam atualmente tais (neo)cátaros, que não empreendem suas indústrias com diferença — aí sim — dos princípios gnósticos, heresias que rodeiam a Santa Igreja desde os primeiros séculos.
3. Neste ponto, Padre Cornélio Fabro, na obra “Deus”, logo no primeiro capítulo, observa o teísmo cristão em Descartes, elencando pouco antes o ateísmo moderno ou renascentista, baseado no trinômio da antiguidade (estoicismo, ceticismo e epicurismo), assim como no protestantismo e o panteísmo das filosofias transcendentais.
4. Conforme colocado na Investigação Cartesiana I, embora bombas possam ser lançadas através de um avião, dizer que sua função sempre foi bélica constitui um equívoco tão delicado, que não compensa — aí sim — cogitar o arbítrio, dado por Deus, para criticar de forma ilógica um método que ora seria bom, ora seria ruim.
5. Ao certo, os seres humanos podem ser ora bons, ora ruins, por causa dessa liberdade dada por Deus, para que seja autêntica e inegável quando obedecem, assim como quando desobedecem lhes sejam plenas as penas, conforme os pecados cometidos, donde culpar um método é isentar o autor dos erros contra a moral cristã.
6. Mesmo a Sagrada Escritura, por uma desobediência sistematizada, acaba sendo usada de forma nociva, como fazem os protestantes, incluindo os (neo)cátaros. Porém, existe uma espécie de tendência entre alguns padres e bispos de que se algo é tido como ruim pelos efeitos práticos, então a culpa seria da coisa em si ao invés de ser do praticante.
7. Poder-se-ia atribuir ao artigo Bispo Sedevacantista no Brasil qualquer teor profético ao elencar, ainda no final do ano de 2021, as variadas consequências de um (neo)catarismo emergente se as principais influências deste movimento “estético” não fossem conhecidas, como se vê em Perenialismo é Hermetismo.
8. Assim sendo, o cogito é meio ao invés de um fim em si mesmo, mas que, tornando-se finalidade ao contrário de apenas um método, verdade que questionar se transforma em ato de subverter, donde aquilo que foi posto sobre ora ser ruim, ora ser bom, ainda assim só recai sobre a pessoa ao invés de recair sobre a coisa, que por si só, nada pode fazer.
E a ideia de culpar o colchão pelo adultério é esquiva à realidade.9. Ao homem e à mulher, mais como seres humanos ao invés de espécie, relativa ao animal (racional e evoluído), passível de justificar seus atos pelas meras reações aos estímulos dos sentidos, recai todo ônus pela subversão que comentem ao abusarem da liberdade que têm — e a ideia de culpar o colchão pelo adultério é esquiva à realidade. Para referenciar esta postagem: ROCHA, Pedro. Cogito e Arbítrio. Enquirídio. Maceió, 17 jul. 2025. Disponível em https://www.enquiridio.org/2025/07/cogito-e-arbitrio.html.
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